terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Post.it: Quando o amor já não cabe na mochila

Não deixei nada por fazer. Não deixei nada por dizer. Amei tudo o que podia amar. Lutei tudo o que havia para lutar. Porque não deu certo? Porque acabou? Por minha culpa, por tua culpa? Que importam as culpas. Acabou porque nada é eterno. Somos seres finitos e essa finitude revela-se em tudo o que fazemos.
Quando se é jovem, ama-se, e só o amar basta. O amor é eterno. Eterno enquanto dura. Quando se é jovem anda-se de mochila às costas e nela cabe toda a sua vida, a esperança, os sonhos, as ambições e o amor.
Quando crescemos, na mochila já não cabe nada, passamos  a arrastar connosco uma    auto-caravana, nela viajam os pais, os filhos, os ex amores, os amores e os desamores. Além dos amigos, pilares cada mais necessários ao nosso equilíbrio. Aqueles que nos dizem “não cedas mais, ergue-te e caminha em frente!”
O amor esse já não basta por si só para nos fazer feliz. Temos à nossa volta demasiados condicionalismos, que o desgastam e vão alterando, tornando-o menos doce: a distância, o emprego, os nossos horários, os horários do filhos, dos teus e dos meus, as obrigações familiares, a tua casa, a minha casa, pontos de união e de separação e por fim a rotina dos dias e das noites.
O amor acaba num suspiro, quando lhe estendemos a mão para o abraçar só encontramos a solidão.
Perdeu-se, desvaneceu-se, desencantou-se, desapaixonou-se.

10 comentários:

  1. Anónimo8.2.11

    Esta semana sobre o amor está a revelar-se uma encantadora surpresa, aguardo por mais.Bjs Rui

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  2. Anónimo8.2.11

    Acho que na maior parte das vezes os condicionalismos somos nós que os criamos. Quem ama quer estar junto. Os filhos, fiquem uns dias com o pai. Os pais têm já tiveram o seu tempo, agora tenho direito ao meu. O emprego, não ocupa o dia todo. As distâncias são cada vez mais ultrapassáveis. As casas, ainda bem que são duas pode ser que em alguma delas haja um espaço só para nós. Não há obstáculos para quem ama e se os há é porque o amor não é o mais importante. Depende de nós e não dos outros.Bjs A

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  3. Anónimo8.2.11

    Estou a gostar, apesar de notar algum desencanto. Não acredito que tal seja possível. Uma pessoa como tu, tem de certeza que viver um grande e feliz amor. Ou pelo menos merece que assim seja.Bjs Leonor

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  4. Anónimo8.2.11

    Fiquei cansada só de ler. Quem me dera voltar a ser adolescente, a ter apenas uma mochila e nela caber tudo. Sonhar e ser feliz com um amor e uma cabana. Mas até as cabanas já pagam imposto de propriedade e condomínio. Sinceramente, apetecia-me fugir para uma ilha deserta para ficarmos só eu e o meu mais que tudo.Bjs Amália

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  5. Anónimo8.2.11

    Estou curiosa com as próximas abordagens sobre o amor. Mas tens razão, quando “crescemos” crescem os condicionalismos. Na juventude tudo está no inicio ainda não temos a nossa história composta de tantos capítulos.

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  6. Anónimo8.2.11

    A vida traz consigo uma bagagem cada vez mais pesada. Por vezes é difícil recomeçar quando esta carga nos limita as nossas decisões. E se os filhos não gostam do padrasto? Se os dele não aceitam a madrasta? etc, etc. Não é fácil tentar meter tudo na mochila.

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  7. Anónimo8.2.11

    Gostei muito desta comparação. Por vezes as coisas acontecem-nos e nem sabemos bem porquê, quando paramos para pensar, verificamos que já não estamos sós, que somos responsáveis por muitas pessoas à nossa volta que condicionam as nossas opções. Maria José

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  8. Anónimo8.2.11

    A gente bem faz tudo. Mas tudo por vezes não chega.Quando se tem já família, a coisa se complica. Mas se o amor for forte vence tudo. Bjs, Marina

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  9. Anónimo8.2.11

    Você tem uma forma tão original de tocar os temas. Parece que já viveu tudo isso, que já sentiu tudo isso. Ou como você diz já viu tudo isso. Continue, vou acompanhar. Beijos grandes

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  10. Anónimo8.2.11

    Olhe que não é assim tão simples ser-se jovem e estar apaixonado. Não temos um espaço para nós, não temos tempo para nós. Não temos meios económicos para ter uma "cabana". Os pais por vezes não gostam dos nossos namorados. Não é fácil. Mas nós não ligamos, vivemos o nosso amor. Cometemos as nossas loucuras. O mundo não nos importa! Bjs Margarida

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