sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Post.it: O surgimento da vida


Se tivesse que explicar o surgimento da vida.

Uma molécula disse sim a outra molécula.

A abelha conheceu a flor e fez dela o seu amor.

A andorinha voou e por outra se encantou.

O João e a Maria amaram-se mais ainda naquele dia.

O peixinho que no mar nadou no amor mergulhou.

O canguru a pular soube uma canguru conquistar.

A árvore e o vento dançaram e as sementes desabrocharam.

O sol brilhou para a lua e cada estrelinha a história continua.

O dia e a noite cheios de saudade deram ao mundo a tarde.

A rocha e a água numa maré cheia abraçados criaram a areia.

O rio ia triste na sua viagem encontrou a alegria numa margem.

O mundo de tão só, procura uma galáxia para dar o nó.



sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Post.it: Palavras ao vento

É preciso que as palavras encontrem eco nas ações. Que ganhem asas e se tornem pássaros de esperança. Que não se fale o que os ouvidos querem ouvir mas que se tornem os gestos que o coração quer sentir. 
Sejamos mais que um texto alinhado por uma fonética que vai muito além do som que se espalha pelo ar. É preciso que a viagem sonora encontre um lugar onde se aconchegar e ganhar solidez. 
Já não me confortam as frases feitas, chega de clichés, basta de dizer só porque que é bonito! 
Preciso acreditar. Preciso sentir. Preciso de encher o peito de um ar que aquece. Preciso que os dias ganhem sentido. 
Preciso que o caminho seja mais do que chão. Preciso receber o pão a fumegar, que deixou de ser apenas farinha, água e fermento quando unido e amassado pelas mãos da verdade, pelo calor da solidariedade. 
Preciso de preencher o vazio que me deixas quando me elogias com palavras que deitas fora logo a seguir. E eu fico sozinha sem saber quem sou em ti. 
Por vezes, apetece-me gritar. Cala-te! 
Talvez, só assim te consiga escutar. Vai-te embora! 
Talvez, só assim, te consiga encontrar. 
Depois, percebo que não és só tu que age assim e quedo-me triste. 
A verdade implora por paz, mas a guerra, seja ela qual for, está a ganhar.



sexta-feira, 14 de outubro de 2022

O mais necessário

O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
O maior erro: desistir
A raiz de todos os males: a indiferença
A distracção mais bela: o sonho
A pior derrota: a desilusão
Os melhores professores: a natureza
A primeira necessidade: sorrir
A primeira necessidade: sorrir
A primeira necessidade: sorrir
O pior defeito: a intransigência
O pior sentimento: o rancor
O presente mais belo: o perdão
o mais imprescindível: a paz
A rota mais rápida: o caminhar
A sensação mais agradável: a tranquilidade
A maior protecção efectiva: o abraço
O maior remédio: o optimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente do mundo: a fé
As pessoas mais necessárias: os que amamos
O que traz felicidade: fazer o bem
A pessoa mais perigosa: a fingida
A mais bela de todas as coisas: O AMOR!
 

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Post.it: Meditar

 
Tão simples, tão difícil. Simples porque basta, sentar e ficar assim quieta, a respirar. Difícil porque é difícil parar, sentir e ficar ali sem fazer nada, quando o corpo nos quer fugir para outras tarefas, quando o pensamento se torna um pássaro a querer voar para tantos outros lugares. Ficar calmamente ouvir o bater do coração quando geralmente somos impulsionados pelo o tic tac do relógio.

Assomam-nos dúvidas, eternas perguntas; será que vale a pena, vai mudar algo em nós, estaremos a fazer tudo da forma correta, para quê, porquê? Queremos respostas rápidas, efeitos imediatos, precisamos sentir que resulta, necessitamos sempre de certezas, caso contrário, desistimos. Chega de perder tempo. Esse tempo que nos é sempre tão curto e rápido no seu passar.

Temos de ser determinados, optar, decidir o que queremos, simplesmente, porque queremos. Se nos sentámos, se decidimos meditar é porque algo nos leva a isso. Porque o corpo nos pede, porque a mente cansada nos implora. E por isso, nem que seja apenas por isso, devemos, sentar, ficar e meditar. Pode não ser uma meditação prolongada, pode não ser muito relaxada, mas para uma primeira vez devemos aceitar que valeu a pena. Amanhã será melhor, estamos a aprender, estamos a começar. Devemos permitir-nos ser como crianças a dar os primeiros passos e cada passo tem o sabor de vitória.

Afinal investimos em nós, parámos para nos vermos como somos, demos atenção às nossas necessidades. Fizemos algo por nós. Foram apenas 5 minutos, amanhã ficaremos 10. Hoje os nossos pensamentos foram irrequietos, amanhã iremos aquieta-los.

A meditação tem diversas técnicas, começamos pela mais simples, sentar e respirar. Tentar dar atenção ao ar que entra e sai dos pulmões. Fechamos os olhos para observarmos apenas o movimento do corpo enquanto inspira e expira. Mas podemos abrir os olhos olhar para um ponto fixo, se quiserem um pequeno circulo que desenhamos numa página branca. Ou uma luz de vela, o seu movimento.

Deixar-nos ir sem queremos controlar o que somos, sem determinarmos cada instante da nossa vida. Parar, fazer uma pausa par nos sentirmos vivos, para nos sentirmos humanos. Para constatarmos as nossas fragilidades e encontrar nelas a nossa força.