segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Post.it: Homenagem

Passamos dias, meses, largos meses sem trocarmos uma palavra, sem fazermos um gesto, sem nos vermos e no entanto quando há notícias boas ou más lá estás, lá estou, para me ouvires, para te ouvir, para rirmos ou para chorarmos juntas. 
Somos amigas há quanto tempo? Mais de 20 anos, uma grande parte da nossa vida. E nesse, já longo caminho quantas histórias… 
Vi partir o teu filho de mãos dadas, o teu pai, abraçadas, agora a tua mãe que segue para junto deles. 
E quando falo de ti, falo igualmente de outra(s), amiga(s), gosto de sentir que cada uma é especial, única, que a cada uma respondo e correspondo da maneira individual que necessitam, há quem precise de um abraço, há quem lhe baste um estar ao lado, há quem precise de palavras reconfortantes, há quem prefira o silêncio, e ser amiga é isso mesmo saber e respeitar cada um no que é e no que quer nesse seu momento. 
Somos amigas de longa data e isso é bom porque nada se espera, nada se pede, tudo nos é espontaneamente dado. 
Não importa se há outras amigas, se estás mais tempo com elas do que comigo, se não me telefonas, se não me vens visitar. O bom das amizades de longa duração é que não há competição, ninguém é mais amiga que o outra, não há preferidos há apenas o estar e o ser-se amiga. 
O sentimento de amizade deve ser assim, um amor claro e puro, que entra na nossa vida, que se instala no nosso coração e aos poucos torna-se familiar, os seus filhos, são nossos filhos, os seus pais também são um pouco nossos e quando partem, também deixam em nós a mágoa de uma eterna ausência. 
Este ano algumas das minhas amigas estão mais sós, tiveram que dizer adeus aos seus (nossos) entes queridos. Um adeus  a quem nos permanece nunca será uma despedida, ficam na memória. E nós que fomos depositários do seu afecto, levamo-lo mais longe para as próximas gerações. Levamos os seus genes, as suas palavras, os seus ensinamentos o seus que se tornaram nossos momentos. Trocamos o adeus por um perpétuo obrigado. 
Mas porque a amizade não se agradece, partilha-se, o nosso reconhecimento, homenagem e bem-querer para a  D. Madalena, Sr. João e D. Helena. 
Entretanto, um olá de boas vindas à Joana, Diogo, Tomás e Beatriz. 
A vida é igual à primavera, está constantemente a renascer-nos dentro do peito para que as lágrimas não durem para sempre e para que o sorriso nos seja eterno.



sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Post.it: Quedas e afins

Cá estamos nesta “corrida” não em busca da meta, nem a competir uns com os outros, simplesmente a tentar acompanhar a rapidez com que o tempo passa. Tento, acreditem que tento, mas até para mim já vai sendo por vezes difícil acompanhar o ritmo, assimilar tudo o que surge à velocidade que vem e é novidade e à velocidade que se torna obsoleta. 
Temos de nos adaptar às novas realidades, aceitar com similar rapidez as coisas tal como surgem. Mas nem sempre é fácil, ou melhor por vezes é difícil, então agora que ando “coxa”. Eu até tenho alguma “queda” para o disparate, mas desta vez exagerei. E sim é verdade, ainda ando meio ao pé coxinho depois de me ter espalhado ao comprido e ter magoado um joelho.
Percebo agora o quanto é difícil manter  a verticalidade, só não entendia o porquê de tanto esforço, porque não deixar-nos “cair” de vez em quando, ceder ao cansaço, à preguiça, à vontade de nos deixar levar pela força da gravidade. Percebi que pode tornar-se “grave”, que pode magoar, que o chão é duro e a queda dolorosa e morosa no processo de recuperação, felizmente, no meu caso tudo ficou inteiro (acho).
Enfim, tudo por culpa desta “corrida”, deste relógio solar, ou biológico, claro que as bagas das palmeiras caídas no chão também deram a sua ajuda. Mas se andasse mais devagar, se tivesse mais cuidado, se o pensamento não sonhasse, se os olhos não voassem, quem sabe tivesse evitado a queda e hoje não estaria coxeando. A verdade é que não conseguimos evitar todas as “quedas” por mais atentos, ponderados, cuidadosos, por mais joelheiras, cotoveleiras,  capacetes, etc., havemos sempre que cair e rasgar a roupa, a pele, a alma.
São os imponderáveis da vida dirão uns; revelam o quanto somos frágeis, dirão outros, na verdade, mostra o quanto somos simplesmente humanos; sinal de que estamos vivos, prefiro esta ideia. 
Porque estar vivo tem destas e de outras coisas, incapazes de adivinhar o passo seguinte que vamos dar ou noutras situações se esse passo nos trará alegria ou tristeza damo-lo, temos de o dar, parar é morrer e nós para o melhor ou para o pior queremos viver. Nem que seja para nos levantarmos depois de uma queda, sacudirmos o pó, colocarmos um penso rápido na ferida e coxeando ou não, prosseguirmos, se hoje formos mais devagar, amanhã logo recuperaremos o nosso lugar no caminho.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

À volta do Mundo

Nem sempre é preciso andar, nem sempre é preciso questionar para aprender, por vezes, basta parar, basta olhar, basta ver. Um olhar que queira entender o que a vista alcança. Um olhar que queira entender o que o coração sente.
Quantas vezes partimos, vamos para longe em fuga ou ao encontro de algo e não encontramos. Fugimos mas continuamos a ser perseguidos pelos nossos “fantasmas”, pelos nossos medos. Nas voltas que damos à volta do nosso pequeno mundo.
Iniciamos viagens por lazer, por vontade de conhecer os outros, a sua cultura, o seu modo de existir.
Vemos rostos, paisagens, estilos arquitetónicos. Vamos desvendar mundos que desconhecemos, vamos aprender, vamos conhecer.
Procuramos encontrar na distância o que a proximidade não nos dá. O quê? Cada um saberá, ou melhor pensa saber, pode estar à nossa frente, ao alcance da nossa mão, sem o reconhecermos.
Toda a busca é individual, todo o caminho é feito sozinho, mesmo quando acompanhados, aquilo que sentimos é sempre muito pessoal, próprio do que somos no momento.
Lembram-se do que sentiram num lugar e anos depois quando lá voltam? Há uma desilusão, tudo mudou, pensamos, não, mudámos nós…

“A viagem da descoberta não consiste nas novas paisagens, mas em ver com novos olhos” (M. Proust).

sábado, 20 de janeiro de 2018

Os dia de Maria


Há dias em que o silêncio nos pesa como se nos doesse algures no corpo, uma dor indefinida, sem doença, sem ferida, mas que dói, talvez na alma. Nesses dias o silêncio olha para nós e não diz nada, respeitosa companhia, que já nem companhia nos faz.
Acendemos a televisão, mas as suas conversas caiem num estranho vazio, acendemos o rádio e fica-nos idêntica sensação. De repente cresce-nos uma estranha urgência, precisamos de ouvir alguém a pronunciar o nosso nome. O companheiro já partiu, dizem que nos faz companhia do céu, os filhos cresceram e formaram os seus lares, até os vizinhos já não batem à porta, andam demasiado ocupados, consigo próprios ou com a sua família.
Resta a solidão e aquele pão, que murcha, endurece, ganha bolor e desfaz-se tornando-se nada.
Talvez arranje um gato, quem sabe num diálogo entre miados e palavras, nasça uma amizade, uma companhia. Mas não, um gato não sabe pronunciar o nosso nome, embora responda ao seu, aquele que lhe damos. Quem sabe, um papagaio, ensinamos-lhes palavras e ele, repete alegremente. Conheci uma caturra que dizia o seu nome, Mituxa, quem sabe aprende o meu, é mais fácil e começa a chamar por mim, “Maria”, “Maria” como um despertador, não para nos acordar pela manhã, mas para me acordar para a vida. Porque na verdade, sinto-me a dormir, um sono sem sonhos, sem conteúdo algum, como se fosse uma nuvem composta por uma sequência de actos que ao longo do tempo vamos automatizando.
Hábitos que vamos criando ou mudando consoante as situações. “Maria, Maria” mas já não é o Manel que me chama, durante algum tempo ainda cozinhei os seus pratos favoritos, ainda coloquei o seu lugar na mesa. Mas pouco a pouco, deixei de pôr 2 pratos, depois, deixei até de me sentar à mesa. Fico no sofá com uma caneca de chá na mão, espero que arrefeça, depois, já não o bebo,  está demasiado frio, esqueço-me cada vez mais da rotina, esqueço-me cada vez mais de mim, lembro-me tanto dos outros, dos presentes, mas sobretudo, dos ausentes.
Há dias em que não sei se faz sol ou chuva, aqui entre estas paredes que abrigaram risos, o tempo é sempre igual, frio e silencioso…
Outro dia uma vizinha disse-me, “Sabes quem faleceu? A Maria!”. “Maria, aquela senhora que passeava na rua sempre muito aprumadinha e usava chapéus coloridos?”, “Sim essa senhora, faleceu enquanto dormia”.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Onda do mar

Tem sido longa a sua viagem,
Por entre tantos cais de solidão.
Por vezes surge uma miragem,
Que lhe vem qual doce ilusão.

Luz de farol em noite escura,
Parece nortear-lhe o caminho.
Ergue-se em  apelo de ternura,
Eis que desmaia sem um carinho.

Quem sabe surja uma enseada,
Na espuma que esculpe as águas,
Já só anseia pela efémera chegada,
Onde possa por fim jazer as mágoas.


sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Dizemos obrigado, de tudo e de nada, não é uma questão de sermos pessoas muito educadas, mas de um certo automatismo que adquirimos. Obrigado a quem nos dá passagem, quem nos abre a porta, a quem nos atende na loja, a quem nos dá uma informação básica. É certo, adequa-se, mas por vezes é demais as vezes que agradecemos e quem sabe nem nos apercebamos, porque nos é comum, como dizer olá, bom dia, etc.
Mas quando se trata de um obrigado que queira significar reconhecimento e gratidão, quem o dá, assim, com a mesma ligeireza, delicadeza e generosidade? Infelizmente poucos, mesmo muito poucos. Agradecemos a vida que temos? Claro que não, já que não é a que gostaríamos de ter. Agradecemos a cada dia? Na maior parte das vezes não, porque não nos foi simpático. Agradecemos  aquém  ouve as nossas lamurias? Não, primeiro porque nem nos consideramos lamurientos e depois, são nossos familiares ou amigos, faz parte da sua função ouvirem-nos, ampararem-nos, não precisam de agradecimentos, já sabem, que lhes estamos gratos.
Talvez seja preciso que existam datas especificas que nos façam estar mais atentos, mais despertos para olhar os outros, de coração mais bondoso, dando-lhes o tempo e agradecimento que merecem, claro que não só nessas datas mas durante todo o ano.
Lembramos-nos no Natal, Passagem de Ano, Aniversários, dia do Pai, da Mãe, dos Avós, dos Amigos e porque não acrescentamos mais uma data, 11 de Janeiro, dia do Obrigado, para agradecermos com sinceridade, com justeza, com o coração, com o perdão. E desejar que o carinho, a dedicação, a bondade, o reconhecimento e o obrigado, não sejam apenas o cumprir de datas do calendário, mas que nos aflorem, naturais e espontâneos tal como se nos fossem uma brisa que emana do mais profundo do nosso ser. 
Eu, confesso, que também me esqueço algumas vezes de agradecer, de vos agradecer. Por isso, recebam este obrigada, não como uma flor, um ramo ou um jardim de flores, mas como uma inteira primavera.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Domingo de cachorro

A chuva dorme no colo do domingo,
Logo no dia mais belo da semana.
Desmorona-se tudo num só pingo,
E o frio dum vazio já do dia emana.

Deito-me num sofá desolado,
Todos os meus planos afogados.
Se a alma se deixa abandonada,
O olhar desce as ruas agrilhoado.

A minha dona bem me pede abraços,
Joga-me a bola, afaga-me o rosto.
Mas tudo me são tristes embaraços,
Todas a horas me são de desgosto.

Pedem-me os passos para caminhar,
Para as árvores já lhes tarda a visita.
Os prédios anseiam por ver-me passar,
E até o sol se entristece se não me fita.

Há cães que gostam do inverno escuro,
Até gostam deste céu que assobia ruidoso.
A mim colocam-me uma capa que esconjuro,  
Deixo de ser cão, de quase humano e feioso.

Eu que sou feito de ventos e vendavais,
Preciso de correr até à linha do horizonte.
Todos os dias me são uma prisão de iguais,
O domingo é a minha libertadora ponte.


sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Post.it: Cá estou

Cá estou de novo, aqui, numa manhã cinzenta de inverno, um cinzento que se entranha na pele, que nos penetra as emoções, que nos entristece o olhar. Que nos entorpece os sentidos, que nos rouba até o sorriso.
Cá estou de novo, aqui, nesta sequência de dias, de noites e esta chuvinha miudinha que não é nem deixa de ser. Molha a calçada, faz-nos escorregar e se a arte do equilíbrio não for das melhores, vamos mesmo ao chão, "magoando" a roupa, "sujando" a alma desta humidade. De vez em quando, vem um aguaceiro para nos "animar" e fazer despertar desta letargia. Então, corre-se para o primeiro toldo de café, entrada de prédio ou por debaixo de uma varanda que nos sirva de abrigo, aqui e ali, abrem-se chapéus-de-chuva que mais parecem cogumelos coloridos a despontar.
Cá estou, aqui, descendo os olhos sobre a rua, procurando em cada rosto um diferente, menos cinzento. Há quem goste deste tempo, quem lhe fique indiferente, quem caia e se levante a sorrir, quem escreva mensagens de amor nos vidro molhados, irritam-me! Invejo-as pela sua "louca" felicidade, pela leveza dançante dos seus pensamentos positivos, pelo "bom dia" que nos oferecem quase como quem oferece um bouquet de flores. "Bom dia", respondo, mas o que tem de bom? Esta dor de cabeça fruto da sinusite, rinite e outras (ites), enfim, "chatices". E depois, são os ossos doridos a manifestarem-se; as constipações, as depressões, etc., etc.
Cá estou de novo, aqui, é sexta-feira, que bom, amanhã é sábado, dizem os jovens à saída da escola! O que tem de bom? Quase me apetece perguntar, deve ser bom para eles que nada têm para fazer, apenas relaxar, dormir, sonhar e à noite ir para a borga, as mães tratam das tarefas domésticas, passar e lavar a roupa, que com este tempo não seca. 
Levar o cão que o filho  lhe pediu mas do qual não toma conta, a passear logo pela manhã, ouvir o marido a falar do trabalho, da bola ou de imposto para pagar e os filhos, bem, esses, pouco falam preferem mandas sms, "mãe vou chegar tarde, não te preocupes depois como qualquer coisa na rua", mas preocupo-me, faz parte de ser mãe!
Cá estou de novo, aqui, seja que dia for, em que lugar esteja, estou, pensando, por vezes sonhando, acreditando ou tentando, ser feliz. 
Porque há dias em que, também eu, sou como aquelas pessoas que trazem o sol dentro delas, quer faça chuva ou neve, têm o coração quente, quase ardente de paixão pela vida, por estar aqui. 
Quando estar aqui, significa que se pode fazer algo, por pouco que seja para ter e ser a luz de quem só vê e sente a escuridão. Cá estou de novo, aqui, felizmente...




terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Post.it: Bom Ano

Bom ano novo, um desejo, por vezes um desejo profundo, para que tudo seja diferente do ano (velho). Para que coisas novas aconteçam, ou para que as coisas velhas não voltem a suceder. E repetimos as palavras habituais, com Paz, Saúde, Amor… Esta época, curiosamente, ouvi e repeti, palavras que nos outros anos não eram tão usuais, pedi desejaram-me um futuro com Harmonia e Alegria. Num possível estudo sociológico, isto devia ter uma clara explicação, talvez estejamos menos exigentes, talvez estejamos mais conscientes, mais desejosos de harmonia na nossa vida, de mais alegria nos nossos dias. Com tantos acontecimentos maus, com tantas tendências negativas, ficámos tristes, muito tristes, por nós, pelos outros. Com tantas ameaças belicistas e instabilidade política, falar de Paz, talvez seja um desejo cada vez mais longínquo ou demasiado ambicioso, tornámos-nos humildes, desesperados e, pedidos de harmonia entre as nações e paz aos corações tornou-se o nosso maior anseio.
Desejar um Bom Ano Novo é apenas uma expressão, mas é também uma espécie de acreditar ou não no Pai Natal, quem sabe exista e realize os nossos desejos.  Mas depois da festa, chegamos a casa, abrimos a porta com um sorriso no peito que rapidamente esmorece, a roupa continua no monte por passar, as contas por pagar, o frigorifico avariado, a saúde de um familiar debilitada, as nossas dores, ainda doem.
No dia seguinte, o autocarro continua atrasado, os colegas continuam uns melgas, o chefe voltou a chegar com mau humor nem um bom dia nos deu. Ano novo, sim no calendário, de resto continua tudo igual… Tirando que estamos (tesos) gastámos mais do que podíamos, mais (obesos), comemos/bebemos mais do que devíamos.
Os festejos já lá vão, a realidade desperta-nos mesmo quando os olhos cansados por poucas horas dormidas se querem fechar.
Há ainda quem se (atreve) a lançar um (Bom Ano) misturado com o Bom dia de cumprimento matinal, respondemos automaticamente a mesma frase, por educação, por uma réstia de esperança que ainda nos envolve os sentidos. E lá subimos as escadas, descemos a rua, a vida, ainda bem, continua…
Este ano, tal como nos anteriores, carregamos o desejo, qual? Muitos, todos os que precisamos, acho que desejamos muitos na expectativa de que algum, nem que seja apenas um, nos aconteça… 
Mas este ano, estou tentada a fazer que algo nos seja diferente:  que neste ano, o desejar nos seja semente do querer. Um querer que regamos todos os dias, que alimentamos não só de esperança mas também de luta, de dedicação, de persistência, de vontade de continuar, de mudança. 
Que sejamos nós. Quem? Cada um que quer/precisa que a mudança  lhe aconteça. E se essa mudança não acontecer neste dia, neste mês, então, não desistam. Continuem a regar a semente e acreditem, quando chegarem ao fim deste ano vão ter uma árvore, com flores e com frutos. 
Os frutos do nosso trabalho, da nossa fé, da nossa capacidade em persistir e lutar pelos nossos desejos. No final deste ano quando regressarmos da festa, vamos encontrar algo diferente nas nossas vidas: nós, ao colhermos o que plantámos…