sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Post.it: Gastamos os anos

Gastamos os anos como se a eternidade fosse nossa. Achamos que no saco dos aniversários as bolas dos anos nascem em vez de diminuir. Adiamos a vida sempre à espera de uma nova e melhor oportunidade, desconhecendo que a oportunidade pode ser essa, que o momento que devemos agarrar e viver é esse. Que o futuro pode ser composto de coisas diferentes, o que não significa melhores. Agarramo-nos a desculpas forjadas na falta de coragem para lutar, para aceitar, para enfrentar. Cedemos ao nosso orgulho, esperamos que sejam os outros a lutar por nós. Que  sejam os outros a dar um passo definitivo. E se o outro tomar a mesma atitude? Seguimos em frente, engolimos a decepção, afastamos os resquícios de esperança, adiamos os sentimentos, adiamos a vida, quem sabe até a felicidade. Agarramo-nos a tentativas lógicas ou talvez ilógicas de que “não tinha que ser”, “não estava destinado” e tantas outras frases, subterfúgios, para nos auto-convencermos que a escolha não foi nossa, para dessa forma apaziguar a consciência que nos diz que tentámos, que lutámos, de braços cruzados. E assim vamos gastando os anos, como se a eternidade fosse nossa…

7 comentários:

  1. Anónimo4.2.11

    É mesmo verdade vivemos a vida como se o tempo fosse eterno. Embora estejamos sempre a falar da nossa mortalidade, é como as dietas é sempre amanhã. Um amanhã que esperemos chegue muito muito tarde.Bjs A

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  2. Anónimo4.2.11

    Depois de ler o teu post.it, fiquei a pensar, na sua razão. Adiamos tantas decisões, por receio de as tomar, por comodismo. Porque pensamos que acontecerá se tiver que ser, não adianta lutar, ou querer muito. O destino nos oferecerá o que já está para nos acontecer. Talvez devêssemos mudar. E pensar realmente que um dia a vida acaba e não a vivemos.Bjs Amália

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  3. Anónimo4.2.11

    Sou realmente assim, bem à português. “Não tinha que ser”. Lembro-me das histórias vividas, os sonhos que tive, alguns aconteceram, muitos não tive essa sorte. nem a coragem para ir à luta. Se fosse teria conseguido? e se depois não fosse isso que eu queria? Por vezes apenas queremos o que não temos. A vida ensinou-me a valorizar o que tenho e acreditar que a vida não é feita de eternidade mas a transformar cada momento numa agradável eternidade.Bjs Luís

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  4. Anónimo4.2.11

    Gostei muito da tua mensagem. Adiamos as decisões com medo de falhar. Mas por vezes temos que arriscar em viz de ficarmos a pensar como teria sido se tivessemos tido coragem para tal. Bjs C

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  5. Anónimo4.2.11

    Apreciei muito esta análise. Continuo e ver ne-las grande entendimento da vida. Uma maturidade e um crescimento bastante saudável.O que aqui leio, encontro no contacto com diversas pessoas. Noto a grande dificuldade em encontrarem motivos para lutarem. Começam mas facilmente desistem. Precisam dum objectivo, duma força, dum incentivo nem sempre fácil de encontrar e muito mais dificil de manter. Bjs Sandra B.

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  6. Anónimo4.2.11

    Quando li o teu post-it, quase me ri, revi-me nele, sou tão assim... Mas que fazer? Acho que um dia chegará a minha vez, talvez precise de encontrar uma forte razão para não desistir das minhas lutas, dos meus sonhos. Para acreditar que fazemos o nosso destino!

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  7. Anónimo4.2.11

    De vez em quando venho até aqui. Venho porque encontro afinidades, pensamentos que veem responder aos meus. Riu-me e choro com alguns. Adorei o Guardador de lágrimas, juntei às deles as minhas. Agora vai demorar mais na sua missão. Obrigada, minha amiga. Porque não a conhecendo sinto que a conheço desde sempre. Um grande abraço, Bernice

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