segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Desejos para 2020


Que o Ano Novo nos traga a força necessária para corrermos atrás dos nossos objectivos.

Que o Ano Velho se torne apenas uma lembrança e o Ano Novo a concretização da nossa esperança.

Que continuemos a cultivar bons sentimentos e perseguindo os sonhos que ainda não foram alcançados.

Que sejamos felizes desde o primeiro ao último dia repetindo o mesmo no ano  seguinte.

Que neste Novo Ano os nossos sonhos sejam tão grandes quanto a vontade de os realizar.

Vamos deixar no Ano Velho tudo o que de mau nos aconteceu e levar para o Ano Novo apenas a vontade  de conquistar coisas boas.

Que façamos das próximas 365 páginas da nossa vida um livro que sempre tenhamos prazer em reler.

Jamais haverá Ano Novo se continuarmos a repetir os erros dos anos velhos.

Que o Ano Novo tenha a dose certa de:

Esperança, perseverança, ousadia e de alegria.



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Não adianta


Não adianta querer,
Que o sol esteja triste,
Ou na nuvem esconder,
A dor que em ti persiste.

Não adianta,
O vento vai soprar,
O sol vai brilhar,
Não fiques parada,
À mágoa agarrada.

Não adianta,
Querer esquecer,
Não adianta,
Lembrar,
Não adianta,
Sofrer,
nem chorar.

Deixa o coração,
Navegar,
Deixa a recordação,
Se apagar.

Deixa a vida,
Caminhar,
Deixa a ferida,
Sarar.


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Post.it: Sem asas


Quando nos tiram o chão ficamos sem poder caminhar, em redor surge como que um nevoeiro, não daqueles que nos aconchega mas o outro, aquele, quase tenebroso, que nos isola de tudo o resto. Que nos deixa numa margem distante de tudo o resto, como se já não pertencêssemos ali.
Procuramos desesperadamente o nosso lugar no  conforto  do passado esse tempo em que tudo nos era perfeito, os risos, os olhares, a vontade de realizar sonhos mesmo que acordássemos a meio deles e nunca os concretizássemos, nada nos demovia havia sempre outros para construirmos.
Era o futuro a chamar por nós, era cada amanhã, fonte inesgotável de energia onde tudo nos parecia eterno. Podíamos gastar, esbanjar sem receios, sentíamos que tudo em nós se renovava mais forte, mais rico de esperança.
 Quando foi que tudo foi que tudo isso mudou, que a fonte da juventude secou, que nos roubaram os sonhos, que nos aniquilaram as quimeras, que nos secaram as primaveras antes de florir, quando foi que as andorinhas escolheram outros rumos e deixaram de nos visitar.
 Quando é que as ondas deixaram de nos banhar e as dunas se tornaram cidades à beira mar. Quando foi que o farol se apagou, que a gaivota se silenciou.
São as fases de uma vida feita de socalcos, feita de ventos, tormentos, doces momentos, alguns lamentos. Somos nós, atando e desatando os confusos e intrincados nós de cada dia para conseguir por fim descansar nos braços da noite. Precisamos de nos encontrar, algures, onde estejamos, perdidos que estamos da criança que fomos. Precisamos de voltar a sorrir, voltar a acreditar, voltar a sonhar.  Talvez ainda não seja hoje, nem amanhã, desde que continue a haver muitos amanhãs solarengos dentro de nós, um dia as andorinhas hão-de voltar.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Post.it: Pouco o bastante


A cada pouco vou agradecendo.
A cada gota de chuva que cai descendo a vidraça da janela.
A cada raio de sol que me entra de mansinho no quarto ainda adormecido da manhã.
O tic tac sonolento do relógio pendurado na parede solitária e branca.
Um que vai tentando encontrar o  compasso do meu coração, corre para o apanhar, mas é ultrapassado pelo galope de uma pradaria imaginária.
Cada vez que me levanto e caminho, os meus passos desenham estranhos destinos, gratos por cada pé que ante pé e outro que lhe sucede.
Ou quando abro os olhos e vejo o meu pequeno universo espacial cuja dimensão é irrelevante, tem o tamanho ideal de um abraço, tem a proporção ideal quase perfeita de um aconchego.
De repente tudo ganha um novo sentido, o que era pouco parece-me tanto, ou pelo menos, o bastante para existir e ser suficientemente feliz.