quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (7)

A notícia espalhara-se pelo reino e todas as fadas estavam consternadas com a situação e receosas das suas possíveis consequências. O tempo de conflito com os seres brilhantes deixara marcas em praticamente todas as famílias do reino mágico das fadas e ninguém desejava voltar a passar pela mesma aflição. Ainda assim, havia grande número de fadas e magos nas margens do lago, verificando todos os terrenos que ladeavam a barreira de espinheiros e até havia quem se aventurasse no próprio areal, procurando entre a vegetação das dunas, não fosse a princesa ter sofrido qualquer acidente e encontrar-se caída e a precisar de ajuda. Muitos usavam mesmos os seus poderes mágicos para ampliar as capacidades de visão e audição e outros, mais temerários, voavam baixinho sobre as águas costeiras do lago das mil cores, tal era a vontade de encontrar a princesa que, apesar da sua maneira de ser, sempre inquieta e à procura de aventuras, era querida da população e todos desejavam que se encontrasse bem e regressasse o mais rapidamente possível.
Os vigilantes do lago, a certa distância, escondidos nos pássaros azul-esmeralda que, ao longe, quase nem se viam do lado das fadas, mantinham-se atentos a todo aquele movimento. E também já se tinham apercebido do corpo militar de magos alados e fadas-dragão, muito velozes e com grandes poderes que, discretamente e misturados com a população, se encontravam a vigiar as águas do lago que, com todo aquele movimento se agitavam numa ondulação suave mas inquieta e ululante, que realçava ainda mais os milhares de tonalidades das suas mil cores.
Os vigilantes informaram os serviços de defesa da ilha sobre esta agitação e, como prevenção, foram enviados para o lago os pequenos robotixis, muito leves e quase transparentes, que os engenheiros do centro de estudos e tecnologia avançada da ilha haviam criado e que tinham muitas capacidades especiais: andavam, nadavam, voavam e eram programáveis - podiam realizar desde pequenas tarefas domésticas até aos mais especializados trabalhos de produção e às missões de pesquisa, que incluíam incursões de recolha de informação no reino mágico das fadas. Os que, agora, se juntaram aos vigilantes, eram especializados em missões de vigilância e possuíam sofisticados dispositivos de defesa e ataque não letais.
Por sua vez, o corpo militar do reino mágico das fadas também observava a discreta presença dos vigilantes e dos robotixis e informara a corte e a rainha Amada da sua presença.
Na ilha dos seres brilhantes, o conselho de decisores e o Guardião com os seus especialistas, analisavam a situação, enquanto no reino mágico das fadas, a corte e a rainha faziam o mesmo. De um lado e do outro ninguém desejava um conflito, mas o receio e a desconfiança aumentavam.
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Continua
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No reino mágico das fadas (8)

5 comentários:

  1. Anónimo17.2.11

    A história da fada Marbel está a ficar muito comprida. Quando é que vamos saber se a princesa se salva? Ainda vai haver uma guerra! Estou curiosa. Patrícia.

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  2. Anónimo17.2.11

    Voltei ao reino da magia e do lago das mil cores. Um mundo facilmente imaginável a partir da tuas descrições. Estou a gostar muito desta fantasia. Mas continuo à espera do final romântico. Bjs. MJ

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  3. Anónimo17.2.11

    Que história tão fantasiosa. Fadas dragão nunca tinha ouvido falar e centros de pesquisa comportamental e rainhas amadas também não. Muito menos de conselhos decisores com bom senso e boa fé em relação aos inimigos. É mesmo um mundo estranho o que inventaste. Só uma pessoa optimista e positiva como tu se lembraria de criar um mundo assim, tão colorido e afectuoso. É bom ainda haver quem nos faça sonhar com um mundo diferente. Vou acompanhar o desenrolar da aventura. Um abraço grande. Isba

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  4. Anónimo18.2.11

    Procurava uma história de fantasia sobre fadas e reinos mágicos para os meus alunos da pré-escolar.
    Gostei desta e do blog. E vi que és professora pelo 1º comentário. Parabéns, colega! Vou acompanhar a história e lê-la com os meus pequenos.
    Bjs. Antonieta

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  5. Anónimo18.2.11

    Minha amiga a história continua a desenrolar-se com beleza descritiva e imaginação. Gosto das ideias subtis que deixa escapar nas entrelinhas: a discreta vigilância para evitar mal-entendidos, a preocupação por uma jovem apesar do seu comportamento desagradável,a evolução para uma sociedade esclarecida e pacífica, a beleza dos espaços cheios de matizes e tonalidades e com movimento que gera melodias, as nuances que cores e ruídos adquiriem de acordo com os sentimentos e estados de espírito. Saboreio o seu texto, as palavras e os significados que se escondem nas entrelinhas. Continue a fazer-nos passear por esse mundo de fantasia, sem pressa de voltar ao real. Afinal é tão bom sonhar. Bem haja minha amiga. Luiz Vaz

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