quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (4)

Todos fizeram silêncio quando a rainha Amada, uma fada muito bela, de porte altivo e seguro, mas com expressão gentil e amável, se dirigiu às fadas conselheiras:
“Caras amigas, sinto-me consternada pelo motivo que me levou a chamar-vos aqui e que já é do vosso conhecimento. A princesa Marbel, contrariando tudo o que lhe foi ensinado, cometeu um acto irreflectido que espero não venha a ter consequência graves para o nosso reino. Há muito que não interferimos em nada para lá da barreira de espinheiros, no lago das mil cores e na ilha dos seres brilhantes e eles também parecem ter-nos esquecido. Tudo estava bem assim, até hoje de manhã. Marbel conseguiu iludir a vigilância e tudo indica que se dirigiu ao lago das mil cores. O meu coração está em sobressalto por não saber nada da minha filha e prever o pior e enche-se de temor pelas consequências que tudo isto pode trazer ao nosso reino.”
A rainha calou-se e a sala ficou em silêncio por largos momentos, até que a conselheira-mor, a fada Gentil, de olhar profundo e purificado pelos mil anos já vividos, falou:
“Majestade, por enquanto não temamos o pior. Sugiro que, para prevenir, se envie uma missão secreta à ilha dos seres brilhantes, usando os modernos poderes de invisibilidade e imunidade ao brilho mortal, para descobrir onde está Marbel e como se encontra.”
A fada Astuta, responsável pelos serviços de segurança do reino, pediu a palavra e falou assim:
“Minha rainha, venerando fada Gentil e todas as conselheiras, concordo que não devemos ainda contar com o pior, até porque os meus informadores - os jovens magos, filhos das fadas aladas - há mais de duas centenas de anos que não detectam qualquer acção beligerante por parte dos seres brilhantes nem nenhum movimento seu fora da ilha. Parecem ter-se tornado seres pacíficos ou, pelo menos, apenas interessados no seu território. Por isso, concordo com a veneranda fada Gentil e já tomei a liberdade de escolher, de entre os muitos que se ofereceram, seis dos jovens magos mais hábeis a usar os modernos poderes. Porém, existe um perigo que não sei se poderão contornar – há um ser na ilha que se transforma e tem a estranha capacidade de detectar o movimento. Os investigadores da Universidade Real já desenvolveram uma protecção contra esse poder, mas ainda não foi experimentada. Assim, temo que os jovens magos voluntários possam ficar expostos à prisão ou mesmo a pior sorte e que a situação da princesa Marbel se torne mais grave.”

Ouviu-se um burburinho pela sala. Todas as fadas trocaram opiniões até que a rainha Amada se levantou e se fez completo silêncio.
“Temos de arriscar, pois não há alternativa. Alguém tem uma opinião contrária?”
Ninguém se manifestou, pelo que a rainha deu ordem para que a missão de salvamento começasse.

Enquanto isso, na ilha dos seres brilhantes, Marbel, completamente imóvel e sem conseguir abrir os olhos, começava a sentir-se mal, cheia de medo e com vergonha do que sua mãe estaria a pensar dela nesse momento. Começava a desesperar quando ouviu novamente a voz calma do Guardião, forte mas sem agressividade, dirigir-se a alguém que não ela:
“Entre, professor Inventix. Muito me apraz conhecê-lo e saber que considera aperfeiçoada a magia que permite ler o pensamento. Pode ser que nos ajude a descobrir o que esta fada pretende da nossa ilha.”
Marbel ficou alerta e pensou que tinha de encontrar forma de controlar os pensamentos e tentou inventar uma história inocente e bela que pudesse valer-lhe a libertação. Mas seriam eles ingénuos ao ponto de acreditarem?
...............
Continua
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4 comentários:

  1. Anónimo9.2.11

    Continuo acompanhando a sua história com entusiásmo. Sempre gostei de história encantadas, que nos levam para lugares onde os sonhos podem acontecer. Obrigada, bjs, Leonor

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  2. Anónimo9.2.11

    A fantasia é o alimento dos sonhos, a energia da esperança. Por isso gosto das suas histórias, nelas reencontro a capacidade de sonhar. Cumprimentos, Antero

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  3. Anónimo9.2.11

    Oi! Curitibas continua a acompanhar vocês! Nossa, que história original! fadas e seres brilhantes, fadinha desobediente, guardião gentil e rainha amada. Estou gostando e ficando curioso. Continue e não esqueça de seguir meu conselho: submeta sua escrita a um júri literário, você tem grandes hipóteses! Um abraço.

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  4. Anónimo10.2.11

    Minha amiga continuo a seguir a sua fantasia com agrado - há muito tempo que não lia nada deste género e sabe bem descontrair. Estou curioso quanto aos seres brilhantes. Donde lhes vem o brilho? E tenho inveja da longevidade das fadas e dos nomes que elas usam mas mais ainda dos seus poderes sobretudo do que lhes permite voar. É bom sonhar consigo. Bem haja. Luiz Vaz

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