segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Post.it: O verdadeiro Eu

Quando nascemos, os pais projectam em nós as suas ambições, o que eles nunca foram ou o que desejam que nós sejamos. Depois vêm os outros, os amigos e aquilo que eles esperam de nós. Surge então a questão: Será importante alterarmos o nosso comportamento para melhor nos ajustarmos ao que o mundo espera de nós? Se o tentamos fazer, ficamos com a nossa conduta essencialmente à mercê do meio social que nos rodeia e condiciona. E vamos tentar sempre estar em consonância com o que os outros desejam que sejamos. Isto parece complicado, sobretudo se tivermos em conta que ao longo da vida nos deparamos com diversas pessoas e cada uma delas com perspectivas diferentes, o que nos obrigaria a permanentes reajustamentos. Seria bom questionarmos, será que os outros nos vêm tal como somos? A  verdade é que criam “modelos” daquilo que apreendem sobre nós, através das nossas acções. É importante que existam estes ajustes, é importante que respeitemos a liberdade de cada um, desde que esta não invada a nossa. Mas tão ou mais importante do que os outros pensam e sentem sobre nós é o que nós pensamos sobre a nossa pessoa. Se por um lado não devemos ceder a um crescente narcisismo, por outro não podemos anular totalmente a nossa auto-estima. Também é verdade que não podemos tornarmo-nos um ilha e cair no isolamento. O ideal é sempre o meio termo, compreender que a análise dos outros sobre nós é sempre um reflexo das nossas atitudes exteriores, mas só nós é que sabemos o que somos e como gostamos de ser, nas nossa fraquezas e virtudes. Conjugando todos os elementos e exteriorizando-os para revelar o nosso verdadeiro Eu.

10 comentários:

  1. Anónimo21.2.11

    Somos seres em permanente construção. Isso não faz de nós pessoas de fraco carácter, talvez pelo contrários, revelamos capacidade de adaptação e crescimento. No entanto o que seria algo benéfico pode constituir um risco quando nos deparamos com pessoas que pela sua ascendência querem “moldar-nos a seu belo prazer e um dia quando partem da nossa vida deixam-nos meios perdidos e quase sem capacidade de resolver os nossos problemas. Temos, por conseguinte de crescer por dentro sem permitir demasiadas influências por parte dos outros. Avaliar, ser criterioso e aprender sem deixarmos de ser pessoas autónomas na nossa personalidade. Afinal aquilo que nos distingue uns dos outros.Bjs Sandra B.

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  2. Anónimo21.2.11

    Gostei muito de ler este post, gostei sobretudo de encontrar nele questões que já tenho colocado a mim própria. Como me vêm as pessoas à minha volta? O que esperam de mim? Conhecem-me realmente? É como tu dizes, por vezes deixamos que nos julguem erradamente, noutras tentamos agradar a gregos e troianos a acabamos por não mostrarmos quem realmente somos. Beijocas C.

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  3. Anónimo21.2.11

    Uma reflexão muito profunda, que apreciei. Sobre a questão, compreendo e aceito que a opinião dos outros sobre nós é até certa medida um reflexo do que lhes transmitimos, mas não deixa de ser igualmente a atenção que os outros nos dedicam a sua apreciação. Mas quanto deles e da sua experiência perpassa para a sua análise? Bjs José

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  4. Anónimo21.2.11

    É engraçado a coincidência do surgimento deste texto, porque estou a fazer um trabalho sobre a forma como as pessoas (amigas ou não nos olham e apreciam) O que pensam as pessoas sobre ti? É o titulo, olhei-o duma forma ligeira, respondi de imediato sei lá! Ou quero lá saber. Depois de ler este texto, vou inspirar-me nele e tentar perceber o que cada pessoa pensa sobre mim e o porquê. Bjs

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  5. Anónimo21.2.11

    Curioso este assunto, nunca tinha pensado sobre isso, normalmente não ligo para estas questões. Mas realmente há situações que me chateiam quando as pessoas dizem, és mesmo assim, é mesmo coisa tua. E na verdade nada tive a ver com a questão. Mas porque tenho que ser eu? Agora percebo que são as leituras que fazem sobre nós, daquilo que em certa medida lhes transmitimos
    Sinceramente, é coisa que não me preocupa, para mim cada um é como é. Se sou eu que faço essa leitura? Talvez, mas na verdade, ligo pouco para essas coisas, relaciono-me com as pessoas, mas não me pergunto como são ou deixam de ser. Não me cabe a mim julgar ou criticar, se estão bem assim e não colidem com a minha maneira de ser, tudo bem. Bjs Luis

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  6. Anónimo21.2.11

    Este texto é muito peculiar pela questão que aborda. Já me tenho sentido muito pressionado por amigos e outros, que me dizem, tens que mudar. És demasiado certinho. Ou outras coisas do género. Por momentos dou-lhes razão, mas depois, digo para mim próprio “há quem goste de mim assim” e só isso me importa. Bjs Fernando

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  7. Anónimo21.2.11

    Costumo seguir o teu conselho “sentes-te bem assim? então não mudes. Os outros que te aceitem como és. Se não aceitarem então não são amigos, esquece-os” Quando me deste este conselho, pensei. Esta mulher é doida! Quem é que pode ser assim tão racional a agir? Mas tenho praticado e tem dado resultado. Por isso partilho-o com todos aqueles que o queiram seguir. Bjs Amália

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  8. Anónimo21.2.11

    Há pessoas que só sabem criticar os outros, apontar-lhes defeitos. Gosto de usar o exemplo de uma mão que com um dedo aponta os outros mas os restantes apontam para si. Que tal olharem bem para a vossa mão quando apontam para os outros?

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  9. Anónimo21.2.11

    Minha querida, escute os meus 76 anos, joviais e atentos. Já passei por muitas situações, houve pessoas que admirei e por elas deixei-me influenciar. Por umas bem, por outras nem tanto. Já amei e por amor anulei-me, queriam que eu fosse assim ou assado. Quando o amor chegava ao fim, ficava sem saber quem era. E era cada vez menos. Passei por psicólogos e psiquiatras, perdi meses, anos da minha vida entre medicações que me adormeciam e acordavam. Mas aprendi, que as pessoas se gostam de nós têm que nos aceitar como somos. Claro que numa relação tem de haver pequenas cedências, que no fundo não passam de adaptações, que ambos devem fazer por respeito ao outro. Mas temos que nos manter inteiros, para que no final tenhamos forças para continuar a nossa vida. Obrigada por falar deste tema. Beijos grandes Adelaide

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  10. Anónimo21.2.11

    Admiro-a no que escreve e como escreve. Os seus textos são bonitas apreciações, em alguns casos verdadeiras lições de vida. Este não foge à regra, uma apreciação muito lúcida sobre uma temática que muitas vezes nos esquecemos de fazer. Desenhamos os outros sem nos darmos ao trabalho de verificar se essa pessoa é mesmo assim ou se apenas responde aos nossos estímulos. Outros agem de forma inversa não aprofundam esse conhecimento, depois desculpam-se dizendo que nos aceitam como somos. Na verdade nem querem saber. É uma forma cómoda de se relacionarem como os outros. Continue assim. Um abraço, Antero

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