sexta-feira, 29 de junho de 2018

Venha S. Pedro



Venha S. Pedro logo a seguir,
Para a grande festa continuar.
Pela nossa equipa vamos pedir,
Para o mundial de futebol ganhar.

Santo António nos afine a pontaria,
São João faça sempre a bola entrar.
São Pedro que nos dê a alegria,
De termos muitos golos para festejar.

Um sopro no ouvido dando-lhes a direcção,
E  os Santos dando-lhes asas nos pés.
Portugal pode assim tornar-se campeão,
Vencendo no futebol como venceu as marés.



sexta-feira, 22 de junho de 2018

Noite de S. João



S. João, S. João,
A noite hoje é toda tua.
Neste Porto campeão,
De alegria até ao partir da Lua.

S. João, S. João,
Meu santinho popular,
Tens em cada coração,
Um recanto e belo altar.

Com balões e martelinhos,
E alho-porro erguido na mão,
Ergam os copos venham os vinhos, 
Que hoje é dia de alegre celebração.


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Lisboa de Sto. António

Lisboa linda  cidade,                                                
De manjerico na janela.
Lisboa de eterna mocidade,
Cada ano parece mais bela.

Santo António quando a vê,
As suas ruas cheias de gente.
Homem de fé, quase nem crê,
Nesta Lisboa tão contente.

Feliz por ser visitada,
Por pessoas de todo o mundo,
Lisboa abre o coração encantada,
E guarda-os a todos lá no fundo.



sexta-feira, 8 de junho de 2018

Post.it: Tudo muda

A vida é feita de mudanças, tudo muda, desde que nasce até que perece. Tudo sofre uma mutação, nuns, uma mera substituição, uma espécie de permuta, algo se altera, por vezes uma simples troca, ou quem sabe, uma renovação.
A verdade é que tudo muda, o tempo passa e tudo fica diferente, até o tempo que nos acompanha. 
Pequenas ou grandes metamorfoses, singulares ou múltiplas transferências, numa quase transposição, mas que se modifica, modifica.
Uma mudança é sempre uma inovação, algo que varia da forma original, tão diferente, tão igual, tão quase genética, um quase nada, uma regeneração, o cumprir de um caminho.
Afinal estamos cá para isso, ou talvez não. E tudo nos seja sequência, consequência... Do que fizemos, do que escolhemos, dos dias de chuva em que mudando o nosso percurso, procurámos abrigo, dos dias de sol em que prosseguimos sem preocupação, sem decisão, deixamo-nos apenas ir, sem vermos as sombras porque tudo nos é luz.
De repente uma pedra, de repente, um momento, um motivo, uma queda, uma mudança de direcção e de repente, tudo muda…
Paramos, olhamos, sentimos, rimos, choramos, levantamos-nos sozinhos ou com ajuda. Basta isso, tanto ou tão pouco, um instante e, o olhar deixa de voar e aterra abruptamente no chão.
O depois, sabe-se lá, cada um terá a sua história, talvez esqueça, talvez lhe fique na memória, apenas se sabe que algo em nós mudou.
Foi o destino, para quem acredita nesse culpado, para mim, que sou mais terra-a-terra, foi uma simples distracção, não perco tempo com porquês, não procuro causas, apenas soluções. Se as houver… Dizem. 
Pronto,  lá vem o pessimismo! Claro que há, há sempre, chama-se mudança. Porque a vida é feita de mudanças.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Post.it: Tenho medo

Escreviver, gosto desta palavra, expressão do meu existir, porque sim, escreVivo, hoje agora, para, quem sabe, permanecer viva. Viva na tua memória, mesmo que apenas em tom de história. Porque confesso, tenho medo de morrer, não de perder a vida, mas de me perder de ti, que me esqueças. Que deixe de ter um lugar na tua vida, no teu coração, onde gosto tanto de me aconchegar nas noites de inverno e acreditar que não é o frio que nos une nesse abraço, mas o desejo de que as primaveras continuem a florir-nos em cada amanhecer.
Tenho medo que um dia tudo isso acabe, que os sentimentos nos abandonem, que a paixão nos seja uma onda que perece na praia e, que de repente, a minha vida se transforme num árido deserto e eu, apenas uma ilha, rodeada de solidão.
Escrevo, numa corrida contra o tempo, um tempo marcado pelo bater do coração, e se o teu se descompassar do meu, seguindo outro ritmo, outro rumo? Talvez consiga na escrita encontrar as palavras que te desenhem tal como te sinto e mesmo que toda a beleza um dia finde ao olhar, na escrita ela ficará, eternizada como uma pintura com os suaves traços de um aspirante a Renoir na força das palavras.
Triste ambição a minha, porque sei que nunca te poderei aprisionar nas linha de uma pálida folha.  
Nem tão pouco te posso deter  porque és como água que escorre por entre os meus dedos,  livre de seguir o seu caminho para o mar por entre rios que te afastam de mim.
 Outras vezes sinto-te fugaz como uma ave que abre as asas e enceta um voou rumo ao horizonte e nele se torna luz, depois sombra, e por fim ausência.
Por tudo isto tenho medo, não que vás e não regresses, mas que quando fores não me leves e quando regresses não me encontres dentro de ti. 
Então calo as palavras, rasgo a escrita, risco cada traço, tudo isto são apenas grilhões e tu mereces toda a leveza que me vai no coração. Calo a razão e confesso a este silêncio que me é fiel, tenho medo, muito medo, de viver sem o teu amor…


sexta-feira, 1 de junho de 2018

Post.it: Vou sentar-me na tua cadeira

Hoje, vou sentar-me na tua cadeira, vestir a tua roupa, calçar os teus chinelos. Hoje vou dormir na tua cama e acordar antes do sol se levantar, tomar os teus filhos como meus, chama-los uma a um com um beijo, preparar-lhes o pequeno almoço e levá-los à escola. Antes disso, vou passear o teu cão, deixar-me arrastar por um caminho que só tu e ele conhecem.
Hoje vou para o teu trabalho, enfrentar a tua rotina de chefes e colegas, de papéis cuja ordem só tu sabes por uma experiência de anos que torna fácil o que a mim me parece complicado e difícil de fazer. Almoçar ou talvez não, quantas vezes me disseste que nem tinhas tido tempo para almoçar, e eu pensava, que disparate, que falta de organização! Mas não, por vezes é mesmo assim, as tarefas são-nos exigidas e o dia não tem mais de 24 horas.
Está na hora de ir buscar as crianças à escola, de as levar ao ginásio, hoje é o dia da consulta do mais pequeno, não posso esquecer que tenho de levar o mais velho à explicação de matemática. E o trânsito que não anda e os semáforos que hoje estão todos vermelhos e o estacionamento que é quase como procurar uma agulha no palheiro.
Horas depois, finalmente o regresso a casa, ao descanso, mas depois de fechar a porta da rua, recomeça o reboliço, os banhos, meninos cuidado não se magoem com as brincadeiras! O jantar por fazer, o cão que salta à minha volta, já passa da sua hora de ir à rua. Espera, vou gritando em desespero, uma coisa de cada vez, vais à rua depois das crianças jantarem. Até vai ser giro, um passeio relaxante, não achas? Mas o Buddy, não concorda comigo e acha que deve ser tudo na ordem inversa. Pronto, venceste, primeiro o teu passeio higiénico, depois o banho das crianças, o jantar, lavar a loiça e sentar-me no sofá a ver um pouco de televisão. Parecia um bom plano, mas o sentar no sofá, raramente acontece, depois do jantar é a hora da partilha, cada um conta um pouco do seu dia e depois está na hora de irem para a cama, de confirmar se os dentes foram lavados, de os aconchegar, de lhes dar um beijo na face rosada e deixar sobre a cadeira a roupa que vão vestir amanhã.
Agora sim, o sofá é meu, digo eu e semelhante pensamento tem o Buddy, o golden retriver que é mais rápido e de um salto estende-se todo sobe as almofadas. Ok, vou para a cama, assim, como assim, se me deitasse no sofá adormecia de imediato.
O despertador toca, já é manhã, está na hora de acordar o dia, as crianças, a vida, a tua vida. Só então percebo o quanto é difícil, a força e a coragem que tens para a viver. Invejo-te, não o que tens, mas o que és.
E penso, de vez em quando todos nós devíamos calçar os sapatos dos outros, antes de os julgar, criticar, devíamos ajudar, devíamos agradecer-lhes o existirem, tal como são.