segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (8)

Entretanto, os jovens magos voluntários, dentro da sua bolha invisível tinham encontrado uma abertura no edifício rosa e lilás da clareira e encontravam-se, agora, num túnel estreito e tenuemente iluminado por uma luz bruxuleante, que mudava de tonalidade ao ritmo do ruído electrónico e vagamente irritante que as paredes e o tecto abaulado produziam, no seu movimento lento e ondulante.
A bolha flutuante transportou-os pelo túnel até uma sala oval, em matizes de verde, ampla e semi-iluminada que, à primeira vista, parecia completamente vazia. Mas, quando os seus olhos se habituaram à penumbra da sala, os jovens magos verificaram que havia inúmeros aparelhos incrustados na parede, com milhares de botões e etiquetas com sinais de um código estranho para eles. Pareceu-lhes uma sala de controle e, por isso, tentaram interpretar o significados dos aparelhos e respectivas indicações. Uma das etiquetas apresentava um desenho. Carregaram no botão correspondente e a parede oposta iluminou-se, mostrando o que parecia ser uma planta do edifício, onde se via, numa espécie de filme de cada compartimento. Os jovens magos desconfiaram um pouco da sorte, mas resolveram arriscar e registaram mentalmente o caminho até à única sala onde lhes pareceu descortinar um vulto humano deitado que consideraram poder ser a princesa Marbel. Dirigiram-se para aí, tentando ser rápidos, pois sentiam que a magia protectora começava a enfraquecer.
“Já sabemos onde estão! Eu disse-vos que resultaria!”. Era o professor Inventix que, no mostrador do seu bloco electrónico, vira acender-se o painel luminoso da parede da sala oval dos painéis.
“Excelente ideia, professor!” – cumprimentaram – os vigilantes que o acompanhavam “com toda a certeza vão dirigir-se para a sala lilás onde se encontra a princesa. Temos de selar a entrada”.
Mas o professor Inventix não concordou:
“Não! Deixemos que cheguem até à princesa! Quando ela for movida, saberemos que se encontram no aposento e ai, sim, selaremos a sala!”
Todos concordaram e ficaram atentos ao visor do bloco electrónico, à espera de que surgisse o sinal de qualquer movimento.
A fada Marbel, no escuro, cansada de estar na mesma posição e temerosa do que lhe reservava o futuro, arrependia-se amargamente de ter iniciado aquela aventura. Percebera que não conseguira enganar o leitor de pensamentos e irritava-a que os seus captores a julgassem pouco expedita e fácil de enganar. Na verdade, ela própria concordava com esta descrição, o que a aborrecia ainda mais. De repente, sentiu um calor reconfortante junto de si e, sem saber porquê, sentiu-se segura e amparada. “Princesa Marbel! Está bem? Fizeram-lhe mal?”
Marbel não pôde responder, mas os olhos, mesmo vendados, encheram-se-lhe de lágrimas. Tinham vindo salvá-la!
…………….
Continua
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4 comentários:

  1. Anónimo21.2.11

    Grande história! Onde é que vais buscar estas ideias todas, prima? Tens de escrever uma sobre os lobisomens e abisarmas de Alhões! Continua, quero saber como acaba a fantasia. Bjs.

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  2. Anónimo21.2.11

    Acabei de ler toda a história do reino das fadas e acheia-a muito interessante pela descrição de um mundo diferente e de seres tão estranhos e, simultaneamente, tão semelhantes a nós, mas principalmente pela subtileza das mensagens implícitas de procura de paz e perfeição. Gostaria de ver os dois reinos unidos: seres brilhantes e pacíficos e fadas com uma rainha Amada, daria um mundo perfeito!
    Vou passar mais vezes por aqui!

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  3. Anónimo22.2.11

    Minha amiga, gosto desta aventura num mundo mágico onde quase tudo é possível. Reli toda a história seguindo as ligações automáticas e apreciei mais que da primeira vez. Senti-me transportada a um filme de ficção científica, com cenários irreais e seres estranhos e muito mais à frente. Acho que tens futuro como contadora de histórias e, claro, sempre com um fundo de pensamento profundo. Bjs. Isba

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  4. Anónimo22.2.11

    Minha amiga a sua história continua a fazer-me companhia e gostei das ligações que fez. Pude ler facilmente todos os excertos para melhor recordar todos os passos da aventura. Bem haja. Luiz Vaz

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