segunda-feira, 28 de março de 2022

O infinito

 


Eu quero o infinito,

Um tempo sem hora,

No emudecer de um grito,

Em que só existe o agora.

 

E tudo no instante acontece,

E se torna puro pensamento,

A noite não dorme, nem o dia amanhece,

Tudo são estrelas do firmamento.

 

Nem a chuva cai,

Nem o vento sopra,

Nem na queda há um ai,

Que estrague a beleza da obra.

 

Eu quero a eternidade,

Condensada num segundo,

Em que nos espreita a felicidade,

Por um recanto do mundo.



segunda-feira, 21 de março de 2022

A paz da primavera

Quero flores,

Com risos de criança.

Quero amores,

Com abraços de esperança.

Quero sinos a cantar,

Canções de liberdade.

Quero pássaros a dançar,

Melodias de felicidade.

Quero o som do silêncio,

Sem sirenes de guerra.

Quero que a paz seja pousio,

Em cada coração que a espera.

Para que a primavera possa florir,

Para que o medo tenha fim.

Para que a dor possa partir,

E a vida seja um pacífico jardim.



terça-feira, 15 de março de 2022

Post.it: Nunca seremos os mesmos

Nunca mais seremos os mesmos, 
depois de termos sido crianças, adolescentes, 
de termos vivido momentos e experiências irrepetíveis.
Depois das lágrimas e das gargalhadas. 
Depois dos caminhos por onde andámos.
Das pessoas que conhecemos, 
dos amigos que ganhámos e perdemos.
Depois de tanta felicidade entrelaçada com um q.b. de infelicidade.
Depois de todas as vitórias e derrotas. 
Depois do que aprendemos e do que esquecemos. 
Depois das partidas e chegadas. 
Depois das decisões e indecisões. 
Depois de todos os sins e depois de todos os nãos. 
É verdade, nunca mais seremos os mesmos. 
Renovamo-nos a cada instante, a cada manhã em
que despertamos com novas resoluções, 
depois de abandonarmos os medos e cansaços 
da noite anterior. 
Somos como um rio cuja água que passa por 
baixo da ponte nunca é a mesma.
Nós, depois de tudo o que passamos,
depois de tudo o que vivemos, nunca, 
mas nunca mais seremos quem eramos antes, 
nem seremos mais o que somos depois.


segunda-feira, 7 de março de 2022

Post:it. A guerra

Numa guerra perde-se sempre!
Perdem-se vidas, perdem-se lares, empregos.
Perdem-se amigos, pais, filhos, irmãos, tios, primos, avós.
Perde-se o passado, perde-se o futuro.
Perdem-se os sonhos, perde-se a alegria do amanhecer em cada dia.
Numa guerra perde a Liberdade. 
Perde o País, perde o Mundo. 
Numa guerra vence o medo, a dor, a tristeza, a impotência.
Vence a destruição, a fome, a solidão. 
Vence a imposição, a aniquilação. 
Mas o que vence não deixa em ninguém a sensação de vitória mas de fracasso, de derrota.
A guerra escraviza as vontades, desumaniza os seres.
A guerra mata o amor, a boa vontade, a solidariedade. 
Obscurece os corações, neutraliza as emoções. 
A força da guerra é o ódio, a ganância, a raiva, a inveja, a intolerância, o egoísmo, a pequenez. A incapacidade de encontrar em si a coragem para respeitar o outro na sua diferença.
Só faz a guerra quem não consegue idealizar a felicidade de viver em PAZ!