quarta-feira, 30 de março de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (21)

No seu íntimo, Ansiex regozijava-se pela ideia que tivera e desejava que os seus planos resultassem. A esta hora, tinha todos os caminhos de saída e entrada na ilha vigiados, para interceptar e alterar qualquer mensagem. Preocupava-o o facto de os dois jovens magos terem conseguido chegar ao conselho sem os seus colaboradores os terem detectado. Pensou que deveria ter sido pela tal magia protectora de que o professor Sabax lhe tinha falado. Porém, não se preocupou muito. “Talvez seja melhor assim” – pensou – “o que importa é que as fadas não recebam as mensagens do conselho e ataquem a ilha. A sua atitude será mais inesperada e entendida como uma afronta ainda maior, o que dará razão à minha proposta de responder prontamente e com firmeza, usando todo o poderio das forças de segurança da ilha, contra o reino mágico!” Este pensamento fê-lo sorrir e, assim que terminou a sessão do conselho, foi reunir-se com os seus apoiantes. Queria informá-los da chegada dos magos mensageiros e planear a forma de os impedir de saírem da ilha com a resposta do conselho. Para prevenir, pensou que o melhor era adiantar-se e enviar imediatamente, uma resposta negativa à rainha das fadas. Assim apressaria o ataque do reino mágico. Com o apoio de Sabax, prepararam dois robotixis com a gravação de uma mensagem falsa. Os mesmos seres brilhantes que haviam interceptado a primeira mensagem dispuseram-se a acompanhar os robotixis até ao outro lado do lago das mil cores. Ao mesmo tempo que Ansiex saía do edifício do conselho, os magos mensageiros foram encaminhados para a sala de trabalho de Ornix, onde também se encontravam o Guardião e o professor Inventix. Foi Ornix quem primeiro falou: “Sabemos que sois mensageiros de paz, mas preocupa-me o facto de terdes entrado na cidade sem que nos tenhamos apercebido. Quereis explicar-me como tal vos foi possível?” “Podemos apenas dizer-vos que foi desenvolvida uma magia que nos permite viajar sem sermos vistos nem detectados pelos vossos dispositivos de segurança. No entanto, houve algo que nos detectou e sugou para o interior da vossa cidade.” Ornix e o Guardião olharam-se significativamente – existia uma vulnerabilidade que, apesar das mensagens de boa vontade, poderia significar perigo. Foi então que Inventix se dirigiu novamente aos jovens magos: “Também já não sois vulneráveis ao nosso brilho. Outra magia?” “Pode dizer-se que sim. Porém, verificamos que o vosso brilho está diferente.” “Sim, desenvolvemos a capacidade de o controlar e ele tornou-se inofensivo” – respondeu Inventix. “No entanto” – intrometeu-se o Guardião – os seres brilhantes mantêm a possibilidade de activar o poder letal do seu brilho!” “Mas estamos todos convictos de que só deve ser accionado em caso de perigo e necessidade de auto-defesa”, completou Ornix. “Talvez seja melhor regressarmos com a vossa resposta.” “Tendes razão – dizei à rainha que podemos encontrar-nos amanhã, quando o sol atingir o zénite, na praia do vosso lado do lago, sem armas e em boa fé. Estarão comigo o meu mais directo conselheiro e o Guardião. O corpo de vigilantes ficará sobre o lago a uma distância de mil braços. A vossa rainha poderá fazer-se acompanhar de dois membros da sua corte e a suas forças de segurança devem manter-se à mesma distância das nossas. Desejamos que nem uma nem outra sejam necessárias. Levai este dispositivo com a minha voz gravada e a minha assinatura. O Guardião acompanhar-vos-á até às margens do lago.” O Guardião entregava aos magos uma pequena caixa prateada que continha a voz de Ornix gravada, quando dois vigilantes pediram permissão para entrar e falar a Ornix. “Excelência, tendes mais dois visitantes do reino das fadas.” Todos se olharam e os mais surpreendidos pareciam ser os magos. “Que entrem!” – ordenou Ornix. Entretanto, os falsos mensageiros enviados por Ansiex encontravam-se na margem do lago, prestes a iniciar a travessia do lago e dispostos a lançar mais um laço da armadilha que preparavam e com a qual pretendiam alcançar o poder, enquanto no reino mágico das fadas, os serviços de segurança continuavam tentar compreender o significado da luz verde dos robotixis, que teimava em não se apagar e em não mostrar o seu segredo.
…………..
Continua
……………

No reino mágico das fadas (22)
http://posdequererbem.blogspot.com/2011/04/era-uma-vez-no-reino-magico-das-fadas.html

4 comentários:

  1. Anónimo30.3.11

    Minha amiga a sua história está a adquirir dimensão de romance. Parece que a boa vontade de muitos pode ser destruída pela perfídia de alguns. Mesmo sendo apenas ficção desejo que não haja guerra. Que a lucidez ao menos na fantasia possa sair vitoriosa já que existe tão pouca no mundo real. Aprecio cada vez mais a sua escrita e acredito que as histórias também podem mudar o mundo. Bem haja. Luiz Vaz

    ResponderEliminar
  2. Anónimo30.3.11

    Amiga, continuo a gostar de te ler. O enredo adensa-se e a vontade de saber o futuro torna-se maior - tem pena de nós e escreve mais rapidamente. E não te esqueças do romance. Please!

    ResponderEliminar
  3. Anónimo30.3.11

    Hello! It's a pleasure to read your story, even in portuguese!
    I liked very much the Oporto's photos, and Saint Cruz, Tomar... Thank's.
    Kissis. John

    ResponderEliminar
  4. Anónimo31.3.11

    Tenho seguido esta históris desde o início pensando que era apenas uma 'curta metragem', mas está a transformar-se numa verdadeira aventura com pistas de reflexão e suspense QB. Tenho pena que não a publique diariamente e com capítulos maiores. Gosto das suas descrições.B.A.

    ResponderEliminar