terça-feira, 29 de março de 2011

Post.it: Não desistas de mim

Os olhos estão fixos no chão, como se lhe pesassem demasiado para os erguer. Como que sem a luz que os ilumina já não tivessem forças para encarar o dia seguinte.
Todas as histórias de vida têm dois lados, normalmente só ouvimos falar de um deles.
Hoje quero-lhes falar de um amigo que não encontrou as palavras. Mas também não foi preciso, li-as no seu olhar. Sei bem o que diziam…
Talvez eu não tenha dito tudo aquilo que tu querias ouvir. Talvez não te tenha amado tal como merecias. Talvez tenha andado demasiado ocupado. Talvez tenha estado muito distraído. Talvez tenha sido egoísta e só tenha pensado em mim. Talvez me tenha acomodado e não tenha cuidado do nosso amor. Talvez tenha traído os teus sonhos. Talvez tenha destruído os teus ideais. Talvez me tenha esquecido do teu aniversário e de todas as outras datas que poderíamos ter celebrado juntos. Talvez não te tenha abraçado quando te sentias triste. Talvez não tenha arranjado tempo para te escutar quando precisavas de falar. Talvez não te tenha auxiliado quando estavas cansada.
 Mas à minha maneira, amei-te. À minha maneira estive a teu lado. À minha maneira quis fazer-te feliz. Bem sei que quando te ofereci uma flor me esqueci de tirar os espinhos.
Mas se o sol mesmo encontrando-se com a lua por tão breve momento não desiste dela. Se o mar apesar de pelo seu movimento ondulante estar sempre de partida, não desiste de voltar. Também te peço: Não desistas de mim!

12 comentários:

  1. Anónimo29.3.11

    Até que enfim que alguém se lembrou de falar sobre a vertente masculina nas relações. Somos sempre os maus da fita. Mas esquecem-se que também temos sentimentos e que sofremos quando as coisas não correm bem. Culpas? Por vezes é de ambos mas têm tendência para achar que é sempre dos homens. Obrigado e adorei. Beijos, José

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  2. Anónimo29.3.11

    Há muito que desejava encontrar quem tivesse essa visão de imparcialidade, vinda de uma mulher é ainda mais glorificante. Obrigado de todo o coração. João

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  3. Anónimo29.3.11

    Senti-me retratado apesar de não nos conhecer-mos pessoalmente. Estas eram as palavras que tentei dizer mas que não saíram. Não por falta de humildade ou amor, mas por falta de capacidade para as expor dessa maneira. Quem e dera que tivesses escrito tudo isto há 3 anos. Quem sabe mudaria a minha vida. Hoje apenas te posso agradecer, a lembrança. Vou guardar para quem sabe um dia volte a cometer os mesmos erros. (Não que tencione), Mário

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  4. Anónimo29.3.11

    Tão real e tão bem escrito. Já senti algo semelhante, não com a mesma gravidade, mas com idêntica tristeza. Felizmente encontrei na minha esposa a compreensão necessária, quando as palavras não exprimiam os meus sentimentos. Um abraço, Antero

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  5. Anónimo29.3.11

    Este post.it, chegou na hora certa, no momento em que precisava de reavaliar as minhas atitudes e ter uma conversa mais clara com a minha namorada. Desculpa mas mesmo sem a tua autorização vou usar muitas das tuas palavras. Repito as tuas por as sentir, só que nós homens muitas vezes temos dificuldade em deitar cá para fora os que sentimos. As tuas tão directas e verdadeiras, são as que queria dizer mas não conseguia. Obrigado. E não desistas de escrever como tens escrito, com o coração. Bjs, Henrique

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  6. Anónimo29.3.11

    Uma visão muito interessante, claro que baseada numa história que suponho seja real. Destacando, a real incapacidade que muitos homens manifestam em expressar ou assumir os seus erros e corrigir a situação. Não por uma incapacidade verbal, mas pela postura que lhes vem da sua formação e dificulta que mostrem a sua fragilidade, que mostrem os seus sentimentos. Que lutem por eles, que chorem por eles. Já diz aquela velha frase, “um homem não chora” o que não é verdade. Os homens são seres humanos e como tal, choram, riem, sofrem, têm a sua fraqueza e não é por isso que são menos homens. Meter-lhes isso na cabeça é que é difícil. E esperam comodamente que as mulheres entendam e sejam sempre as conciliadoras. Como se vê na tua história, nem sempre resulta. Bjs, Sandra B.

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  7. Anónimo29.3.11

    Às vezes estamos tão ocupados a pensar no que precisamos que esquecemo-nos de pensar no que o outro precisa. Viver a dois é isso: receber mas não se esquecer de dar. Não se pode ficar só à espera que o outro nos compreenda, que diga o que precisamos de ouvir e faça o que nos faz falta. Temos também de aprender a compreendê-lo, a dizer o que ele precisa de ouvir e a dar o que lhe faz falta receber. Se só um dá e nunca recebe ou recebe muito pouco é natural que acabe por desistir.
    O amigo que pede para não desitir dele tem de saber que para pedir isso tem de estar disposto a dar o que não deu. Não pode voltar ao mesmo.
    Já fizeram isso comigo e cansei. Acho que ainda a amo, mas não aguentei ser sempre o que dá, também precisava receber e sentir que era amado. Agora sinto-o e mesmo não amando como amei, tenho o cuidado de fazer com que ela se sinta amada. Só assim se pode chegar a algum lugar.

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  8. Anónimo29.3.11

    Oi tou amando seu blogue. E se dá uma oportunidade aos homens então me torno seu devoto admirador. Não tenho palavras tão bonitas como você. Bem que gostaria, mas na certa ela dizia logo que eu tinha copiado. Vou ter que falar do meu modo e quem sabe um te amo ainda lhe diz muito? Tou apostando também no meu charme carioca. Acho que vai dar. Conto com sua força tá? Fábio

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  9. Anónimo29.3.11

    Um texto todo dedicado aos homens, dizendo aquilo que necessitamos ouvir. Não me venham com a máxima que os homens não se sabem exprimir. basta dizer o que sentem. Porque no final talvez não saibam é sentir com o coração. Bjs, Amália

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  10. Anónimo29.3.11

    Boa amiga, permita que lhe chame assim, apesar do pouco conhecimento que tenho da sua pessoa. Admirei e apreciei muito o seu texto. Felizmente tive alguém que sabia falar com o coração. Palavras semelhantes àquelas que escreveu, não por ser uma pessoa distante ou que errava constantemente, mas porque achava que tudo o que dava era pouco. Pergunto-me se ainda há homens assim. E sei que sim porque foi dessa forma que eduquei os meus 4 filhos. Eles não têm vergonha em chorar, nem em amar.Beijos grandes, Adelaide

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  11. Anónimo29.3.11

    Hoje os homens vão deliciar-se com o teu post.it. Aposto que a maioria a deixar um comentário são homens. E depois dizem que não ligam para “mariquices”. Alguns ligam mais do que nós mulheres, disfarçam é bem. Bjs. A.

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  12. Anónimo30.3.11

    Amiga Olhares diga ao seu amigo que se não aprender a mostrar o que sente e a valorizar quem o ama, amando-a com a mesma entrega e devoção não vale a pena pedir porque ela acabará por desistir dele. Sei-o infelizmente. Bem haja pelos seus pensamentos. Luiz Vaz

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