terça-feira, 15 de março de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (17)

Os magos permaneciam invisíveis e observavam tudo atentamente. O ambiente era muito iluminado e, apesar da intensidade de movimento, tudo parecia silencioso e tranquilo. Havia uma harmonia que fazia com que tudo parecesse parte dum todo bem conseguido e a funcionar perfeitamente. Aperceberam-se de que os seres brilhantes e os outros, que circulavam na praça e se dirigiam de e para as vias largas que nela desembocavam, se deslocavam sem esforço, como que deslizando a escassos centímetros do chão. Por isso, não se via qualquer veículo e tudo era silencioso, à excepção de uma melodia muito suave e quase imperceptível que parecia encher tudo, até o pensamento.
Acabaram por compreender o que os trouxera até ali quando viram um grupo de seres brilhantes a surgir como que do nada, ficando a levitar por momentos e dirigindo-se depois para uma das vias que saía da praça. Afinal, aquela força poderosa era a porta de entrada na cidade que devia estar protegida do exterior por qualquer substância que, quando tocada, conduzia ao centro da cidade. Esta constatação deixou-os inquietos, pois perceberam que a sua presença poderia ter sido denunciada.
Nisto, outro grupo surgiu na praça – dois seres brilhantes e outro que parecia corresponder à descrição do Guardião, a quem deveriam dirigir-se para através dele entregar a mensagem. Os três dirigiram-se, num movimento deslizante, ao edifício que parecia ser o principal, tanto pela sua dimensão como pelas cores dominantes, dourado e púrpura, e pela imponência da sua forma – em estrela e com várias cúpulas compridas e arredondadas, à excepção da central, tão alta e pontiaguda que desafiava a abóbada rósea e azul do céu.
Os mensageiros da rainha Amada seguiram o grupo e conseguiram entrar atrás dele pela porta alta e larga que se abriu assim que os seres brilhantes dela se aproximaram. No interior tudo era silencioso, mas ouvia-se, ainda, a melodia suave do exterior que, aqui, parecia ser produzida pelas paredes ondulantes e de tons azuis e prateados, fazendo lembrar as águas do lago das mil cores. Encontravam-se num amplo salão que mais não era que a antecâmara de outras salas cujas portas se confundiam com as paredes. Os dois seres brilhantes entraram numa dessas portas e o Guardião ficou sozinho e imóvel, como quem aguarda alguma ordem.
Os jovens magos resolveram dirigir-se a ele e lentamente falaram na língua dos seres brilhantes: “Guardião. Não podeis ver-nos, mas ouvi o que temos para vos dizer.”
O Guardião, surpreendido, voltou-se e não vendo ninguém, olhou em redor mas não deu mostras de qualquer receio ou indecisão: “Então, dizei quem sois e ao que vindes!”
“Vimos da parte da rainha Amada, entregar uma mensagem de paz.”

Entretanto, no reino mágico das fadas, os serviços de segurança estavam ainda a analisar ao pormenor os pequenos robotixis e haviam descoberto a mensagem gravada, mas mantinham o silêncio pois ainda não tinham conseguido descobrir o que significava a luz verde e intermitente. No entanto, a fada Astuta, por precaução, começara a organizar todo o contingente dos serviços da defesa do reino e delineava já uma estratégia de resgate da princesa, caso fosse necessário. Enquanto pudesse, pouparia a rainha àquela terrível notícia.
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Continua
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No reino mágico das fadas (18)
http://posdequererbem.blogspot.com/2011/03/era-uma-vez-no-reino-magico-das-fadas_18.html

2 comentários:

  1. Anónimo15.3.11

    Gostava de morar numa cidade assim, sem ruído e sem transportes, com tudo a deslizar suavemente! Esses seres são mesmo brilhantes!

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  2. Anónimo15.3.11

    A narrativa continua empolgante e deixa-nos em suspense. Amiga, acho que vais fazer desta história um romance de longas páginas. Tem dó dos leitores e escreve todos os dias! Bjs. MJ

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