quarta-feira, 23 de março de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (20)

A princesa Marbel continuava prisioneira com os jovens magos e o vigilante que fora sequestrado com eles. Já não se ouvia o vento, mas a escuridão era completa e o frio começava a ser muito incomodativo. Estavam todos de olhos vendados, amordaçados e totalmente imobilizados. A fada e os magos mal conseguiam comunicar-se por pensamento, tal era o cansaço e o frio. Mas no íntimo ainda conseguiam manter-se unidos e com esperança de serem salvos. Era para eles que o coração da rainha Amada se voltava enquanto, com a fada Astuta e outras três conselheiras em quem confiava mais, procurava encontrar forma de os libertar, sem adivinhar a verdadeira e difícil situação em que se encontravam. Juntas tomaram a decisão de aguardar mais um dia pela resposta dos seres brilhantes. Se esta não viesse ou continuasse a ser negativa, então utilizariam todos os seus poderes para entrar à força na ilha e resgatar a princesa e os jovens magos. Os seres brilhantes não conheciam as forças mágicas que tinham desenvolvido nos três últimos séculos. Eram forças de defesa e ataque que apenas o corpo militar conhecia e tinha treinado. A população do reino fora incentivada a utilizar os poderes mágicos apenas em situações de emergência e com intenção positiva. O desenvolvimento e o progresso que os tempos de paz trouxeram ao reino haviam facilitado o enraizar dessa mentalidade e atitude. Nas escolas, as jovens fadas e os jovens magos aprendiam e desenvolviam o essencial da sua cultura, incluindo as artes mágicas, mas também a filosofia da sua boa utilização. Depois de tomarem as principais decisões, a fada Astuta foi incumbida de preparar todos os pormenores com os seus colaboradores mais especializados. Tudo teria de ser bem preparado, pois nada poderia falhar! Conheciam a inteligência e o poder dos seres brilhantes. Nada poderia ser descuidado. Porém, no coração da rainha Amada, ainda persistia a esperança de que não fosse necessário concretizar tais planos. Orgulhava-se de ter conseguido convencer sua tia, a rainha Corajosa a negociar a paz com os seres brilhantes. Fora o seu último acto à frente dos destinos do reino. A idade não lhe permitira recuperar dos ferimentos da guerra. Depois da sua morte, a sobrinha fora a escolha natural da corte, sobretudo pela inteligência e determinação que usara durante a última fase da guerra e, mais ainda, pela forma como colaborara no processo de negociações para a paz. Tornara-se uma líder naturalmente reconhecida e respeitada por todos. A sua aclamação unânime como rainha e o nome escolhido evidenciaram o apreço e respeito que todos lhe votavam. Também na ilha, se tomavam decisões. O conselho decidira, sem qualquer dificuldade, aceitar a proposta de negociações, uma vez que vinha de encontro à sua própria intenção e desejo, manifestado na mensagem enviada e que parecia não ser ainda conhecida das fadas no momento em que haviam enviado a mensagem que acabavam de ouvir. Também confirmava que não fora ninguém do reino das fadas a libertar a princesa e os jovens magos, o que os ilibava também da responsabilidade da morte de um vigilante e do desaparecimento do outro. Ansiex chegou à reunião do conselho já tarde, mas ainda a tempo de dar o seu parecer favorável. No entanto, todos notaram o seu atraso e o ar distraído e desinteressado com que manifestara a sua concordância. Vários decisores pensaram que ele estava a esconder algo e que o desaparecimento da princesa não lhe era alheio. ………….. Continua ……………

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