quarta-feira, 9 de março de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (15)

Os robotixis mensageiros, acompanhados dos dois vigilantes, tinham iniciado a travessia do lago das mil cores cujas águas, naquela manhã, estavam particularmente agitadas pelos ventos sibilantes, que nascidos nas grutas escuras e frias das montanhas dos murmúrios, sopravam e rodopiavam com fúria sobre o lago, fazendo subir as cores fortes e os seres estranhos e violentos que habitam as profundezas.
Mas havia uma missão a cumprir e, por isso, os robotixis e os vigilantes resolveram dar mais altitude aos pássaros azul-esmeralda que também não se amedrontaram perante a ventania. Encontravam-se a meio caminho quando, como que surgidos do nada, apareceram quatro criaturas aladas, de cor negra e luzidia, semelhantes a morcegos gigantes, mas com garras afiladas e poderosas e expressão de fúria estampada nos olhos incandescentes. Os mensageiros e vigilantes foram obrigados a desviar a sua rota para o cordão de areias movediças que se elevava acima das águas do lago, a nordeste, e onde havia uma pequena plataforma rochosa. Foi aí que pousaram e viram que as criaturas eram conduzidas por seres brilhantes que nunca tinham visto e que obrigaram os robotixis a abrirem o painel de comandos. Modificaram as intenções dos robotixis e substituíram a mensagem de voz que lhes tinha sido confiada, transformando-a numa ameaça: “Fazemos saber à rainha das fadas que a sua filha foi feita nossa prisioneira, tal como os jovens magos que vieram tentar salvá-la. Encontram-se em local completamente seguro e inexpugnável, de onde será impossível saírem sem nossa permissão, o que jamais acontecerá! Não deveis permitir que mais ninguém penetre no nosso reino, pois tal será imediatamente detectado e punido. Se apreciais a paz, mantende todo o vosso povo para lá da barreira de espinheiros, ou seremos obrigados a usar os nossos superiores poderes contra vós. Estais avisada!”
Feita a alteração, os seres brilhantes montados nas criaturas negras, abandonaram os dois vigilantes à sua sorte e repuseram os robotixis na rota inicial, acompanhando-os até avistarem a margem do lago das mil cores, no reino mágico das fadas.
Havia muito movimento junto à barreira de espinheiros. Os magos voluntários, invisíveis e indetectáveis, já tinham partido para o reino dos seres brilhantes com a mensagem da rainha Amada e, na sua bolha protectora, enfrentavam os ventos sibilantes que estavam cada vez mais fortes e ruidosos mas que, ainda assim, não conseguiram impedir os mensageiros de cumprir a sua missão.

Ouviu-se um brado quase uníssono de surpresa e temor, quando as fadas e magos, a partir das margens do lago, avistaram as quatro criaturas negras a pairar com ar ameaçador no céu coberto de densas nuvens. Alguns fugiram, mas a maioria ficou a ladear a rainha Amada, que não arredou pé e resolveu enfrentar a situação, pois deduziu que, finalmente, iria ter notícias de sua filha. Activaram todos a magia protectora e esperaram, de olhos fixos na ameaça que vinha do céu.
Os robotixis destacaram-se das criaturas negras e foram-se aproximando da praia, voando em direcção ao pequeno grupo de fadas e magos que os esperavam. A fada Astuta, colocou-se à frente da rainha e deu ordem aos magos que a acompanhavam para se colocarem em cordão protector, em frente do grupo. Ela própria se adiantou na praia e foi receber os robotixis, disposta a usar os seus poderes mágicos caso fosse necessário.
As pequenas máquinas aterraram e duas luzes vermelhas e intermitentes acenderam-se no dorso de cada uma delas. No do meio, além dessas luzes, acendeu-se outra, verde e fixa. A fada Astuta deu ordem aos jovens magos para que recolhessem as pequenas máquinas e fossem imediatamente levadas para o laboratório dos serviços de segurança e analisados, pois poderiam constituir perigo para a rainha.
No céu, as criaturas negras voltearam velozmente, desenhando várias espirais com ar ameaçador e, depois, voaram em direcção à ilha, desaparecendo por entre as nuvens.
…………….
Continua
…………….

4 comentários:

  1. Anónimo9.3.11

    Minha amiga perdoe a longa ausência. Motivos de família fizeram-me viajar para a Beira Baixa. Li os trechos em atraso e estou encantado com a sua criatividade para inventar seres estranhos e irreais e cenários que nos fazem sentir o desenrolar dos acontecimentos que se tornam cada vez mais inquietantes. Tenho pena que não possa escrever mais amiúde mas é certamente uma pessoa muito ocupada. Vi por alguns comentários que é professora. Arrisco-me a pensar que é de português pelo bem que escreve. Gostaria de conhecê-la e também a quem está por detrás de Olhares que tão bem olha e escreve. Outra professora? Bem haja às duas pela companhia que me fazem e pelo prazer de vos ler. Luiz Vaz

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  2. Anónimo9.3.11

    Linda, continuo a acompanhar a tua história e hoje gostei particularmente das criaturas que inventaste e do vento sibilante que surgiram para dar um novo rumo à história que parecia desenrolar-se num mundo perfeito. Mas isso não existe nem no reino da fantasia. Acho que tens de te dedicar à escrita a sério! Beijinhos

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  3. Anónimo10.3.11

    Amiga, afinal a paz parece que não vai durar! Mas não te esqueças do meu pedido. Ainda espero uma história de amor já que na vida real é o que tu sabes...Bjs.MJ

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  4. Anónimo10.3.11

    Stora, a história está a ficar mta fixe com seres bda estranhos. Faça-a as fadas usarem as mágicas todas para vencer os monstros negros. Tchau! C.T.

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