quarta-feira, 16 de março de 2011

Post.it: Pais, uma missão

Nasce um filho e nascem em simultâneo mil incertezas. Será que vou ser um bom pai/mãe? Será que sou capaz de o tornar um bom ser humano? Que caminho será o seu? Que educação lhe devo dar? Mais permissível, flexível, severa, aquela que os meus pais me deram? Essa de certeza que não! Vou ser um pai/mãe, amigo, irmão, companheiro.  Quero sobretudo protegê-lo, dar-lhe carinho, um amor que aumenta a cada dia. A cada nova descoberta, a cada gracinha, o seu primeiro sorriso, a primeira palavra, os primeiros passos.
Filhos, o nosso mundo, o nosso ideal, “vai ser perfeito”, sonhamos, desejamos.  “Vai ser um príncipe/princesa” pelo menos para nós, pais. Mas os filhos crescem muito mais depressa do que a nossa capacidade de nos adaptarmos às suas mudanças. Começam a preferir a companhia dos amigos. De repente tudo foge ao nosso controle, questionamos: de quem é a culpa? Nossa que ao tentar protegê-los não lhe evidenciámos os perigos? Da sociedade que não lhes dá uma oportunidade e até lhes chama geração “nem nem”? Dos amigos, companhias quem nem sempre os levam para os melhores caminhos?
Filhos que ficam cada vez mais distantes, mais independentes. Olhamo-los em busca daquele olhar de admiração que nos ofereciam em pequenos. Que saudades daqueles braços estendidos quando nos pediam o calor dum abraço. Esperamos que o tempo ajude a fazer o que já não está nas nossas mãos. Esperamos que façam as escolhas certas, mas será que nós as fizemos? Desejamos que sim. Porque se algo lhes acontece, sentimos que fracassámos, que não fomos bons pais.
É bem verdade que  não existem pais perfeitos, tal como não existem filhos perfeitos.
Que não há receitas, instruções, soluções exactas. O futuro encarregar-se-á de nos dizer se agimos bem.
Uma certeza nos resta: Tentámos dar o nosso melhor. Tentámos fazê-lo com amor.

11 comentários:

  1. Anónimo16.3.11

    Tal como dizes e muito bem, "não há pais perfeitos, tal como não há filhos perfeitos". Não há "receitas", porque cada pai é diferente, tem a sua conjuntura social. Cada filho é diferente, devido a muitos factores de ordem social e humana. Muitas vezes os próprios irmãos são diferentes numa mesma família, pelo que não podemos culpar unicamente a herança genética.
    Costumo dizer que o mais importante é irem-se adaptando às circunstancias e tomando uma atitude coerente e de bom senso para cada uma delas. A melhor alternativa é a firmeza de ideias, que normalmente transmite aos filhos segurança embora eles a dada altura encarem como se fosse autoridade ou abuso da mesma. É talvez o momento de começar a explicar melhor os seus conselhos. Mais que proibir há que apoiar. Mas o amor continua a ser sem duvida alguma a melhor solução. Bjs. Sandra B.

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  2. Anónimo16.3.11

    Gostei muito do teu texto, senti-o como se fosse meu, certamente será o de muitas pessoas. Pais cada vez mais preocupados. Pais cada vez mais desesperados, procurando dar de si o melhor, mas parece que nunca chega. É maravilhoso ser mãe, mas é uma preocupação constante. Ou como costumo dizer, é uma profissão para toda a vida. Bjs, Leonor

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  3. Anónimo16.3.11

    Quem me dera que existissem receitas, até me dedicaria a ler totalmente um manual de instruções, se nele encontrasse soluções para os meus dilemas. Que lhes dizer, proibir? exigir, obrigar? Não aceitam, não entendem, querem fazer o que lhes dá na cabeça e depois sobram para mim as consequências.Beijocas, C.

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  4. Anónimo16.3.11

    Ser pais é das vivências mais maravilhosas. O seu nascimento, o seu crescimento, mas depois é que começam a surgir as grandes preocupações, já não podemos protege-los de tudo, eles já fazem as suas escolhas. Entrego na mão de Deus e mostro-lhe que estou aqui para o que necessitar. Penso que é a melhor opção. Bjs, José

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  5. Anónimo16.3.11

    Tens aqui uma excelente reflexão, senti-me envolvida, porque atravesso esta situação. Sinto os meus filhos desmotivados, e sem alternativa vêm nas amizades a forma de se distraírem. No entanto temo que nem sempre essas amizades sejam a melhor opção. Resta-me muitas vezes como tu dizes, confiar e encaminhá-los com amor.Bjs, Amália

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  6. Anónimo16.3.11

    Este post.it, à semelhança de muitos outros fez-me pensar bastante. A situação que vivemos enquanto pais numa sociedade nada amena, torna o nosso papel ou como tu dizes a nossa missão cada vez mais complicada. Queremos que os filhos sejam felizes, que encontrem o seu caminho, mas este parece estar cada vez mais distantes deles. Bjs A.

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  7. Anónimo16.3.11

    Gostei da tua reflexão, também penso o mesmo, a responsabilidade de se ser pais nos dias que correm é de crescente responsabilidade. De quem é a culpa? Talvez de todos, talvez de nenhum. Mas há factores que não ajudam em nada a tarefa de educar e preparar para o futuro. A sociedade desresponsabiliza-se cada vez mais, e pelo contrário cria grandes dificuldades. Quando já não sei o que fazer, digo para mim própria, que tem que ser um dia de cada vez.

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  8. Anónimo16.3.11

    É um assunto pertinente, sem dúvida. Uma mensagem que é transversal a pais, filhos e sociedade. Os pais que tentam dar uma boa formação física e moral, os filhos que a recebem através das suas capacidades e personalidade e por fim a sociedade que devia ser capaz de receber esses “filhos da nação”. Mas deparam-se pais e filhos com um ambiente nada propício à concretização do futuro sólido e emancipado.

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  9. Anónimo16.3.11

    Quantas vezes me coloquei estas mesmas questões, já lhe perdi a conta. Angustiam-me sobretudo pelo reflexo que vão ter no seu futuro. Entristecem-me pela capacidade que por vezes têm em compreender que não basta quererem para lhes ser dado. Quando era jovem lutei para chegar aonde cheguei, agora é a vez deles. Dei-lhes boa formação, dei-lhes as ferramentas, cabe-lhes a eles agora saber usá-las. E sobretudo terem capacidade para lutar. Não sei se é mais difícil agora do que era na minha geração. Porque para cada geração as dificuldades existem sempre.

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  10. Anónimo16.3.11

    Considero que cada fase do crescimento dos filhos tem o seu encanto e as suas dificuldades. Quando nascem temos dificuldade em saber porque choram. Depois temos dificuldade em entender a sua estranha linguagem. Começam a andar e surgem outras dificuldades, porque correm por todo o lado. Mais tarde não param em casa porque preferem a companhia dos amigos. Mas é em simultâneo giro vê-los crescer e prender. A adolescência, não tem muita piada, confesso, mas aposto que um dia ainda nos iremos rir dos disparates que fazem agora. Pelo menos tenho essa esperança. E acredito que o futuro lhes sorrirá.

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  11. Anónimo16.3.11

    Traças um quadro muito real. Ainda não comecei a sentir essas dúvidas porque ele ainda é muito pequeno, mas sinto sem dúvida alguma os receios. Não sei que mundo será aquele que ele vai enfrentar. Será que eu o consigo auxiliar?

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