terça-feira, 15 de março de 2011

Vejo

Entendo quando vejo,
Esse teu olhar fugidio.
Deixa escapar num lampejo
As águas dum manso rio.

Chama orvalho àquela gota,
Que imprudentemente caiu.
Porque nem ao vento conta,
Que era uma lágrima que saiu.

Dum coração entristecido,
Dum sonho por concluir.
O desejo que acabou ferido,
Nos desencontros do sentir.

Faz todos os dias a cama,
com lençóis de esquecimento.
Mas quando a manhã chama.
Desperta a dor do sentimento.

5 comentários:

  1. Anónimo15.3.11

    Conheço o teu olhar. Já o conhecia mas vou confirmando aqui, que é atento, sensível e carinhoso.
    Bjs , Amália

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  2. Anónimo15.3.11

    Quantas coisas se escondem no silêncio que só um olhar amigo compreende…, Bjs A.

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  3. Anónimo15.3.11

    Gostei da suavidade, quase o senti como um abraço. Todos precisamos desse olhar, que passa por nós e nem nos dedica um pouco do seu tempo. Um abraço, Antero

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  4. Anónimo15.3.11

    Gostei muito do teu poema. Já parece um lugar comum, mas que hei-de dizer se gosto da forma como escreves. Se gosto do teu olhar sempre presente,sempre tão dedicado. Aprecio a tua delicadeza e sensibilidade. É por tudo isso que gosto de ser tua amiga. Bjs

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  5. Anónimo15.3.11

    Depois do post.it de ontem, vem adequado o poema sobre o esquecimento. Doloroso mas também corajoso. Quando finalmente se adquire consciência que está na hora de fazer a cama mesmo que seja com "lençóis de esquecimento". Não é fácil. Nunca o é, mas temos que encontrar em nós a força que nos faz seguir em frente. Só nesse momento é que percebemos que somo capazes. Porque somos. Digo-o vezes sem conta a quem me procura. Somos capazes de vencer. Bjs, Sandra B.

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