sexta-feira, 4 de março de 2011

Post.it: O orgulho de ser quem somos

Noutros tempos tínhamos ideais de construir um mundo novo. Noutros tempos sonhávamos que podíamos chegar ao céu e acender as estrelas. Queríamos ser veterinários para cuidar da vida animal. Queríamos ser grandes ambientalistas para salvar a fauna e a flora. Inventores para encontrar soluções para todos os problemas do universo. Mas à medida que crescíamos diminuíam os sonhos, desciam das alturas, ficavam ao nosso nível. As opções tornavam-se práticas e objectivas. Depois dos testes psicotécnicos que nos aconselhavam a “fugir” da matemática ou noutros casos das letras. Seguíamos o nosso natural talento. Um dia porém, depois de tantas escolhas, tropeçávamos num emprego. Entrávamos na linha de montagem, começamos a fazer parte da sociedade standard. Mas repetimos para nos auto-convencermos, “já somos qualquer coisa”, talvez não aquilo que os  pais idealizaram, mas aquilo que a sociedade nos permitiu ser, depois de nos roubar os sonhos. Mas a nossa capacidade de vencer criou-nos outros sonhos, na certeza de que somos importantes naquilo que fazemos.
Porque, nesta civilização que compõe o mundo, também são precisos empregados de balcão que servem os cafés que por sua vez impedem os padeiros de adormecer enquanto fazem o pão que está todas as manhãs na mesa dos operários para tomarem o pequeno almoço, acompanhado de leite, que veio da ordenha das vacas que pastam na verde planície guardadas por pastores. É disso que é feita a vida, de ligações que nos unem numa relação de quase interdependência. Que seria dum mundo feito só de doutores?
O que importa é que tenhamos orgulho no que fazemos e trabalhemos com zeloso brio, porque  em conjunto, somos uma peça fundamental da nossa sociedade, “Quando a última árvore cair, quando o último rio secar, quando todo o peixe for pescado, vocês entenderão que o dinheiro não se come”.

9 comentários:

  1. Anónimo4.3.11

    Que belissimo recado. Fundamental para esta época que atravessamos, esta ideia de geração meio perdida, cheia de doutores desempregados. Era bom que tivessem esta noção que todas as profissões são importantes e necessárias e apoiassem os filhos nesse caminho.

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  2. Anónimo4.3.11

    Gostei desta mensagem pela sua actualidade, pela coragem de defender outros ofícios e não só doutores. A citação, essa foi forte mas muito real. Bjs Luís

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  3. Anónimo4.3.11

    Quantas vezes penso sobre isto, todos os pais querem o melhor para os seus filhos. Mas o que é o melhor para eles? Espero que seja algo em que se sintam felizes e realizados. E como tudo dizes que o façam com orgulho. Bjs Amália

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  4. Anónimo4.3.11

    Entendi o que escreveste, claro que não está contra a escolaridade. Entendo é que queres chamar a atenção para que embora preparados com a necessária formação não fiquem frustrados por não serem doutores, porque há muitas profissões de igual mérito. Só temos é que permitir que os mais novos o entendam e não se sintam desvalorizados. Bjs, José

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  5. Anónimo4.3.11

    Hoje em dia há a formação profissional e pelo rumo que as coisas vão tomando os profissionais qualificados no futuro, estes ganharão mais do que qualquer doutor. Beijocas C.

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  6. Anónimo4.3.11

    Muito actual, muito evidente. Sobretudo nos dias que correm, em que se fala tanto duma geração que não encontra saidas profissionais, investiu há maneira tradicional em cursos que estão superlotados, quando há tantos cada vez mais necessários, esses elos de ligação que todos necessitamos. Não desvalorizo o estudo, pelo contrário, é cada vez mais necessária boa formação, mas tem de se procurar uma nova variedade de cursos mais práticos.

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  7. Anónimo4.3.11

    Este post, é tão verdadeiro que até doi ler, sobretudo para quem tem filhos em casa, desinteressados de tudo porque não vêm saida para o seu futuro profissional. A solução para eles foi recomeçarem, procurarem novas oportunidades. Mas claro que podem ter a profissão que quiserem desde que se sintam felizes no que fazem.

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  8. Anónimo4.3.11

    "O orgulho de ser quem somos" essa é para mim a grande questão. Podemos ser doutores emaus profissionais, podemos ser operários e excelentes no que fazemos, depende de cada um gostar do que faz e faze-lo bem e com gosto.

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  9. Anónimo4.3.11

    Gostei muito do teu texto, mas a citação deixou-me muito pensativa, realmente o dinheiro não é tudo, quando não tivermos nada porque não cuidámos do que tinhamos e no contexto da mensagem, porque todos queriam chegar ao topo e esqueceram-se da base, da terra, do ambiente. De trabalhar nele, por mais básico que seja é necessário.

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