quarta-feira, 25 de maio de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (38)

Nesse momento, o contingente militar de fadas e magos sobrevoava o lago das mil cores, escoltado pelo Guardião e por um grupo de vigilantes que, por cortesia, haviam decidido acompanhá-los. Ao aproximarem-se da costa do reino mágico, começaram a avistar a sombra negra, ameaçadora e ruidosa a invadir os céus da cidade e, por precaução, decidiram parar e utilizar a magia protectora que envolveu também os acompanhantes da ilha. As fadas-comandante e o Guardião, reunidos na mesma bolha de protecção, tentavam compreender o que se passava, para decidirem acertadamente. Só o Guardião conseguiu encontrar uma explicação para a presença daquela ameaça escura e estrondosa.
“Eu sou o último da minha espécie. Fui o único do meu povo a escapar à fúria das feiticeiras, por bondade de um ser brilhante que me recolheu do meio do fogo e das cinzas que se abateram sobre nós, caídas do céu que, de um momento para o outro, deixou de ser azul e se tornou cinzento e cobriu tudo com a sua escuridão. Só ouvi o meu pai dizer – “a maldição chegou!” – e, de repente, foi o caos. Encontrava-se um ser brilhante na minha casa. Tinha negócios com o meu pai. Perante a ameaça e vendo o meu pai atingido por uma bola de fogo e fumo, pegou em mim e escondeu-me no seu brilho. Não sei como conseguiu escapar. Com o choque perdi todas as memórias da viagem. Só me lembro de ter acordado num lugar luminoso e confortável e de ter sido acolhido por uma família de seres brilhantes, parentes do que me tinha salvo e perdera a vida nessa aventura. Era muito jovem, mas sabia a razão da maldição que o meu pai reconheceu. O meu povo era aliado dos seres brilhantes e, com os seus poderes, ajudava-os a prevenir e os ataques das feiticeiras, que nunca conseguiam vencê-los. A mãe de todas as feiticeiras lançou uma maldição que falava de um sombra maldita que destruiria tudo e todos, com o seu negrume, a sua tristeza e o desânimo que se transformariam em fogo e fumo e, por fim, tudo seria cinzas e nada.”
As fadas e magos ouviam atentamente o Guardião e facilmente perceberam que aquela era a sombra maldita e que o reino mágico corria enorme perigo. Em conjunto delinearam uma estratégia, mas precisariam da ajuda das forças militares da ilha. O Guardião e um grupo de vigilantes dirigiram-se a toda a pressa para a ilha, a fim de porem o conselho de decisores ao corrente da situação e de trazerem apoio militar.
Entretanto, na maior cidade da ilha, a multidão de seres brilhantes que enchia ruas e praças, rompia o silêncio para apoiar as palavras de Elix e, num gesto único, ergueram os braços e todas as mãos se tocaram e todos os brilhos se uniram e confundiram, gerando um clarão imenso que iluminou toda a ilha. As outras três cidades já estavam também ao corrente e os seus habitantes organizavam-se para apoiar a cidade grande. Ainda o sol não tinha subido mais que um grau no horizonte e já a nuvem de luz se espalhava sobre as águas do lago e fazia encolher as feiticeiras aprisionadas que nunca deixavam de agitar as águas e tentar libertar-se.
No reino mágico das fadas, a rainha Amada, unia o seu esforço ao da multidão e combatia o poder da sombra que resistia e tentava impor a sua raiva e espalhar a desconfiança, o medo e a dor.
………….
Continua
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No reino mágico das fadas (39)

1 comentário:

  1. Anónimo26.5.11

    Mais uma nuance, uma nova perspectiva da história que vem esclarecer a presença do guardião no reino dos seres brilhantes. Gostos destes ires e vires entre diferentes espaços e tempos. Estou a gostar. Tenho orgulho de ser tua prima!

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