quinta-feira, 19 de maio de 2011

Post.it: Os homens e as datas

Vamos lá esclarecer a questão, diz o meu amigo já impaciente das  acusações femininas. – Nós não somos distraídos ou insensíveis à datas comemorativas. Mas tudo isto dá muito trabalho. Não o comprar de uma lembrança, mas pela ideia quase universal de que aquele dia é especial e por isso temos que estar bem dispostos e receptivos. Além disso há demasiadas datas para recordar, as históricas internacionais, nacionais e locais. As religiosas, as sociais, as familiares e as amorosas. Já me basta lembrar as datas das contas para pagar!
Não é que os homens não apreciem datas, umas mais do que outras. Há aquelas que esquecemos ou substituímos por outras, a do começo do namoro, é substituída pela do casamento e se a coisa der para o torto fica a data do divórcio. Depois vêm as datas inesquecíveis, o nascimento dos filhos, os meus, os nossos, os dela. Voltam a ser datas a mais.
Concordem comigo, há pessoas que não gostam de celebrar datas. O aniversário significa envelhecer, o Natal é uma febre de consumismo. A passagem de ano, porque o seguinte muitas vezes é pior que o anterior, ou até o dia do não fumador, porque por acaso até fumo, etc.
Tive uma namorada que não gostava de celebrações, eu novato nessas andanças, ofereci-lhe um ramo de flores, reclamou de imediato que ainda não tinha morrido. Corri para a loja e comprei-lhe chocolates. Recusou porque não queria engordar. Não me dei por vencido e numa febre de paixão comprei-lhe um enorme peluche. Afastou-o logo, porque era alérgica. Ofereci-lhe um adeus, acho que o aceitou porque nunca mais ouvi falar dela.
Mas voltemos à questão dos homens não gostarem de datas. Não é que não gostemos, simplesmente esquecemos. Mas isso não significa que amemos menos, que sejamos maus maridos, pais ou filhos, egoístas ou egocêntricos.
Ao contrário de vocês mulheres que valorizam demais o passado, nós valorizamos o futuro. Em vez de celebrar aquela data especifica, todos os anos, preferimos a surpresa de cada dia. O momento em que num impulso de romantismo e de carinho, lhe oferecemos uma flor, a raptamos do emprego para a presentear com um jantar à luz de velas ou uma escapadinha de fim-de-semana num paraíso terrestre. Gostamos de datas que não marcamos no calendário.
Todas nós aplaudimos o discurso. Mas será que é assim, ou tu és único?
Questionámos...

15 comentários:

  1. Anónimo19.5.11

    Acho que os homens se esquecem mesmo por esquecimento, porque não valorizam tanto o lado afectivo da vida. Desde que estejam bem e não os chateiem muito...vão retribuindo o mínimo. Interrogo-me se é por incapacidade, se é por preguiça ou se é mesmo por egoísmo. Amar dá trabalho, é preciso um certo esforço para manter viva a paixão e, quando de um dos lados nunca vem nada, só esquecimento e desculpas bonitas e enfeitadas como a do seu post.it, da outra parte o amor começa também a esmorecer porque nunca é ateado e avivado e acaba por acontecer o que diz Rui Velozo: "a minha paixão por ti já não tem mais lume por onde arder!" A sorte dos homens é que as mulheres são muito insistentes, mas cada vez há mais mulheres que aprendem a defender-se do egoísmo dos homens e desistem deles muito mais rapidamente. Se encontram outro melhor é que não sei, tenho as minhas dúvidas, eles são tão raros!

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  2. Anónimo19.5.11

    Finalmente alguém percebe as atitudes dos homens. É que é mesmo assim, não ligamos para as datas, porque gostamos de criar novas. Bj. Rui

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  3. Anónimo19.5.11

    Gostei de ler o teu post.it. este foi-me particularmente caro porque fala do meu lado sem estar sempre a acusar. Somos pessoas sensíveis, uns mais do que outros. Não nos prendemos muito aos pormenores ao contrário das mulheres. Descomplicamos, não gostamos de rotinas, daí não gostarmos de datas pré-estabelecidas. Diz lá que não é melhor a surpresa do momento, de flores que se oferecem sem ser por ser uma data mas porque assim o desejamos? Obrigado. Bjs Arnaldo

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  4. Anónimo19.5.11

    Aqui para nós que a minha cara metade não nos ouve, o teu amigo e exemplar único. Já conheci muitos homens, colegas de trabalho, amigos, irmãos, cunhados etc e são anti datas porque não se querem maçar, preferem a desculpa, de dizer, não me lembrei, não ligo para essas coisas. Só se lembram das datas que lhes dão jeito. Beijocas C.

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  5. Anónimo19.5.11

    Muito engraçado este texto. Coitado do rapaz calhou-lhe logo um mau exemplo de mulher, espero que não tenha ficado muito traumatizado. A mim pode oferecer-me flores, que adoro. Chocolates, que devoro. Peluches, porque não são tão fofinhos. Bjs, Amália.

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  6. Anónimo19.5.11

    Hoje fiquei agradavelmente surpreendido pelo tema. Os homens e as datas. Realmente não nos damos muito bem, são muitas e a memória não abarca tudo. Gosto de algumas, aniversários da família mais próxima e fixo aquelas que são feriado e Natal, porque é um momento de partilha de amor e carinho. José

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  7. Anónimo19.5.11

    Boa ideia, essa de esclarecer o nosso ponto de vista. Datas para quê, devemos sim seguir o que nos diz o coração. Natal é todos os dias. Momentos especiais todos os que desejarmos. Um abraço, Raul

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  8. Anónimo19.5.11

    Minha amiga, gabo-te a paciência de queres entender os homens. E digo-te, o teu amigo deve ser mesmo especial. Dás-me o tlm dele?

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  9. Anónimo19.5.11

    Sim senhor gostei. Há muito tempo que espero que nos entendam nessa questão. Celso

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  10. Anónimo19.5.11

    Entrou hoje num tema polémico. Primeiro que tudo permita que lhe diga que apreciei a forma como está escrito e descrito. Imagino que as suas amigas vão argumentar fortemente sobre esta visão, dum homem que desvaloriza o que passou para enaltecer o presente. Nós homens, temos uma inaptidão para tudo o que é pormenor e profundo. Claro que há excepções, daí termos escritores de uma profundidade romântica que não fica atrás da mais sensível mulher. É uma cultura que vem de longe, quando o homem era sobretudo caçador, forte, vigoroso, pilar do universo, manteve essas características adaptadas, claro, aos nossos dias. Ainda se esconde na sua capa de fortaleza para não mostrar a sua humanidade, com receio de não ser entendido nela. Disparates, digo aos meus filhos. “Um homem também chora”. Um abraço, Antero

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  11. Anónimo19.5.11

    Sou homem. Gosto de datas, não direi de todas. Não gosto da data que lembrem finais, perdas, mágoas. Essas faço questão de esquecer. Gosto de datas que me lembrem bons momentos, essa comemoro todas, com flores, chocolates, champanhe, escapadinhas. Tudo a que temos direito porque “recordar é viver”. Luis

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  12. Anónimo19.5.11

    Quem diz que não gostamos de datas? Gostamos, só que por vezes são tantas que é difícil chegar a todas. Já confundo aniversários de namoradas de ex. Para não dar bronca e porque não coloco na agenda, prefiro fazer que me esqueço. Bjs, Alberto

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  13. Anónimo19.5.11

    Não sei se ria se chore. Ria pela argumentação, que sinceramente me custa a aceitar, apesar de bonita. Se chore, por pena que não seja mesmo assim. Desculpa mas ri-me mesmo da pouca sorte que o rapaz teve com a namorada.

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  14. Anónimo19.5.11

    Olha, achei o máximo a argumentação do moçoilo. Mas sinceramente deve ser único. Porque além de se esquecerem das datas nunca me raptaram para uma escapadela.

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  15. Anónimo19.5.11

    Sem querer entrar em polémicas, porque este espaço é demasiado bonito e sereno para tal, devo referir, que homens e mulheres podem ser diferentes. Que podem valorizar coisas diferentes. Mas cabe ao homem nas suas diferenças completar a mulher e vice-versa. Acrescento ainda que nada é taxativo. Não há o modelo exacto de homem tal como não há o de mulher. Porque o que em síntese se pode dizer é que há pessoas com bom carácter, bons valores, etc. Mas aí entramos no aspecto cultural e social e não de diferença de géneros. Desejo a todas as mulheres boa sorte para encontrarem o amor que desejam e idêntica sorte para os homens. João Raposo

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