segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Post.it: A saudade que fica

Saudade “é o amor que fica”.
Mas também o amor que há-de vir. Porque sem amor sentimos um vazio, uma ausência,
uma necessidade de encontrar, algo, alguém que nos faça sentir inteiros.
Mas ele só pode vir e permanecer em nós se lhe  dermos espaço no coração.
Quantas coisas se têm dito e escrito sobre o amor.
Mas que amor? o ideal, o bucólico, o poético, o que nos magoa por dentro sem se ver por fora?
Mas e então o amor, sereno, pacifico, feito de dias, de horas, de sorrisos, de olhares para o mundo que nos rodeia.
O amor pela vida, o amor por uma flor a desabrochar, pela doçura duma criança,
o amor com que nos olha aquele cachorro abandonado.
O amor que colocamos num abraço amigo.
O amor de cada momento em que a manhã nos vem presentear com a sua limpidez.
O amor que devemos ter por nós, quantas vezes amando alguém nos esquecemos
de nos amar e apreciar as nossas qualidades.
Lembro-me por vezes das crianças quando descobrem as mãos, olham-nas maravilhadas, brincam com elas, descobrem a sua funcionalidade.
E nós, que deixámos de nos olhar, de nos sentir. Quando foi a última vez que olhámos as nossas mãos e redescobrimos para que servem?
Elas servem para agarrar a vida, para a abraçar, para a moldar e tornar um pouco melhor em cada dia.
Saudade é o que fica quando não conseguimos olhar o futuro e nos prendemos ao passado.

6 comentários:

  1. Anónimo17.1.11

    Saudade é o amor que fica pelo amor que vai. A saudade do que foi e do que podia ter sido. Tens razão temos que deixar partir a saudade antes que fiquemos prisioneiros dela. Bj A.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo17.1.11

    A saudade deve ser encarada como um processo natural de transposição das fases da nossa vida. A saudade ateneua a dor. Mas também ela deve passar e não eternizar a sua presença. A saudade não deve tornar-se uma nova visão do problema, que ao desvaloriza-lo faz-nos aceitá-lo e em muitos casos voltar a vivê-lo. A saudade deve ser encarada como uma estação do ano, a que vem depois do fulgor do verão, a pacificação do outono. Bjs Sandra B.

    ResponderEliminar
  3. Anónimo17.1.11

    Aprecio a tua análise e comparações. Tens razão muitas vezes esquecemo-nos de nós em prol do outro. Depois quando termina fica o vazio, vem a saudade que torna a dor mais suportável. Não devia acontecer dessa forma, o Amor devia ser partilha e não só entrega. Digo sempre isso, mas na hora de começar esqueço. Quem sabe um dia aprenda a "só gostar de quem gostar de mim?" Bjs Luís

    ResponderEliminar
  4. Anónimo17.1.11

    O amor ou os amores da nossa vida, dão sentido à nossa vida.Que somos nós sem os afectos? Apenas ilhas perdidas num oceano de pessoas. Mas o que se faz em nome do chamado "amor" é sobretudo desamor por si. Não lhe chamemos depois saudade mas fragilidade. O amor requer maturidade para ser vivido e sentido. O amor não deve ser prisão, escravidão. Tens razão em tudo o que dizes. Mas sobretudo não deturpem um sentimento tão lindo, vivam-no sem complexos nem obsessões. "A saudade é o suspiro do amor".Bjs Amália

    ResponderEliminar
  5. Anónimo17.1.11

    Aí as saudades, gosto tanto delas. Preenchem os meus dias e as minhas noites. São lembranças embrulhadas em ternura. Porque felizmente só temos saudades das coisas boas que nos deixaram. Com o passar do tempo deixamos de ter ansiedade e passamos a ter saudade.É verdade que nos prende ao passado e nos impede de ver o futuro. Mas quando passamos a fasquia dos 70 (não digo quantos)o futuro não tem importancia e a nossa riqueza passa a ser o passado que construimos. Desejo-te um bom passado para recordares no futuro. Bjs Adelaide

    ResponderEliminar
  6. Anónimo17.1.11

    Há algo em ti que me surpreende em cada post.it. A análise, o detalhe, a pintura que quase conseguimos vizualizar. Gosto de (te), torna mais suave o meu dia. Bjs Marina

    ResponderEliminar