quarta-feira, 29 de junho de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (48)

Muito longe dali, na praça central da maior cidade do novo reino unido, a mesma onde um século atrás fora vencida a sombra maléfica, juntara-se enorme multidão em que os seres brilhantes já não se distinguiam de fadas e magos, de tal forma se fizera a adaptação e simbiose dos dois reinos.
As praças centrais da maior cidade da ilha e das restantes cidades do reino, àquela hora, encontravam-se igualmente apinhadas. E não só nas cidades, mas por todos os lugares habitados do novo reino unido se avistavam sinais das comemorações que, naquela noite, se iniciavam – o primeiro centenário da Noite da Reunião. A maioria da população lembrava-se desse acontecimento. Muitos dos mais antigos haviam desaparecido e outros tantos, mais jovens, apenas conheciam essa data pelo que dela se contava e se estudava. Mas, para todos, era a grande data – a comemoração do sentido da união do reino e da razão primeira que dera origem à forma como, desde essa noite, tudo fora organizado com base em orientações, princípios, leis e regras que pautavam a actuação de todos e de cada um, permitindo que o progresso, a justiça e a paz fossem as notas dominantes da vida do novo e grande reino unido.
Para alguns essas comemorações do reino eram também recordações individuais, por terem participado directamente nos acontecimentos e porque estes tinham alterado completamente a sua vida. A experiência comum mantivera-os unidos e reunira-os nessa noite, na grande sala onde cem anos antes se dera o primeiro encontro de Ornix e Corix, com a rainha Amada e a fada Astuta. Estavam também presentes: o Guardião e as fadas-comande; o professor Inventix e alguns membros do conselho de decisores da ilha; os magos mensageiros e os que se tinham aventurado em busca da princesa; algumas fadas conselheiras do então reino mágico e outros membros do corpo de dirigentes do novo reino unido. Este tornara-se no grupo unificador dos dois povos que, sob a sua liderança, se haviam tornado num só povo que sentia o novo reino unido como sua pátria única.
Na sala, como em todas as praças de todas as cidades, a conversa girava em torno dos acontecimentos que se celebravam e a alegria das vozes e da música que enchia o ar chegava ao lago das mil cores, onde, desde aquela noite, a ponte de água sólida se tornara o grande símbolo da Noite da Reunião. Por isso se encontrava sempre iluminada e se tornara um monumento que todos queriam conhecer.
Nas profundezas do lago continuavam aprisionadas as criaturas maléficas, incluindo as feiticeiras filhas da sombra, cujos lamentos raivosos continuavam a ouvir-se nas noites em que o vento se lhes juntava e agitava a superfície do lago, fazendo subir as águas profundas que arrastavam consigo os lamúrios e gritos que povoavam os abismos escuros e frios.
Mas no novo reino unido, nessa noite, ninguém se deitou, ninguém adormeceu, ninguém se cansou, ninguém ficou só. Todos, excepto a princesa Marbel.

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Continua
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No reino mágico das fadas (49)
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