terça-feira, 7 de junho de 2011

Esquecimento

Tenho pedaços de noite,
talhando a madrugada.
No fio afiado da foice,
que ceifa a dura estrada.

Encoberta de nevoeiro,
solidão e aguaceiro.
Queda de água ferida,
no rio da nossa vida.

Cavalo alado correndo,
na luz se desvanecendo.
No dorso do caminho,
erva, urze e azevinho.

Cumes brancos de neve,
nos pulmões um ar  leve.
Ávidos de firmamento,
sedentos de esquecimento.

6 comentários:

  1. Anónimo7.6.11

    Estou sempre à espera dum poema, daqueles que tornam o despertar mais sereno. A tua poesia tem essa característica de nos embalar. Bjs A

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  2. Anónimo7.6.11

    Um poema que se enquadra neste dia meio triste. Mas como tudo o que escreves tem uma subtil esperança que o adorna. Beijocas C

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  3. Anónimo7.6.11

    Há pedaços da noite que nos acompanham no correr do dia, da nossa vida, havemos de os esquecer ao longo da estrada. José

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  4. Anónimo7.6.11

    Quantas madrugadas, quantos dias de nevoeiro, solidão e aguaceiro que se vão desvanecendo nos braços do esquecimento. Bjs, Leonor

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  5. Anónimo7.6.11

    Tens uma poesia muito feminina, muito doce, terna, nostálgica, como quem sonha de olhos abertos e deixa o coração voar.

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  6. Anónimo7.6.11

    Lindo, gostei muito. Bj, Rui

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