sexta-feira, 15 de abril de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (28)

A noite caía na ilha, ameaçando tornar-se mais escura de sempre, quando os quatro grupos de fadas exploradoras tinham entrado na cidade por quatro pontos opostos entre si. Percorreram sem serem detectados todos os caminhos que iam dar à praça central e acompanharam sem serem detectadas vários grupos de seres brilhantes que, invariavelmente, falavam da conspiração de Ansiex e do receio das possíveis consequências das mensagens falsas que enviara ao reino mágico das fadas. Quando os quatro grupos se encontraram no centro da cidade e trocaram as informações recolhidas, rapidamente concluíram que o ataque não poderia concretizar-se, pois tinha sido induzido por uma artimanha alheia ao conselho de decisores da ilha que, como a rainha Amada e a sua corte, desejavam manter a paz e resolver o incidente da princesa Marbel pacífica. Apressaram-se a regressar para comunicarem às fadas-comandantes as boas notícias.


Enquanto isso, Ornix, já nos seus aposentos particulares e sem conseguir dormir, obrigava-se a permanecer imóvel, para descansar e ganhar a concentração necessária ao cumprimento da missão a que se propusera. Era um quarto amplo com várias janelas que deixavam ver o exterior: as luzes da cidade e o céu carregado de nuvens negras que substituía, naquela noite, a habitual a visão de um céu tenuemente iluminado pelo brilho da lua e das estrelas, matizado de mil de cores emprestadas pelas águas do lago. Ornix sentia o passar lento de todos os minutos daquela noite que lhe parecia a mais longa de sempre. A esperança de que tudo se resolvesse era grande, mas não abafava o receio de que o seu encontro com a rainha Amada viesse a tornar-se impossível, assim como a manutenção da paz.


Muito antes da hora marcada para o início da inovadora viagem ao reino mágico das fadas, Ornix entrou no edifício dos serviços de investigação e pesquisa científica. Os professores Inventix e Corix já haviam chegado. Também eles tinham passado a noite com alguma ansiedade. Encontraram tudo pronto, pois a equipa responsável por aquele projecto tinha ficado toda a noite a trabalhar na preparação da viagem. Ornix e Corix entram num pequeno compartimento de um material transparente cujo fundo e tecto eram constituídos por um painel onde brilhavam milhares de pequenos dispositivos comandos dos dispositivos electrónicos que concretizariam todo o processo de teletransporte e que poderiam ser utilizados pelo pensamento, sem necessidade de contacto físico. Os corpos dos dois seres brilhantes seriam teletransportados, através de um processo de fusão de células que transformaria toda a matéria orgânica em pura energia que seria enviada, à velocidade da luz, em direcção ao reino mágico. À chegada, aconteceria o processo inverso e toda a energia voltaria a assumir a sua forma original. Este processo havia sido experimentado com animais e plantas e resultara. No entanto, os seres brilhantes eram mais complexos, sobretudo ao nível da mente e das suas capacidades. Era esse o maior perigo da experiência, pois desconhecia-se se a mente, com todos os seus pensamentos e conhecimentos voltaria a ser totalmente e bem reconstituída. Ornix e Corix estavam conscientes deste perigo, mas também sabiam como importante e necessário corrê-lo.


Algumas mensagens de voz tinham sido transformadas em pensamento e seriam enviadas em ondas de rádio também para o reino mágico, num comprimento de onda que poderia ser sentido e compreendido pela rainha Amada e pela população do seu reino. Assim, quando Ornix e Corix chegassem e os seus corpos se materializassem novamente, poderiam ser bem recebidos. Pelo menos era o que se esperava que acontecesse.


Entretanto, as forças militares do reino mágico estacionadas na ilha já conheciam as informações recolhidas pelos grupos de fadas exploradoras e, aos primeiros anúncios da madrugada, tinham chegado as fadas aladas com a ordem de retirada enviada pela rainha Amada.


A tempestade também dava sinais de amainar em resultado dos avanços dos seres benéficos da ilha que tinham conseguido aprisionar, de novo, as feiticeiras e começavam a dominar os seres maléficos que, lentamente, iam sendo empurrados para as águas profundas. As cores começavam a voltar ás águas do lago que, a pouco e pouco, iam reconquistando a sua serenidade.

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Continua

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No reino mágico das fadas (29)

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