quarta-feira, 6 de abril de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (24)

Ao mesmo tempo que Ornix questionava o sobrinho sobre a troca de mensagens e descobria, com a colaboração do professor Inventix e da sua tecnologia de leitura dos pensamentos, toda a trama urdida por Ansiex, a fada Astuta encontrava-se diante das forças militares do reino mágico. Jovens fadas e magos, usando fatos justos de um padrão que combinava cores e tons que se adaptavam e confundiam com o espaço envolvente, armados com a força da união de corações e mentes e com a confiança que lhes davam as magias secretas e poderosas que só eles sabiam utilizar, perfilavam-se na praia, olhando de frente o temporal que ameaçava desfazer-se em granizo e ácido e as nuvens negras que se elevavam como altas muralhas sobre as águas revoltas que, contudo, não ousavam atirar a rebentação das ondas além da linha de algas e musgos que delimitava o lago.


À ordem da fada Astuta, o contingente mágico formou grupos que, pela magia da bolha protectora, se foram tornando invisíveis, um após outro. Esta magia tinha sido reforçada, o que permitia aos militares manter a mente livre e activa, com atenção plena ao percurso e a tudo o que os rodeava, podendo mesmo agir sem que a força se desfizesse. Foi assim que foram avançando no meio da turbulência da tempestade, afastando os perigos que se elevavam das cores maléficas do lago que, naquela altura e reforçadas pela tempestade, já tinham dominado completamente as cores benéficas e os seres pacíficos que habitavam as águas.


Aos poucos o lago transformara-se num mar de maldade e raiva que tornava a tempestade mais violenta e, ao mesmo tempo, se alimentava dela. Nos céus negros e revoltos, um numeroso bando de criaturas negras volteava ameaçadoramente e formava uma barreira que, à ordem de vários seres brilhantes apoiantes de Ansiex, vigiavam as possíveis rotas de passagem entre o reino mágico das fadas e a ilha. Felizmente, os revoltosas desconheciam a magia da invisibilidade das fadas e, por isso, não deram pela passagem dos jovens magos mensageiros que, a esta hora, começavam a avistar a praia, sem terem sido vistos e sem terem detectado a força militar que se dirigia para a ilha. A magia protectora revelava assim a eficácia do seu poder que, nesta situação, foi desfavorável para todos. O contingente de ataque do reino mágico avançava com alguma dificuldade, mas ia vencendo tenazmente os perigos dos céus e das águas do lago das mil cores.


Na ilha, o conselho de decisores fora posto ao corrente das manobras de Ansiex, já imobilizado e impedido de se comunicar com os seus cúmplices. Os serviços de segurança da ilha preparavam-se para desmantelar a teia da revolta, enquanto um corpo de vigilantes se dirigia para as montanhas dos ventos uivantes, a fim de encontrar a princesa e os jovens magos. Temiam que estivessem maltratados ou até sem vida, pois os pensamentos de Ansiex não haviam mostrado clareza sobre o estado dos prisioneiros, por astúcia ou confusão natural devido á situação difícil em que se encontrava. Esta possibilidade ensombrava ainda mais o coração de Ornix que, assim, via comprometidas as hipótese de entendimento com o reino mágico das fadas.


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Continua

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No reino mágico das fadas (25)
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