terça-feira, 12 de abril de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (26)

Finalmente, os magos mensageiros completaram a viagem de regresso e ultrapassaram a barreira de espinheiros. Respiraram de alívio, pois a magia da bolha protectora começara a enfraquecer e a nenhum deles sobrava forças para a reerguer. Assim ficaram visíveis, foram recolhidos pelas forças de segurança que se encontravam de vigilância na praia e, apesar de extremamente cansados, pediram para ver imediatamente a rainha Amada. À medida que se aproximavam da cidade, a tempestade começava a amainar e o sol ia rompendo as nuvens negras que se haviam apoderado dos céus do reino mágico.
Ao mesmo tempo, nos laboratórios dos serviços secretos, os técnicos tinham conseguido descobrir, finalmente, o significado da luz verde que piscava nos pequenos aparelhos metálicos e dirigiam-se também para o palácio.
A rainha Amada recebeu-os a todos em conjunto, pois rapidamente percebeu que as informações estavam todas relacionadas. O relato dos magos mensageiros da maquinação política que se passara na ilha, a mensagem escondida pela luz verde do robotix e finalmente encontrada e a nova proposta de Ornix para um encontro de negociações pacíficas, tudo batia certo e constituía uma lufada de esperança que poderia ainda salvar a paz, se agissem prontamente.
Não havia tempo a perder. Era necessário travar o avanço das forças de ataque que haviam partido para a ilha. A fada Astuta organizou um grupo de fadas aladas treinadas especialmente para viagens muito rápidas e especialistas na magia da comunicação de pensamentos a grandes distâncias. Uma magia difícil de pôr em prática e que exigia grande concentração.
Porém, as forças do reino mágico, acabavam de chegar à praia da ilha e avançavam para a floresta. Apesar da organização e eficácia dos serviços de defesa liderados pelo Guardião, o contingente militar não foi detectado e rapidamente deixou para trás as areias revoltas da praia e penetrou na floresta.
A tempestade parecia ganhar cada vez mais força e era difícil encontra caminho por entre o arvoredo em reboliço. Assim, os magos e fadas, ainda protegidos pela magia que os tornava indetectáveis, resolveram elevar-se e sobrevoar a floresta, embora corressem maior risco de ser descobertos e ficassem mais expostos à fúria do vento e da chuva. Aos pouco, foram progredindo e começaram a avistar a cúpula do edifício da clareira onde supunham que ainda se encontrava a princesa. Deixaram aí um contingente de mil efectivos a cercar a clareira. Os nove mil avançaram em direcção à cidade que se encontrava completamente coberta por densas nuvens negras.
Na sala do conselho, Ornix e os restantes decisores encontravam-se reunidos. O anel de luz que os unia era intenso e a intermitência do zunido era acompanhada pelo ondular inquieto das paredes. Todos conheciam já a manobra de Ansiex e decidiam o que fazer em relação a ele e aos seus cúmplices que, àquela altura, já haviam sido encontrados e aprisionados.
Foi uma discussão longa e difícil pois há séculos que tal tipo de decisão não era necessária. Além disso, esta acção que colocava a ilha e todos os seus habitantes em perigo era ainda mais grave por ter sido liderada por um membro do conselho, o que punha em causa o próprio sistema de escolha dos elementos deste órgão decisor. Porém, neste momento, essa reflexão política não poderia ser feita. O que se impunha era evitar a todo o custo que a actuação revoltosa de Ansiex tivesse como resultado uma guerra entre os dois reinos. Por isso, encontravam-se também presentes o Guardião e os investigadores que estavam a aperfeiçoar a técnica de comunicação e transporte à distância já possível, mas pouco aperfeiçoada.

No lago das mil cores, que separava os dois reinos, a feiticeiras haviam conseguido libertar-se e lideravam, agora, os seres maléficos que se ocupavam a tentar dominar e manter nas águas frias e profundas do lago os seres pacíficos que, habitualmente, controlavam as águas superficiais, mantendo-as calmas, livres de magias e feitiços maldosos e prejudiciais e com uma ondulação suave de mil tonalidades suaves e tranquilizadoras. Com a tempestade e a vitória das feiticeiras, tudo isso desaparecera. As águas do lago enovelavam-se em latas e violentas ondas de tons de cinza e de vermelho vivo e ameaçador. A luz do sol não chegava à superfície havia várias horas e os ventos e chuvas de granizo e ácido cada vez mais forte e fétido pareciam querer dominar o lago para sempre.

Porém, do lado das margens do reino mágico das fadas, a luz do sol começava a ganhar força e lentamente começava a ganhar brilho e força. Ainda haveria esperança?
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Continua
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No reino mágico das fadas (27)
http://posdequererbem.blogspot.com/2011/04/era-uma-vez-no-reino-magico-das-fadas_13.html

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