sexta-feira, 8 de abril de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (25)

Depois de quase um dia de busca, o corpo de vigilantes da ilha encontrou os prisioneiros, ainda na mesma caverna escura e fria, agora também bastante húmida, onde o zunir dos ventos se ouvia ameaçador e inquietante.
A princesa encontrava-se inconsciente, pela falta de conforto e de alimento, e não se mexia há vários dias, o que preocupava os jovens magos que, mais resistentes e apesar da fraqueza física, se mantinham semiconscientes. O estado de carência alimentar, a temperatura baixa e a humidade tinham debilitado os seus corpos e reduzido totalmente as suas faculdades mágicas e a sua capacidade de comunicar através do pensamento. Assim, e como se encontravam amordaçados, já não podiam nem sequer falar ou alentar-se mutuamente. O vigilante que com eles fora aprisionado, há muito que deixara de dar sinais de vida.
Foram prontamente transportados para a cidade, para a unidade de cuidados de saúde, onde vários médicos se empenharam na sua recuperação. Ornix tinha esclarecido bem a importância do sucesso dessa recuperação. Talvez só isso pudesse evitar o confronto com o reino mágico das fadas.
Entretanto, na corte da rainha Amada, discutia-se a organização do reino para enfrentar o perigo que viria, certamente, assim que as forças do reino atacassem a ilha. No coração da rainha ainda havia uma réstia de esperança acalentada pela luz verde do pequeno aparelho cujo significado e função os serviços secretos continuavam a tentar descobrir. Mas o ruído e o negrume da tempestade que, finalmente tinha vencido a magia do reino mágico e cobria toda a cidade, espalhava o temor e o desânimo entre a população que, perante o perigo, esquecia as normas do reino e começava a utilizar as artes mágicas para resolver problemas tão simples como pequenos acidentes ou desentendimentos, gerando exactamente o oposto do que seria necessário – a união de todos.
Enquanto isso, na ilha, o Guardião preparava os serviços de defesa para um eventual ataque, dando ordens para que não fosse utilizada violência desnecessária e fossem envidados todos os esforços para evitar e anular os confrontos. Ornix fora bem claro – a guerra tinha de ser evitada a todo o custo. Os séculos de aposta no progresso e no desenvolvimento não podiam ser agora anulados por um mal entendido provocado pela ânsia de poder do seu sobrinho!
Os magos mensageiros que ainda enfrentavam a tempestade nos céus do algo começavam a avistar a praia e a barreira de espinheiros envoltos em nuvens de areia e batidos violentamente pelo vento. Os quatro jovens sabiam da importância da sua missão. Por isso, apesar do cansaço, mantiveram-se empenhados em progredir o mais rapidamente possível. Mal sabiam eles que, no sentido oposto, um grande contingente de magos e fadas militares venciam rapidamente a tempestade e a distância e começavam, por sua vez a avistar as praias da ilha, também batidas violentamente pelas águas e constantemente erguidas em remoinhos de areia pelo vento.
Apesar de ter passado apenas uma escassa dezena de dias, todos sentiam já como longínqua a vida tranquila que os tempos de paz haviam oferecido e que a irreflexão da princesa e a ambição do poder político ameaçavam destruir.
…………
Continua
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No reino mágico das fadas (26)
http://posdequererbem.blogspot.com/2011/04/era-uma-vez-no-reino-magico-das-fadas_12.html

2 comentários:

  1. Anónimo8.4.11

    Minha amiga não tenho comentado para não me repetir sobre o quanto gosto da sua escrita e do que está escrito nas entrelinhas. Está a ficar perigosa a sua história, presa da fúria das tempestades da irresponsabilidade e da ambição humanas e refém das artimanhas dos que acham que tudo vale para chegar ao poder: a mentira e as promessas falsas e vãs não importa a que preço, principalmente se for pago por outrém. Estou em suspense, mas não me importo que a história se prolongue porque começo a afeiçoar-me às suas personagens. Bem haja. Luiz Vaz

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  2. Anónimo8.4.11

    Amiga, até sinto o vento e o negrume da tempestade! Tempos revoltos. Será que ainda deixarão espaço ao amor? Não te esqueças dele! Bjs. MJ

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