quarta-feira, 13 de abril de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (27)

No conselho de decisores chegou-se, entretanto, a consenso sobre o destino dos responsáveis pela situação de perigo em que se encontravam, mas guardaram para mais tarde a sua aplicação, pois urgia decidir sobre o que fazer. Os dois investigadores expuseram as possibilidades de aplicação da nova tecnologia, alertando para o facto de ainda não ter sido testada e, além disso, poder ser condicionada pela violência da tempestade. Comunicar à distância seria o ideal. Porém, como saberiam a resposta das fadas se elas não dispunham da mesma tecnologia? Logo, seriam necessários pelo menos dois voluntários para experimentar o teletransporte. Havia o perigo da experiência não resultar e poderem perder a vida. Mas ser resultasse, seria a forma mais rápida e segura de comunicar e chegar a um entendimento com as fadas.
Ornix tomou a palavra.
“Eu desejo participar nessa experiência!”
O zunido de espanto agitou o anel de luz e quase todos os decisores oscilaram na sua levitação. Não era, de todo, usual nem aconselhável que o líder do conselho tomasse parte em tais missões.
“Sei o que estais a pensar. Porém, sinto-me um pouco responsável pela acção de Ansiex. Fui eu que o eduquei e talvez até a sua participação neste conselho tenha sido influenciada, embora involuntariamente, pela sua familiaridade comigo.
A agitação que se fez sentir na sala mostrava bem que ninguém concordava com tais afirmações. Ornix sempre fora exemplo e a educação que dera a Ansiex seguira todos os padrões e princípios que vigoravam na ilha. Ninguém lhe atribuía qualquer responsabilidade pela conduta do sobrinho. Foi isso que vários decisores expressaram quando tomaram a palavra para reflectir sobre esta proposta de Ornix.”
Contudo, o líder do conselho foi persistente na defesa da sua posição e conseguiu convencer os restantes membros com a sua determinação:
“Agradeço todas as palavras de apreço que aqui ouvi. Porém, além de todos os argumentos que já expressei, há mais dois: Não tenho filhos nem outra família além de Ansiex, que já não precisa de mim. Tive já uma vida longa e feliz, com responsabilidades no governo da ilha e sinto-me honrado pela confiança que sempre depositaram em mim e, deixai-me dizê-lo, orgulhoso do progresso e da qualidade de vida e das relações sociais que todos ajudámos a criar e a alcançar. Permiti-me fazer isto. Tomai-o como uma necessidade de, mais uma vez, viver ao serviço da paz, ou morrer, se for caso disso.”
O argumento maior guardou-o para si. Desejava ver a rainha Amada. Esta seria a forma mais rápida e talvez a única oportunidade de o conseguir.
O conselho acabou por decidir a seu favor. A ele juntar-se-ia um dos investigadores – Corix – pois, de acordo com as razões que apresentou, seria bom que um dos participantes na experiência conhecesse a tecnologia para melhor poder utilizá-la e, caso fosse necessário, ajustá-la.
A partida ficou marcada para a manhã seguinte, pois a noite aproximava-se e seria demasiado perigoso desafiar a tempestade e a escuridão simultaneamente.

Entretanto, as forças militares do reino mágico das fadas começavam a avistar a concentração de nuvens densas e negras que cobriam a cidade dos seres brilhantes. As fadas que as comandavam decidiram que era melhor parar e mandar pequenos grupos exploratórios fazerem um reconhecimento do território, pois não seria aconselhável avançar para o desconhecido. Formaram-se rapidamente quatro equipas de voluntários. Cada uma entraria na cidade por um dos pontos cardeais e encontrar-se-iam no centro para regressarem todas juntas com as informações que conseguissem recolher.

No reino mágico, a fada Astuta dava ordem de partida ao grupo de fadas aladas que iriam enfrentar a tempestade e o lago com as suas forças maléficas na tentativa, que não poderia falhar, de impedir o ataque da ilha pelas forças do reino, devido a um tremendo mal entendido que poderia destruir a paz alcançada e comprometer um futuro de entendimento e até cooperação.
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Continua
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