quarta-feira, 20 de abril de 2011

Era uma vez: No reino mágico das fadas (29)

Os primeiros raios da luz matinal começavam a iluminar o lago das mil cores quando, no centro de investigação e pesquisa, o processo de teletransportação de Ornix e Corix se iniciava. Dentro do compartimento transparente, os dois apertaram as mãos e colocaram-se em posição de levitação, completamente imóveis. Sentiram a temperatura do corpo a aumentar lentamente, ao mesmo tempo que iam deixando de sentir peso e um formigueiro agradável e quase reconfortante ia tomando conta de todos os seus órgãos. Os olhos deixaram de ver o interior da sala e foram inundados por uma claridade de tranquilizantes tons amarelos e laranja que os envolveu e absorveu até que deixaram de sentir o corpo e se transformaram em energia e pensamento, tornando-se parte de um todo que não sabiam o que era mas que lhes dava a sensação de existirem para além deles, num estado de infinita tranquilidade. Ornix abandonou-se a essa agradável sensação de se sentir apenas pensamento e paz. Durante os breves momentos que durou a teletransportação nem Ornix nem Corix deixaram de saber quem eram e o que estava a acontecer. Toda a sua consciência e sabedoria se mantiveram intactas, apenas o corpo passou pelo processo de sublimação e reconstrução. Quando começaram a senti-lo novamente foram surpreendidos pela desagradável sensação de arrefecimento e retoma do peso corporal. Corix sentiu-se agoniado e quase não quase não conseguia manter-se de pé quando o processo terminou. Ornix também sentiu algum incómodo, sobretudo por causa do frio, mas rapidamente se recompôs e ajudou Corix a manter-se em posição de levitação até que tudo estivesse concluído.

No reino mágico das fadas, a luz da manhã inundou tudo como há dias não acontecia e com ela chegou uma sensação de tranquilidade que se foi difundindo por todo o reino. Todos foram surpreendidos por uma estranha forma de comunicação, não por palavras, mas por sensações e sentimentos que tomavam o pensamento de todos, concentrando-os numa espécie de mensagem claramente perceptível mas sem frases nem sons. Inexplicavelmente, todos conheceram a origem da mensagem e compreenderam o seu significado e intenção. Por isso, ninguém se inquietou e começaram o dia fazendo a sua vida normal. A única diferença é que se sentiam em paz e segurança, com a certeza de que a inquietação dos últimos tempos iria desaparecer e tudo seria resolvido em bem.

A rainha Amada sentiu exactamente o mesmo que todos os outros. Mas, para ela, essa sensação teve outro significado – a sua filha estava bem e o seu povo continuaria em segurança e em paz. Soube que os seres brilhantes tinham recebido a sua mensagem. Sentiu que tinha de dirigir-se à praia e chamou a fada Astuta para que a acompanhasse. Quando saíram para a praça, havia uma multidão que aclamou e seguiu a rainha.

Na ilha a mensagem também tinha sido sentida por todos, incluindo as forças militares do reino mágico, que se preparavam para regressar, e a princesa Marbel que, tal como os jovens magos, se encontrava quase completamente recuperada. Todos foram invadidos pela mesma sensação de tranquilidade e segurança que se sentiu no reino mágico.

Só ao lago das mil cores a mensagem não se difundira, impedia pela a luta entre os seres benéficos e os maléficos que não ainda não haviam sido totalmente dominados. Ainda persistiam algumas nuvens ameaçadoras onde se escondiam as criaturas aladas e negras que tinham servido Ansiex e os seus cúmplices.
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Continua
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No reino mágico das fadas (30)
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