quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Post.it: A crise

Em tempos de crise, temos que fazer opções e como sempre, difíceis ajustes no orçamento. Lá terei de deixar o Ferrari na garagem e passar a ir para o emprego no Jaguar. Vender o palácio no Campo Mártires da Pátria no valor de 10 milhões de euros e comprar um mísero apartamento de 3,8 milhões de euros em Cascais. Vou ter de deixar de beber pérolas como fazia a Cleópatra e passar a beber tão simplesmente, champanhe francês. Terei de trocar o glamour dos fatos Chanel por um simples Benetton. Vou vender o meu Rolex e passar a usar um mero Ómega. A crise exige estas complicadas adaptações. Mas é difícil prescindir destas coisas tão básicas ao comum dos mortais.
Porque este é um mundo que existe com ou sem crise, que sofrerá à sua dimensão. Porque como dizia Voltaire “Quando se trata de dinheiro somos todos da mesma religião” embora deva acrescentar que uns mais “devotos” do que outros.
Prefiro contudo a teoria de Edward Gibbon “Na verdade sou rico, visto que o meu rendimento é superior às minhas despesas e as minhas despesas são iguais aos meus desejos”.
Parece-me uma economia equilibrada, não desejar o que não se pode alcançar e sobretudo valorizar o que se tem. Ou como diz Daniel Defoe “O descontentamento por aquilo que nos falta procede da nossa ingratidão por aquilo que temos.”
Não esquecendo que “A felicidade é interior, não exterior; portanto não depende do que temos, mas do que somos.”

4 comentários:

  1. Anónimo18.11.10

    Olha a crise já chegou à tua apreciação. Gostei, sobretudo porque não teve aquela vertente “coitadinha” que já cansa. Nem demasiado critico, tipo os outros que paguem a crise. Gostei particularmente do teu suave humor e do chamar a atenção que o dinheiro não é tudo, embora seja deveras importante. Beijocas

    ResponderEliminar
  2. Anónimo18.11.10

    Sinceramente acho que a maior crise é a de valores, e essa tem-se eternizado. Felizmente que de vez em quando surgem pessoas como tu e como a Sonhos que ainda olham para a vida com o coração. Obrigado, Fernando

    ResponderEliminar
  3. Anónimo18.11.10

    Gostei muito da tua “crise” Ainda soltei uma gargalhada pelo saudável exagero e a “devoção” ao dinheiro. Aquela de que há uns mais “devotos” que outros é um (must). Só mesmo tu para nos aliviar a crise. Bjs C

    ResponderEliminar
  4. Anónimo18.11.10

    Ai a crise... Gostei da tua apreciação do chic e do choque. Realmente há uns mais "devotos" ao dinheiro do que outros.Mas com tu dizes temos que valorizar o que temos porque a verdadeira felicidade está no que somos e não no que temos. Lindo, Bj A.

    ResponderEliminar