Numa daquelas conversas de café que cultivo como uma tradição, lançaram-me uma pergunta, talvez pouco ética, mas a verdadeira amizade permite certas liberdades sem ficar beliscada. “Qual é o teu estilo?" Perguntaram-me com olhar pouco aprovador. Tesouras afiadas prontas a esquartejar o que resta do meu look. Devo confessar que saí de casa a voar para não chegar atrasada, coisa que valorizo mais do que a conjugação de cores, padrões e peças de roupa. O espelho, bom amigo, manteve o seu silêncio que entendi como aprovação e fechei a porta convencida que estava cheia de style.
- Bom, o meu estilo? Tento responder meio hesitante, enquanto tropeço nas palavras, como se fosse ainda uma aprendiza da língua pátria. Por fim, balbucio algo perceptível.
- Nunca me debrucei sobre o assunto, mas suponho que o meu estilo seja a inexistência de estilo. Gosto do que é malfeito, de coisas desajeitadas, que caem e pendem por todos os lados num perfeito desalinho, meio hippie, meio cigana.
- Nunca me debrucei sobre o assunto, mas suponho que o meu estilo seja a inexistência de estilo. Gosto do que é malfeito, de coisas desajeitadas, que caem e pendem por todos os lados num perfeito desalinho, meio hippie, meio cigana.
Observo-me, sem entender a questão, reparo que uso a roupa uns quantos números acima, porque gosto de me sentir confortável. Além disso, não me importa o visual, é apenas um embrulho, mesmo que mal-amanhado. O meu look, é sobretudo um desafio, não para todos, mas apenas para alguns, aqueles que indiferentes à mera aparência, se acerquem e tenham alguma curiosidade em desvendar o conteúdo. No entanto, poucos têm coragem de passar a fronteira do olhar, erguem muros de preconceito, tornam-me invisível. Não sei se hei-de chorar ou se rir dos julgamentos que a mente faz, estigmatizando sem apelo nem agravo, alguém que tem por culpa a determinação de ser verdadeiro, sem retoques de vaidade.
Look, visual, aparência,envólucro, embrulho apenas. A mania de se parecer bem, de agradar aos olhos dos outros, como se a aparência fosse tudo! E o corcunda de Notre Dame? E o menino pobre que, afinal, era o rei de Inglaterra? E o rapaz anão que tem o coração maior que o mundo? E a menina deficiente que se fez mulher inteira e feliz? E o cientista que apenas comunica com o pensamento o saber de génio?
ResponderEliminarVale a pena citar Saint-Exupéry: "O essencial é invisível para os olhos. Só se vê bem com o coração."
Seja qual for o envólucro, o que importa é o que está dentro dele. Só quem tem valor saberá olhar para além dele.
Tu não precisas de retoques, já és linda por natureza.
ResponderEliminarAdoro o teu estilo, alegre, divertido e descontraído. O teu ar de menina, faz com que tenhamos vontade de cuidar de ti, arranjar a gola do casaco, que ficou metade para dentro e a outra para fora, acertar os botões da camisa. Porque esse é o teu estilo, despreocupado com as coisas sem importância mas muito atenta ao que verdadeiramente importa. Leonor
ResponderEliminarGosto do teu estilo, não faças caso de bocas foleiras. Quem te conhece sabe que o conteúdo é cheio de style, o embrulho é só serve para afastar quem não interessa. Não mudes nunca.
ResponderEliminarGostei de ler este texto, lembrei-me do teu estilo, que mesmo descontrex, aprecio. Adoro os teus sapatos, como lhe chamas “barbatanas” e ainda me rio às gargalhadas quando me lembro da história que me constaste, quando um dia apanhaste um táxi e tiveste de o mandar voltar para trás porque o sapato tinha ficado caído no chão ao entrares. Só tu, é por isso que te adoro. Sabes rir, e ser feliz. Bjs A.
ResponderEliminarO que vestimos, reflete muito do que somos. Não conheço o teu estilo, imagino que seja suave, alegre, simpático como o que mostras no que escreves. Há quem se esconda nos trapos, para ser quase invisível, que use o preto para enlutar um sentir. Quem prefira o encarnado para atrair energias positivas. Quem só queira o branco para estar em paz com a natureza. O azul para distinguir o menino e o rosa para a menina. O estilo de cada um deve sobretudo fazer sentir bem quem o usa. Quanto aos outros é bom que aprendam a ver para além do visível. Sandra B.
ResponderEliminarNão conheço o teu estilo, mas avaliando pela escrita, gosto muito. E tenho a mesma opinião, o embrulho pode ser um cartão de apresentação mas o que conta mesmo é a interior.
ResponderEliminarRealmente não precisas de retoques porque já és bonita assim, ao teu estilo. Meio distraído, por vezes com a roupa do avesso. Mas sempre giríssima.
ResponderEliminarPara quê fazer retoques quando a natureza já te deu tudo, e até um coração de ouro. Mário
ResponderEliminarGostei foi do teu estilo quando um dia em pleno inverno recebeste o banho de uma onda e tiveram de te emprestar peças de roupa, saltos altos inclusive, ficaste um must. Mas como sempre e apesar da gripe que piorou, nunca perdeste o teu sorriso. Porque és uma pessoa cheia de estilo comportamental.Beijos
ResponderEliminarAmiga, gostei muito deste (sem retoques) porque na verdade retoques em ti só iam estragar o teu estilo. Que até acho muito direitinho. Claro que te conheço o mesmo aspecto/estilo desde os 15 anos. Ténis, calças folgadas, tshirt por fora das calças. Um ar de menina travessa, a quem só faltam as sardas. Bjs
ResponderEliminarLi o teu post.it. gostei muito, mas isso já não é de estranhar, gosto da forma como falas de todos os assuntos. Sem aspereza, sem mágoa, com sensibilidade e doçura. Aproveitei e li os comentários. Vejo que são pessoas que te conhecem e por isso te apreciam. Mas para quem não conhece, é melhor esclarecer, não és corcunda como o Notre Dame, nem anã, nem deficiente. Quase cientista de tão criativa. És humanamente perfeita e quem te conhece desde logo sente grande empatia. Beijão, Paula M.
ResponderEliminar