quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Chegada

Dei-te o nome de Chegada
Minha doce alvorada.
Minha esperança de viver,
Um amor sem sofrer.

Mas foste Despedida,
A mais triste partida.
Que o coração chorou,
Quando o sonho naufragou.

Quis-te meu leito, meu cais,
Onde terminam os meus ais.
Mas sem âncora e sem mar,
Onde o sentir se possa agarrar.

Permaneço vida sem norte,
Sem amor e sem sorte.
Mas se surgires um dia,
Quando a manhã se anuncia.

E o horizonte te recordar,
A saudade de regressar.
Para esta canoa  perdida,
Pelos temporais da vida.

Que sonhou com essa margem
Como se fosse final de viagem.
Dei-te o nome de Chegada,
Para que fosses minha enseada.

11 comentários:

  1. Anónimo23.11.11

    Querida amiga fiquei tão triste com esta Chegada com vestígios de partida. Quem me dera que tudo na nossa vida tivesse sempre um final feliz. Beijocas C.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo23.11.11

    Tão bonito, que me embalou, quase que me deixei navegar nesse barco, se soubesse qual o destino, até arriscava mas e se me perder por esse mar adentro?

    ResponderEliminar
  3. Anónimo23.11.11

    Adorei, esta cadência de uma Chegada que termina tantas vezes (demasiadas) em partida. Talvez devamos começar pela partida para finalmente chegar onde queremos. Bjs, Amália

    ResponderEliminar
  4. Anónimo23.11.11

    Cherry, que inspiração. Quem me dera ser a tua fonte, mas bem sei que são outros os caminhos do teu coração. Será que não há quem o ouça bater na sua ternura?

    ResponderEliminar
  5. Anónimo23.11.11

    Que poema tão terno, fez-me lembrar de todas as chegadas e de algumas partidas. Magoaram mas também me levaram a escolher outros mares para navegar. Outras enseadas onde repousar. Desejo-lhe toda a sorte para que um dia encontre o seu cais. Um grande beijo. Adelaide

    ResponderEliminar
  6. Anónimo23.11.11

    Tudo o que escreves tem um sentido, uma mensagem. Algo que quer chegar mais longe, e chega se lermos com alguma atenção. Escreves tão bem, invejo-te porque não sei fazer das palavras significado. Não basta juntar letras é preciso liga-las com amor. Um amor que existe em tudo o que fazes, em tudo o que escreves, seja em prosa ou verso, encontro-te em cada ponto final, em cada vírgula, estás sempre inteira na tua maneira de ser. Bjs A.

    ResponderEliminar
  7. Anónimo23.11.11

    Mais um daqueles poemas que nos deixa sem fôlego. Este como muitos outros que tens escrito vou colocá-lo no meu facebook, não pode restringir-se só a este blog, Leonor

    ResponderEliminar
  8. Anónimo23.11.11

    Gostei muito. Vou oferecê-lo a quem está quase de partida, talvez tenha a sorte de que se torne uma Chegada. Alberto F.

    ResponderEliminar
  9. Anónimo23.11.11

    Continua a escrever assim, porque sobretudo neste momento em que tudo nos foge, precisamos de muitas chegadas repletas de amor.

    ResponderEliminar
  10. Anónimo23.11.11

    Porque é que as coisas mais bonitas são normalmente tristes? Seja como for adorei o teu poema que me embalou o coração. Fica a esperança do Chegada voltar ao cais.

    ResponderEliminar
  11. Anónimo23.11.11

    Qtas vezes vou ter de fazer a mesma pergunta e ficar à espera de resposta?

    ResponderEliminar