segunda-feira, 18 de julho de 2011

Post.it: O que nos diz a natureza

A oliveira mais antiga de Portugal - Santa Iria, Loures
 Devíamos aprender com a natureza as lições que ela te ensina a cada passo. Olhar em redor, ela está lá, mostrando-nos que é possível ultrapassar todos os obstáculos, sobreviver às intempéries da vida. Devíamos caminhar devagar, absorver o ar que a brisa nos oferece. Sentir os passos palmilhando o caminho, essa terra que se estende como um tapete para atenuar a dureza do percurso. Observar as árvores, admira-las na sua firmeza, aparentemente mais frágil do que a rocha, no entanto mais forte, porque luta contra os elementos, porque vence a adversidade, porque se reforça a cada luta, a cada obstáculo. Pousar o nosso olhar naquela oliveira milenar (2850 anos), admirar a sua coragem, a sua permanência. Que histórias contam as suas raízes sobre as entranhas da terra. Que nos contam os seus ramos sobre as viagens da nuvens, das aves migratórias, dos pôr-do-sol que já viu, dos invernos que lhe gelaram a alma, dos verões que a fizeram rejubilar. Aceitemos a sua lição de existência, de solidariedade e de apoio, de partilha e de entreajuda. Admiremos a sua capacidade de sobrevivência e de perseverança. Apreciemos os seus ramos erguidos, braços de luta que não se deixam derrotar ao primeiro embate. Quanto nos falta engrandecer para ter espírito de árvore.


As árvores, a terra e o sol exauram.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem
Com o vento soltam ais como se suspirassem
E gemem, mas a queixa não é sua. (A. Gedeão)

                  “Como as árvores fortes envelhecem,
                    Na glória da alegria e da bondade
                    Agasalhando os pássaros nos ramos,
                    Dando sombra e consolo aos que padecem!” (Olavo Bilac)

                                              A árvore é uma habitação perdida e encontrada
                                              Na sombra de uma árvore. o tempo já não é o tempo
                                              Mas a magia de um instante que começa sem  fim
                                              A árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
                                              E de sombras interiores (Ramos Rosa)

7 comentários:

  1. Anónimo18.7.11

    Gostei do tema e da forma como o desenvolveste. Já agora onde se pode encontrar esta árvore? Podias ir comigo para me a mostrares. Bj. Rui

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  2. Anónimo18.7.11

    Boa amiga, que bom começo de semana com esta ideia de sermos como as árvores na sua força e coragem. Não é uma lição fácil, de concretizar, mas quem sabe um pouquinho em cada dia. Bjs A.

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  3. Anónimo18.7.11

    Muito bonita esta ideia, enriquecida com poemas de poetas que aprecio. Obrigada por esta imagem de firmeza. Bjs. Leonor

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  4. Anónimo18.7.11

    Li, reli, porque o que escreves embora simples, diz muito mais do que se apreende numa primeira e rápida leitura. Leio no primeiro dia, volto a reler no final da semana. Beijocas C.

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  5. Anónimo18.7.11

    Olá gostei muito deste post.it e de ficar a conhecer esta árvore. Onde é que ela está? Luis

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  6. Anónimo18.7.11

    Transmitem calma e esperança, tal como esta árvore, que desconhecia a existência, tão permanente e lutadora. Vou guardá-la no coração. José

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  7. Anónimo18.7.11

    A sua escrita é especial, toca-me sempre, pela doçura e pureza de ideias. Tem a firmeza e a força das árvores. Porque você sim já interiorizaste o seu espírito. É uma árvore de coragem e luta. Mas também a sensibilidade e a oferta. Um grande Beijo. Adelaide

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