quinta-feira, 7 de julho de 2011

Post.it: O que me falta

Quantas vezes fazemos de cada passo um obstáculo. Quantas vezes fazemos de cada começo, não uma oportunidade mas uma antecipada derrota. Admiro a coragem de quem nada possui, mas ainda tem sorrisos para distribuir. Quem sendo pobre distribui a sua riqueza. Aqueles que aprenderam a valorizarem o interior e a encontrar alternativas para as dificuldades que a vida lhes colocou.
São lições que nos pedem uma aprendizagem. São exemplos que nos exigem que os olhemos com respeito e que nos olhemos com olhar crítico pela nossa acomodação. Pelo nosso desânimo, quando nos sentimos limitados, obstados, porque o dia amanhece cinzento e chuvoso, porque está muito calor, porque a roupa que queríamos vestir já não nos serve. Porque o espelho nos revela mais uma ruga no rosto, que devíamos entender como a prova de que continuamos neste caminho que se chama vida. Que deixámos para trás anos de construção, de batalhas vencidas, de amigos que plantámos no coração, de amores com ou sem espinhos, de filhos que ajudamos a crescer. Que temos um presente, o hoje, e a chance de em cada dia erigir o novo amanhã. Um futuro talhado de obstáculos que nada mais são do que forças impulsionadoras para conquistar a felicidade. Porque, “O que me falta, não me faz falta. O que não tenho, não careço.”  

7 comentários:

  1. Anónimo7.7.11

    É redundante voltar a dizer que escreves muito bem, porque cada vez mais o que importa são os assuntos tratados e a abordagem dos mesmos. Nesse âmbito apraz-me dizer que lhe vou reconhecendo a marca, características muito próprias da sua maturação de ideias. Gosto do estilo harmónico, das expressões bem escolhidas e o toque final de quem sabe o que quer transmitir. Um abraço. Antero

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  2. Anónimo7.7.11

    Gosto do teu olhar, chamadas de atenção aos nossos olhos e a todos os outros sentidos. Se olhássemos mais em redor e menos para o nosso umbigo seriamos mais felizes.

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  3. Anónimo7.7.11

    Gostei muito do tema, um pouco na linha do anterior, como se tivesse continuidade. Devias escrever um livro juntando muitos destes post.its. Beijocas C.

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  4. Anónimo7.7.11

    Minha amiga, os seus textos têm sempre um grande fundo de verdade envoltos numa escrita cativante. Seria bom que todos nós aprendêssemos as lições que a vida nos ensina através de nós e dos outros. Mas para isso temos que começar a ver essas realidades em vez de lhes voltar a cara ou a achar que só a nossa vida é que importa. Bjs A.

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  5. Anónimo7.7.11

    É uma grande verdade, perdemos tanto tempo em angústias pelo que não temos que nos esquecemos de apreciar o que temos. Beijos

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  6. Anónimo7.7.11

    Sabes o que mais gosto na sua escrita, para além da sua expressividade é o facto de relatar os quadros sociais sem o habitual tom de critica gritante. Já cansa ouvir e ler tantas queixas, na Tv, nos jornais, nos blogues, nas mesas de café, nos jantares de amigos. A vida está mal, já o sabemos. Há alguém que não tenha disso conhecimento? São desabafos, repetem muitos. Perante tantos problemas que nos assaltam, porque não procurar soluções em vez de estarmos sempre com acusações? Obrigado, João

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  7. Anónimo7.7.11

    “O que me falta, não me faz falta. O que não tenho, não careço” Uma citação muito interessante. Que de imediato rejeitamos, porque se não temos, é porque nos faz falta. Mas quando paramos para pensar verificamos que nem tudo o que nos falta nos faz realmente falta. Faltam-nos tantas coisas, algumas que necessitamos verdadeiramente, muitas outras são apenas acessórias que desejamos para colmatar a necessidade que realmente temos, o vazio que sentimos e preenchemos com bens materiais. No entanto, a felicidade não advêm do que temos mas do que somos. Sandra B.

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