quinta-feira, 21 de julho de 2011

Post.it: Medos

Tenho medo que a vida passe por mim e não a viva.
Que o amor passe por mim e não se detenha. Que a Primavera se encha de flores e não as veja. Que o sol amanheça e não me aqueça. Que o mar me estenda uma onda e não mergulhe nela. Que a noite venha e não me adormeça. Que a madrugada se anuncie e não me desperte. Que o vento sopre em meu redor e não o sinta. Que a chuva caia sem me refrescar. Que tudo aconteça e que nada me aconteça.
Porque estava distraída. Porque buscava o certo no lugar errado. Somos as escolhas que fazemos, somos o futuro que construímos. Tudo nos foi oferecido, esteve nas nossas mãos. Deixámos partir, deixámos voar, deixámos acabar sem começar. Desistimos antes de lutar, ou lutámos pelas coisas erradas com receio de nunca encontrarmos as certas. Porém resta-nos sempre a possibilidade de enquanto aqui estivermos possamos mudar a nossa história. Escrever-lhe um novo capítulo. Acrescentar-lhe um anexo. Podemos trocar o medo pela coragem.

7 comentários:

  1. Anónimo21.7.11

    É verdade, somos o nosso futuro, somos em cada dia o reflexo do ontem. As nossas decisões têm sempre repercussões, consequências que temos de ter coragem para aceitar. Mais do que tudo a vida tem que ser vivida sem medo de caminhar, porque “parar é morrer”. É bom olhar para trás e sentir que se fez tudo o que se devia, esmo que não tenha tido o resultado pretendido. Um beijo grande, Adelaide

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  2. Anónimo21.7.11

    Por vezes tenho pensamentos idênticos, só não sei assim expressá-los. Questiono-me se estarei a fazer tudo certo, se estou a viver a vida da melhor forma. Se não estarei a prender-me a coisas que não me trazem nada de bom e tentando que elas mudem, quando talvez esteja na hora de mudar os meus objectivos.

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  3. Anónimo21.7.11

    Os medos, os nossos medos. A vida, a morte. O viver tudo com medo de não se viver quase nada. Com medo que a vida um dia parta sem aviso sem nos dar tempo para a viver realmente. Um texto bonito, cheio de desejos realizáveis, e o claro aviso para quem lê, não deixem de viver a vida, não a adiem porque não sabemos quando ela um dia nos abandona. Um abraço, Antero

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  4. Anónimo21.7.11

    Quem me dera escrever assim, pensar assim. Resolver os meus “medos” dessa forma clara ainda que dolorosa. Porque essa é a parte difícil entender onde está o problema. Beijocas C.

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  5. Anónimo21.7.11

    Fiquei perplexo ao ler o teu post.it, porque estes “medos” têm abundado nos meus pensamentos. Estou numa fase de balanço, fiz anos há pouco tempo, cheguei a uma idade em que começo a questionar o passado e o futuro. Terei feito as opções certas? É como tudo costumas dizer, já estão feitas, temos que aprender a tirar o melhor partido delas e encontrar nelas algo de positivo. Luís

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  6. Anónimo21.7.11

    Gostei muito desta análise, como todas as que fazes, tão reais que até dói perceber que é mesmo assim. Não podemos deitar a culpa das nossas escolhas sobre os outros esperando que eles correspondam aos nossos ideais. Se não dá o melhor é procurar outro caminho, talvez o certo, já que este se mostrou um beco sem saída. Bjs A.

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  7. Anónimo21.7.11

    Todos temos os nossos medos. Uns com os quais me identifico outros diferentes. Mas tens razão temos que transformar os nossos medos em coragem. Rui

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