segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sinais

 Nem as estátuas da fonte, no Rossio,
escapam à humana vontade de dizer,
partilhar e quem sabe, talvez até amar!
Com ou sem pontuação, o importante é
saber repartir o que nos vai no coração!
Sei que apenas sou uma vírgula,
uma pausa para respirar.
Mas ao menos não assinala
o ponto final de acabar.

Fica no parágrafo a esperança,
na outra linha de oportunidade,
construir uma nova lembrança,
dando ao sentimento liberdade.

Queria ser ponto de exclamação,
uma surpresa encantada.
A mais terna emoção,
a ser por fim revelada.

Ou um sinal de interrogação,
a incógnita do descobrir.
Para além da razão,
aquilo que te faz sorrir.

Podia até ser algumas reticências,
um futuro em perspectiva.
Suplantando as vivências,
prender-te a mim, ave cativa.

Ou aqueles dois pontos gramaticais,
de algo que se vai acrescentando.
Podem estar entre os demais,
mas vão-te aos poucos conquistando.

Parêntesis, querem-se fechados,
Guardando a mensagem,
os momentos partilhados,
de aventura e de coragem.

Entre aspas de citação,
de grande profundidade.
Diz o que vai no coração,
e no coração vai a saudade...

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