segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Post-it: Se

A vida é feita de muitos "se"
Se tivesse feito isto, teria sido diferente. Se tivesse ido por ali, como teria sido?
Não sei se é arrependimento, se é dúvida, ou quem sabe mera curiosidade.
Faço-me estas perguntas, faço-vos estas perguntas.
E depois de tanto nos questionarmos dos caminhos traçados, das lágrimas choradas, das decisões tomadas, chegamos sempre à mesma conclusão:  Não escolheríamos outra vida para nós. Não acreditam?
Vejamos: Se as nossas escolhas de mudança implicassem perder o que de bom fomos ganhando pelo caminho, não aceitaríamos por fim que este foi afinal o melhor percurso?
Se não escolher aquele companheiro significasse que não teríamos os filhos que dele nasceram, não o aceitaríamos?
Se cada dor sofrida não tivesse feito de nós a pessoa que somos, forte, sólida, generosa e sensível para com os outros, preferíamos continuar a seres frágeis e inseguros e egoístas?
Se aquela chuva que nos molhou até aos ossos fez renascer a natureza preferíamos que tudo à nossa volta se transformasse num árido deserto só porque não nos quisemos molhar? certamente que não!
Tantos "se" temos ao longo da vida, devíamos mudar o nosso discurso e vê-la com outros olhos, encontrar em cada contrariedade algo de positivo. Afinal, como dizia o poeta "vale sempre a pena, se a alma não for pequena".

1 comentário:

  1. E se...?

    Se não fizer, não arriscar, não amar, não procurar, por medo de sofrer ou de magoar, ou de perder, ou de me perder? Serei mais feliz?

    Mas se, pelo contrário, decidir fazer, arriscar, amar e procurar?

    SE...
    ... em vez de sofrer ou magoar, for feliz e der felicidade?
    ... em vez de perder, vier a ganhar?
    ... em vez de me perder, me puder encontrar?

    Deixarei que os "ses" me impeçam de viver?

    Tal como não voltaria atrás para colocar "ses" no passado, a fim de tornar a minha vida mais segura (não sairia antes pior?), também não colocarei "ses" no futuro.

    Viver bem é, antes de mais, saber ler os sinais que nos são dados. Se eles são de paz, bondade, alegria e esperança, fingir que não estão lá e virar as costas, para permanecer na segurança do que é conhecido, pode transformar-se na oportunidade perdida:
    No barco que só sai do cais uma vez e vai sem mim;
    Na brisa que passou e eu não senti;
    Na sinfonia que tocou e eu não ouvi;
    Na semente que frutificou e eu não colhi;
    Na vida que se gastou e eu não vivi.

    Isso sim, seria sofrer, perder e perder-me para mim e para a vida.

    Não colocarei "ses". Quero viver! Poderei sofrer, mas não perderei nem me perderei, deixando de viver!

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