quarta-feira, 29 de maio de 2013

Post.it: A tarde da vida

Quando é que a vida nos começa a entardecer? Ou seja quando é que se entra na velhice? Esta pergunta é cada vez mais subjectiva, sobretudo com o claro aumento da esperança média de vida, na Idade Média era-se velho aos 30 anos e hoje? Em termos demográficos coloca-se a baliza nos 65 anos mas esta convenção tende a dilatar-se. O Estado determina que a velhice oficial é marcada pela entrada na idade da reforma, cujos limites também têm vindo a ser alterados. Biologicamente considera-se que a mulher entra num processo de envelhecimento com o final da sua capacidade reprodutora, mas e então a do homem será marcada pela andropausa? Apesar de manterem ainda a sua fertilidade intacta?
A verdade, dizem os cientistas, é que a velhice começa logo com o nascimento de uma vida. Já ouvimos diversas vezes alguém referir-se a uma criança de 2 anos como sendo mais velha que outra com apenas 1 ano.
Afinal em que ficamos? No fundo a velhice é em grande parte um factor psicológico, independentemente das doenças e das marcas do tempo que se desenham na pele, “Os anos enrugam a pele, mas renunciar ao entusiasmo enruga a alma”.
Independentemente da soma cada vez mais infinita de anos, “a velhice não se abate sobre nós de repente avança lentamente”, dando-nos oportunidades de escolha. Podemos optar por ficar prostrados vendo o tempo passar por nós, roubando-nos o ânimo ou fazer de cada pequena dificuldade um grande desafio. Porque está também comprovado que a velhice é um estado de espírito.
Por isso em vez de denegrirmos a velhice,  devemos valoriza-la no que ela tem de melhor: a experiência vivencial, a sabedoria da longevidade, porque só “a tarde conhece aquilo que a manhã nunca suspeitou”.