segunda-feira, 20 de maio de 2013

Post.it: As pontes


Imaginamo-las feitas de betão e ferro, longas, fortes, com colunas que se erguem ao céu. Imaginamos que unem margens, que suplantam rios, que abrem caminhos, que nos levam onde desejamos chegar. Imaginamo-las desenhadas, engenheiros, arquitectos, construídas por homens numa argamassa de suor e cimento. Olhamo-las com olhos extasiados de admiração pela sua maravilha.
Mas há outras pontes. Pontes que unem vidas, construídas com o coração, que enlaçam mães, que cingem abraços, que partilham  olhares, que repartem beijos. Não são menos importantes que as outras. Feitas de carne e osso, feitas de sentimentos, não são por mais frágeis. Suplantam os que rios, os mares, os continentes. 
São pontes de vidas unidas no infinito dos sentidos. São pontes individuais; “Ninguém pode construir em teu lugar/ as pontes que precisarás passar,/ para atravessar o rio da vida/ - ninguém, excepto tu, só tu.” Caminhando por essa ponte descobrimos que “O homem é uma ponte e não um fim. (Nietzsche)
Todos nós precisamos de pontes para ir para os outros ou para que venham até nós. “
Se você se sente só é porque ergueu muros em vez de pontes”. (Shakespeare)
E se ficamos extasiados com a beleza das pontes de betão e ferro, que dizer das pontes humanas! “A mais bela ponte construída no planeta é a distância entre um olhar e outro”
Byron chamou-lhe Bridge of sights, talvez a uma daquelas pontes que todos nós, um dia, quisemos atravessar e não o fizemos.
Resta-nos uma esperança “que nunca caiam as pontes entre nós”.