Quem quiser um jardim, tem de semear a flor. Quem quiser a sombra, tem de plantar a árvore. Quem quiser o amor, tem de oferecer o coração. Quem quiser um abraço, tem de encurtar a distância. Quem quiser a felicidade, tem de apaziguar a saudade. Quem quiser a luz, tem de sair da escuridão. Quem quiser o caminho, tem de desenhar nele os seus passos. Quem quiser um sorriso, tem de oferecer o motivo. Quem quiser a paz tem de por termo à guerra.
O mar não nasce do deserto, nem o amor da solidão. Tudo tem um começo, tudo tem um princípio, mas para crescer e ganhar raiz tem de ser regado, tem de ser cuidado, com empenho e perseverança. Porque o sol não adormece sem a promessa de voltar para cumprimentar a lua. Nem ela anoitece sem lhe estender um abraço de luar.
Tudo tem o seu início, um rumo a percorrer. Se é verdade que o destino sempre nos encontra mesmo que dele nos queiramos esconder. Também é igualmente verdade que a vida existe em nós para ser vivida em cada começo, cuidada em cada flor, esboçada em cada página em branco, quando o presente nos convida a escrever o futuro.
Parece tão óbvio e no entanto é preciso dizer e em muitos casos insistir para que entendam que é preciso semear a flor para que desabroche uma primavera em nós. Alberto F.
ResponderEliminarTão bonito, consegues sempre dizer de uma forma singular coisas que são aparentemente banais. Amália
ResponderEliminarA tua escrita tem um toque especial. Já a conheço há muitos anos mas fico sempre surpreendida ao ler-te. Porque as palavras ganham uma vida diferente. A junção de elementos e sensações na tua forma de escrever casam bem e são visivelmente felizes. Leonor
ResponderEliminarDe uma forma simples e bela, deixa-nos a verdadeira mensagem. Não adianta querer apenas por querer, temos de semear, temos que oferecer, temos que lutar e conquistar. Temos que percorrer o caminho deixando nele a marca dos nossos passos, temos que iluminar a nossa escuridão, deixar de viver na saudade e partir em busca da felicidade que está no futuro e não no passado. Não nos podemos esconder, o destino faz parte de nós, do que escrevemos e sobretudo do que vamos escrever com a nossa mão. Sandra B.
ResponderEliminarContinuo a admirar a forma como numa escrita em síntese consegue escrever o essencial, como consegue registar a mensagem sem que o aspecto literário seja descuidado. Fico a imaginar como seria se escrevesse cerca de cem páginas literárias, certamente nos brindaria com uma obra bastante significativa duma maturidade literária que já nos dá registo neste pequenos textos. Um abraço, Antero
ResponderEliminarO mar não nasce no deserto nem o amor da solidão. Tudo tem que ser semeado, e depois cuidado para que floresça, para que nos leve mais longe no caminho, esse caminho que é feito de passos, vacilantes ou firmes, mas de passos, os nossos quando deixamos para trás a saudade e vamos atrás da felicidade…Beijocas, C.
ResponderEliminarDepois de ver a flor, a sombra da árvore, de estreitar a distância, de oferecer um sorriso, de afastar a saudade, encontrei tal como tu dizes, essa página em branco para escrever o futuro. Filomena
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