quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dói-me a memória


Dói-me a memória
Duma longa saudade.
Da minha história,
O passar de cada idade.
De balões, de flores
De grandes heróis.
De olhares sonhadores
De campos de girassóis.
De banhos de mar,
De correr para chegar.
De mergulhar nesse olhar
De sonhar sem acordar.
De tudo o que dei
De tudo o que recebi.
Do que para trás deixei.
Quando um dia parti.
Dói-me a memória
Do que ficou por fazer.
Quando julguei vitória
O que estava a perder.
Então recordo cada dia,
Quando o sol adormecia.
Em que eu chorava e ria
Porque era feliz e não sabia.

7 comentários:

  1. Anónimo18.4.12

    Sei bem do que falas. Dum tempo em que nada se sabe e julgamos saber tudo. Quando julgamos não ter nada e temos tudo. Beijos, Filomena

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  2. Anónimo18.4.12

    Só tu consegues conjugar o sentir desta maneira. Aparentemente tão simples, que nos parece que já a sentimos, que já a dissemos. Mas nunca encontrámos a rima, nem as palavras que tão bem as soubessem dizer.

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  3. Anónimo18.4.12

    Era feliz? Penso que sim, há muito, muito tempo. Talvez numa outra vida que já vivi...

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  4. Anónimo18.4.12

    Julgamos sempre que o que passou era melhor. A isso se chama saudade. Porque a memória, essa que por vezes (dói), vai atenuando a dor e tornando cada momento mais suave. Nessa dialética entre o que somos e o que desejaríamos ser, emerge com uma longínqua beleza, o que fomos. Sandra B.

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  5. Anónimo18.4.12

    Que bom é ler o que escreves, é como se me lesses a alma e pusesses em palavras aquilo que sinto. Bjs, A.

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  6. Anónimo18.4.12

    Também me dói a memória, por vezes penso que o que me dói é o coração mas talvez seja a saudade dum passado que não foi perfeito mas quase que lá chegou, enquanto o futuro ainda é uma incógnita. Beijocas C.

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  7. Anónimo18.4.12

    Repito-me, gosto da tua poesia, serena. Alberto F.

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