segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Post.it: Nada sei...

Quero partilhar contigo o meu maior segredo, aquele que me atormenta os dias, que me impede o descanso das noites, que me desperta nas madrugadas, que me faz hesitar no escolher do caminho. 
Um segredo que cresce comigo, que ganha espaço no meu sentir, que cria impasses nos meus passos, que me faz adiar os abraços, que me paralisa a alma, que me inunda de dúvidas, que me rouba todas as certezas, que me faz sorrir e chorar. 
Preciso de o contar, de o revelar, de o ouvir sair da minha voz, de o libertar, quem sabe assim liberto-me dele também. Desculpa a demora, o rodear da questão, não é fácil assumir, de sair para a rua e o gritar a plenos pulmões. 
Pensei que tudo isto acabaria por mudar com o tempo. Porque ensinaram-me que crescer é aprender, conclui que um dia deteria todas as verdades e, no entanto, confesso o meu fracasso nesse processo e revelo-te abertamente, dolorosamente, o meu segredo. Aquele que neguei possuir, aquele que fingi nunca existir, porque finalmente entendi que a minha única certeza, a minha única verdade, aquela que provavelmente me vai acompanhar por toda a  existência, é saber, é reconhecer, que depois do que já vivi, depois de tudo o  que já aprendi, na realidade,  Nada sei!

7 comentários:

  1. Anónimo6.2.12

    Fiquei primeiramente surpreendida, tu que não gostas de te expor, que és a discrição em pessoa., vais revelar um segredo? Parei de respirar, pensei que era um grande passo, ou melhor um recuo naquilo que sei de ti, pessoa sempre muito correcta, extremamente justa, mas simultaneamente exigente consigo e com os outros. Depois a constatação, felizmente não mudaste, continuas no teu perfil, acrescentando uma nuance, a humildade de reconhecer que nada sabe. Logo tu que sabes tanto! bjs, Filomena

    ResponderEliminar
  2. Anónimo6.2.12

    Ora que desilusão agora que pensei que finalmente ia conhecer os teus segredos. Levas-nos maravilhosamente para nesse engodo para concluir uma realidade que todos nós devíamos reconhecer. Beijocas, C.

    ResponderEliminar
  3. Anónimo6.2.12

    Curiosa esta abordagem, Uma mensagem que surge escondida num tom de quase ironia. A modéstia de quem é grandioso, porque na verdade quem é que sabe alguma coisa de concreto? A única certeza é que pouco ou nada sabemos. Um grande beijo, Adelaide

    ResponderEliminar
  4. Anónimo6.2.12

    Reconhecer a nossa ignorância é o primeiro passo para aprender algo. O estar disponível, o querer obter novos conhecimentos, evoluir. Recusar-se a estagnar. Parece simples mas a minha experiência tem-me mostrado o contrário. Muitas vezes recusam-se a aprender com medo de falhar nessa aprendizagem, e usam o ditado popular como defesa “Burro velho não aprende línguas” Mas verdade é que aprende se tiver vontade para isso. Sandra B.

    ResponderEliminar
  5. Anónimo6.2.12

    Chama a atenção, prende, este inicio de post.it. Cresce a curiosidade, própria do humano. Que segredo nos vais revelar. Porque o escondes, que dimensão terá, se condiciona tanto assim a tua vida. No final, a surpresa revelada. Fica-se atónita, mas depois caímos em nós, é realmente um segredo que nem todos assumem e exibem uma sabedoria que não possuem com medo de se reconhecer ignorante da existência.

    ResponderEliminar
  6. Anónimo6.2.12

    Escrito por ti, até as coisas simples adquirem uma beleza muito própria. Porque na realidade, simplificas o que nada tem de simples. Todos nascemos e crescemos a tentar aprender o significado do que somos e para onde vamos.

    ResponderEliminar
  7. Anónimo6.2.12

    Uma lógica muito bem enquadrada. A certeza e a aceitação de que aqui todos somos apenas aprendizes da vida. Alberto F.

    ResponderEliminar