quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Post.it: A ternura dos quarenta

“A riqueza depois dos 40...” Numa curiosa citação. "Nunca pensei que a partir dos 40 pudéssemos ter uma riqueza tão grande!!! Prata nos cabelos. Ouro nos dentes. Pedras nos rins. Açúcar no sangue. Chumbo nos ossos. Ferro nas articulações…”
Li isto algures, esbocei um sorriso, esqueceram-se de dizer que temos ouro no coração. Sim é verdade, ouro, esse material precioso que levamos anos a guardar para construir o nosso tesouro de memórias. Mas sendo de ouro é igualmente moldável, adaptando-se generosamente àquele outro coração que tão bem se conjuga com o nosso. Já sem os fulgores da Primavera, cheia de flores mas também de muitos espinhos. Já sem os arroubos das tardes de Verão, salpicados de mar mas também sem lágrimas de inquietação. Repletos de cor mas também de ansiedade, de desassossego por medo de perder esse sentimento que nos extasia e aniquila na sua intensidade. Chegamos à ternura dos quarenta, a esse encanto de Outono, apaziguado, feito de partilha, de estabilidade, de imenso carinho. Aprendemos finalmente que o amor é um barco que descendo o rio nos leva por viagens infinitas de afeição…

8 comentários:

  1. Anónimo15.12.11

    Que bom é sentir a ternura dos quarenta. Desejo-a assim, calma mas igualmente cheia de amor. Bjs A.

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  2. Anónimo15.12.11

    Como sempre com as palavras certas, a sensibilidade no lugar e as expressões a deixarem-nos num sonhar acordado. Gostava de ter mais argumentos para aqui estar, mas basta certamente um, adorar o que você escreve, sempre como esse maravilhoso olhar. Um grande beijo, Adelaide

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  3. Anónimo15.12.11

    Adorei a ternura dos quarenta, já a ultrapassei, mas ainda a sinto. Quanto à “riqueza” já não sei se é bem assim, porque esta “riqueza” deixa-me a carteira vazia, agora com o aumento das taxas moderadores, etc, é que vou à falência! Amália

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  4. Anónimo15.12.11

    Ainda bem que o fogo passa a lume brando. É mais prolongado, mais terno. Mas de vez em quando temos que agitar o coração, olhar para o Clooney e deixar saltar o coração com um pouco de fantasia.

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  5. Anónimo15.12.11

    Deixei presa no pensamento a sua expressão, o encadear de ideias que se completam e harmonizam tão bem. Já vão longe os quarenta, quase dobrei essa idade, mas recordo com carinho essa idade e confirmo cintando-a que é “esse encanto de Outono, apaziguado, feito de partilha, de estabilidade, de imenso carinho. Aprendemos finalmente que o amor é um barco que descendo o rio nos leva por viagens infinitas de afeição”. Um grande abraço, Antero

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  6. Anónimo15.12.11

    Tens razão, as emoções tornam-se de ouro, ouro puro, fabricado no coração. Beijocas, C.

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  7. Anónimo15.12.11

    Fiquei fã da ideia, quando lá chegar espero confirmar. Luís

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  8. Anónimo15.12.11

    lapsos, arrependimentos, falhas tecnológicas...what else?

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