Ouço a tua história, sinto-a igual à minha. Sofrida, magoada, feita de entregas. De sonhos que nunca se concretizam. Percursos paralelos que não se chegam a cruzar. Falamos das mesmas dores, de similares amores. Calamos por fim as palavras, já não são necessárias. São a repetição da tua, da minha existência. Sorrimos, enquanto o pensamento questiona o momento, talvez seja uma armadilha, pensamos... Recuamos, mas de novo encaramos o mútuo olhar, não, há demasiada verdade no teu rosto. Há demasiada tristeza no meu. Já não sei se queres prosseguir, já não sei se quero admitir perante ti a minha fragilidade, carente de harmonia.
Hesito, hesitas e partimos, como chegámos, com a alma vazia, o coração dolorido. Meto as mãos nos bolsos, estão vazios, tal como o meu sentido de vida. Meto as mãos nos bolsos simplesmente porque não tenho outras mãos que queiram as minhas preencher. Paro, viro-me, quero ver-te a desvanecer no horizonte. Já fiz das partidas um hábito, é mais uma, penso. Fico suspensa, também paraste, olhas-me como se me chamasses…
E agora que nos espera?
Um, Happy End?
Se é um final, nunca poderá ser feliz, e o “foram felizes para sempre”, já não nos convence.
Por agora basta-nos que seja um começo.
Um, Happy new beginning.
Adorei a ideia de um Happy new beginning. Tens razão, o feliz para sempre não nos convence. É a cada dia que fazemos as nossas escolhas, o nosso futuro, mais ou menos Happy.
ResponderEliminarComo sempre fiquei a saborear a tua história, a entender-lhe o sentido, tão real que até dói.
Minha amiga, termina a semana com mais um post.it, que parecendo uma história é uma reflexão. Andamos em busca desse caminho que nos completa no outro, hesitamos e um dia essa hesitação será mutua, e por fim permitimo-nos um Happy new beginning. Beijocas, C.
ResponderEliminarGostei deste olhar sereno, que nos tem presenteado nos dias desta semana. Gostei deste culminar, de vidas que se encontram e podem significar um mesmo destino ou dois caminhos que prosseguem paralelos. A hesitação, a dúvida, a dor de um novo vazio, a coragem que nos vai abandonando a cada partida, por fim uma decisão, e se for este o momento? Porque não tentar saber, virar-se e encontrar aquele olhar parado no nosso. Quase suspendi a respiração, quase revi o filme da minha vida (Casablanca). O suspense e a escolha do encontro. Lindo Obrigada, Um grande beijo, Adelaide.
ResponderEliminarÉ uma história, que em tão poucas linhas conta a vida de tantas e tantas pessoas, a minha inclusive. Dei comigo a chorar, por aquele final, que foi diferente do meu. Que inveja, quem me dera ter um Happy new beginning. Bjs A.
ResponderEliminarVi as personagens, suspirei com a sua desilusão. Vi-a virar as costas, encolher os ombros numa atitude de fracasso, de tristeza que ter sido apenas mais um episódio da sua longa viagem, Uma viagem que deseja a chegada mas sente-se sempre de partida. Sempre a despedir-se depois dum tão breve olá. Ainda bem que deste a volta que viste o reencontro e que nos deste a esperança de que para cada um de nós exista sempre um happy new beginning, Bjs Amália
ResponderEliminarAdorei, espero que um dias esta seja a minha história e que possa contá-la assim. Não com estas palavras, porque não tenho muito jeito, mas com a mesma esperança numa felicidade que nos acompanha no caminho. Leonor
ResponderEliminarMuito bonita esta mensagem de esperança, entrelaçada de magnificas expressões que dão sentido de visualização.
ResponderEliminarLinda história. Quem me dera que fosse a minha. Alberto F.
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