terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Post.it: O vale dos lençóis

É o lugar onde repousa o amor. Um amor que “é grande e cabe na cama e no colchão de amar”. Mas demasiadas vezes descansam nela apenas a dor silenciada, confessada ao travesseiro. Ela que também é o local onde navegam os sonhos. Onde se fazem e desfazem as nossas guerras intimas. Onde adormece o cansaço de uma vida de rotinas entre maratonas ao ritmo de um relógio que sempre nos ultrapassa e vence a corrida. Muitas vezes o ninho onde o corpo se aconchega para “descansar a medula”. Um vale de lençóis em reboliço de vento que entra pela janela sempre aberta, na esperança que uma estrela entre por ela para anunciar a felicidade. Aconchegados, amparados dos medos, fechamos os olhos e voamos na nossa cama mágica, por lugares onde os impossíveis conseguem ser possíveis. Nessa cama de conforto, onde a vida dorme tranquila até ao amanhecer. Essa cama, por vezes nuvem, que nos transporta para um universo de esperança, um paraíso que por vezes, quase, quase alcançamos, porque a luz do dia nos arranca demasiado cedo a essa possibilidade. Mas todas as noites envolto num manto de escuridão, o corpo entrega-se sem reservas ao calor desse leito que o reconforta e lhe permite sonhar, por breves momentos de olhos abertos, “quem sabe amanhã tudo corre melhor”, diz o suspiro que parte transportado  nas  asas do sono, porta de entrada para o universo dos possíveis. 

8 comentários:

  1. Anónimo6.12.11

    Tanta esperança perdida neste vale e tantas lágrimas choradas pela esperança perdida.Vale de escondimento da dor e de espera do amor que tarda em vir e quando vem é desilusão porque é pouco e dado sem verdadeira atenção. Melhor sonhar adormecido e chorar escondido pela saudade do sonho acordado que nunca desponta nem raia com a manhã. Que mania esta de sonhar! Melhor fora dormir e nunca acordar.

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  2. Anónimo6.12.11

    Vale dos lençóis, era lá que devia ainda estar, se não me tivessem marcado sessão para as 9, não sei bem para quê, já sei que vou esperar até ao meio dia para começar. Entretanto vou lendo o teu blog. É uma boa forma de nem sentir o tempo passar. Alberto F.

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  3. Anónimo6.12.11

    Este texto tem sabor a segunda-feira, mas também cai bem na terça quando a preguiça ainda não se foi embora. Amália

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  4. Anónimo6.12.11

    Quem se lembraria deste tema? Só tu, será que te deixaste cair na preguiça, minha amiga hiperactiva?

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  5. Anónimo6.12.11

    Minha linda, agora é que fiquei KO, não sei se saia de casa ou volte para a cama para recuperar os sonhos perdidos. Mas tenho esperança que me venham de novo visitar e levar consigo. Beijocas, C.

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  6. Anónimo6.12.11

    Depois de ler o teu post, fiquei com tantas saudades do meu vale de lençóis, abandonei-o quando ainda estava tão quentinho. Leonor

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  7. Anónimo6.12.11

    Não escrevas textos destes, são um incentivo à preguiça e eu tenho tanto que fazer… Bjs A

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  8. Anónimo6.12.11

    Apeteceu-me espreguiçar e deixar-me embalar por um vale de lençóis.

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