terça-feira, 16 de abril de 2013

Post.it: Um livro que merecia nascer


Um livro sem heróis, sem romance, sem indicação de caminho, sem verdades de la palice, sem mentiras que nos façam acreditar no “Pai Natal”. Um livro sem sonhos, sem fantasias, sem modas, sem indicação de faixa etária, sem género. 
Um livro sem reclamações, sem gritos de guerra, sem lágrimas, sem sarcasmos, hipocrisias, de anedotas, de espíritos vazios, de esperanças vãs.
E no entanto que seja um livro de ecos, de luz na escuridão, de caminho percorrido, de caminho por percorrer, um livro com voz, um livro que se leia em nós: No rosto, no olhar, nas mãos que dão e recebem, no coração, na alma, no sorriso franco.
Um livro começado, um livro nunca acabado, um livro que folheamos com sopros de brisa, no calor do sol, na sombra da lua. Que se lê no cume da montanha, para o rescrever nas nuvens. 
Que se entoa na margens dos rios para que a sua história siga na corrente das águas sem magoar a memória.
Não o procures nas livrarias, nas bibliotecas, nos alfarrabistas. Não o procures nas estantes dos teus amigos, não procures na tua mesa-de-cabeceira, mas continua a procurar, estás cada vez mais perto dele. Escreve-o, merece nascer, não será um best-seller, mas certamente, your best.