terça-feira, 22 de maio de 2012

Post.it: O planeta agradece


Falar de crise surge-nos aos sentidos desde logo como uma palavra sinónimo de algo que corre mal. Uma crise é sempre uma coisa negativa, mas uma crise pode ser analisada nas mais dispares vertentes e quando julgamos que já observámos todas, surgem-nos novas hipóteses que nos mudam o olhar sobre os acontecimentos.
Claro que mais uma vez vou falar da nossa crise, não para espraiar lamentos. Mas para verificar que até a dureza lapidar dum Orçamento do Estado nos pode oferecer uma visão diferente da nossa realidade. Pois, segundo o OE, o ambiente está a beneficiar com as manifestas dificuldades económicas que nos afetam desde 2008. Claro que não somos imunes aos problemas que a crise geral nos causa, porque nos é evidente que o dinheiro escasseia nos bolsos, que a economia se está literalmente a afundar, que o poder de compra diminui, que as lojas estão vazias e os restaurante às moscas, que em cada celebração, os presentes são mais modestos e a felicidade uma conquista mais difícil de se atingir quando agregada a fatores económicos. O preço dos combustíveis sobe rapidamente, o que faz com que os carros circulem em menor número. Porém a natureza festeja e as árvores rejubilam com renovada alegria, passaram a respirar melhor. Até a atmosfera está mais límpida e mais leve com menos emissão de gases com efeito de estufa, logo também as nossas vias respiratórias agradecem com entusiasmo. Na União Europeia, registou-se um decréscimo de cerca de 7%. Em Portugal essa redução chegou aos 9%. As famílias começaram a prestar mais atenção aos contadores da água, gás e eletricidade. Contas que podem ser um choque brutal para o nosso orçamento e exigir de nós algumas medidas de poupança, uma vez mais, o planeta agradece. Embora nos pareça que a equação é desproporcional para um dos lados e a infelicidade de uns pode tornar-se estranhamente, a felicidade de outros, o bem-estar da terra, refletir-se-á sempre e diretamente em nós.
Por isso, aproveitemos o que esta crise tem de melhor e despertemos a consciência, para cultivar valores, e para cooperar num espirito de entreajuda.
Talvez seja o momento para despertar das quimeras e reaprender o real valor da vida, afastando-nos da tendência para um consumismo desenfreado, e aproveitando o que sempre esteve ali para nós, a natureza, que é grátis enquanto cuidarmos dela, caso contrário pode sair-nos muito caro
Será que a sabedoria popular tem alguma razão no que diz? “Há males que vêm por bem”?

10 comentários:

  1. Anónimo22.5.12

    Gostei do título, sugestivo muito verdadeiro. É realmente pena que seja necessário uma crise para nos despertar. Luís

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  2. Anónimo22.5.12

    Já tinha conhecimento destes dados e também fui concluindo que “há males que vêm por bem” Espero que entretanto parem, porque qualquer dia só ficam as arvores e os mares, nós tal como os dinossauros já nos extinguimos! Alberto F.

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  3. Anónimo22.5.12

    Curiosa esta relação do que faz mal a uns é benéfico para outros. Ainda bem que assim é porque na verdade beneficiamos todos. Mais pobres mas mais saudáveis.

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  4. Anónimo22.5.12

    Adorei ler, não a crise, entenda-se. Mas é bom saber que isso beneficia o nosso planeta. Beijocas C.

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  5. Anónimo22.5.12

    Não tinha ideia deste impacto tão acentuado. Se assim é, ainda bem. Pelo menos nesta crise não é tudo mau. Amália

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  6. Anónimo22.5.12

    Escrevas os que escreveres é sempre o teu estilo que nos prende.

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  7. Anónimo22.5.12

    Ainda bem que a crise tem efeitos positivos em algo. Na minha casa por exemplo. Desligar os aquecedores e os ares condicionados e abrindo as janelas. Controlando a utilização da máquina de lavar, quanto ao carro, voltámos aos passeios ao fim-de-semana a Sintra para uns pastéis.

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  8. Anónimo22.5.12

    Concordo com esta leitura da crise, mas sinceramente algumas medidas são um exagero. Se controlassem melhor a poluição dos veículos motorizados e das fábricas. Exigindo que usem filtros e catalisadores e não que proibissem o acesso automóvel a locais que é muito difícil chegar lá de outra forma. Só apanhando 2 ou 3 transportes públicos, esperando nas paragens um tempo infinito. Nem apetece visitar os nossos locais históricos com tantas dificuldades. Bjs, A.

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  9. Anónimo22.5.12

    Não tinha conhecimento de que já tinham acontecido tantas alterações boas para o ambiente. Talvez seja uma forma para nos tornarmos mais ambientalistas. José

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  10. Anónimo22.5.12

    Não gosto da crise, mas apresentada assim até consegui conviver melhor com ela.

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