sexta-feira, 11 de maio de 2012

Post.it: Adolescentes dos 24 aos 30 anos?


“Vivemos numa  sociedade que sustenta a imaturidade”. Refere um artigo que li numa revista cujo assunto se referia a adolescentes entre os 24 e os 30 anos. 
Consideram que a culpa é dessa sociedade que não lhes dá condições para “crescer” economicamente e socialmente. Porque os “obriga” a permanecer na casa dos pais cada vez por mais tempo. Porque os habitua a não assumir os seus actos, as suas lutas. 
Curiosamente, este artigo  não aludia à sociedade portuguesa mas à francesa, o que nos faz concluir que estas questões são transversais à Europa e certamente a muitos outros países do mundo. 
O artigo apresenta o depoimento de um “adolescente” de 28 anos, casado e com um filho. Confessa este “adolescente” que não se sente bem no mundo dos adultos, que nem sequer é um universo que lhe interesse. Porque aliás, por adultos considera os seus pais.
Por uns instantes a minha imaginação visualizou a imagem, do seu filho de 4 anos, dirigindo-lhe um olhar inquiridor para aquele pai que não se assumia responsável.
Será culpa dele? Muitos dirão que não, porque preferem imputar essa culpa na sociedade, como se ela fosse o eixo estruturalizante de tudo o que de bom e sobretudo de mau existe ou acontece. 
Onde começa a nosso comprometimento, a nossa escolha, de pais, educadores, formadores e de modelos a seguir, mas sobretudo de cidadãos? Terá este “adolescente” de 28 anos culpa da sua incapacidade em assumir um papel de adulto? 
Talvez essa culpa já lhe seja anterior, herdada dos seus pais. Deixa-nos, a leitura desta entrevista, a antevisão de estranhas balizas geracionais. 
E uma grande questão, será que esta herança vai continuar para o seu  filho, um futuro adulto, que se vai  recusar a crescer, porque o mundo dos adultos é, entretanto, o dos seus avós, enquanto o seu pai eternamente adolescente o conserva para sempre criança?

10 comentários:

  1. Anónimo11.5.12

    Pais e filhos, conflitos de gerações. Sempre as houve. Não sei se esta é melhor ou pior. Diria que é diferente. Porque também é um tempo diferente. Nós pais, tentamos fazer o nosso melhor. Mas não há uma escola que nos dê orientações. Por isso, fazemos o que (não sabemos) consoante o coração e a consciência. Depois, o tempo o dirá, se foi a melhor opção. A grande dificuldade é que já não podemos voltar a para trás e recomeçar. Por isso, resta-nos tentar. José

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  2. Anónimo11.5.12

    É difícil encontrar respostas que expliquem tudo o que vivemos hoje numa sociedade que também ela se afasta das responsabilidades. As culpas são de todos e não só dos jovens. São da formação dos pais, que foram filhos daquela geração a quem tudo lhes faltou, que se tornaram eles mesmos, adolescentes tardios e passaram essa infantilidade para os filhos, numa forma de compensar o passado. Quanto ao futuro, cabe a cada um de nós a consciência de que os filhos estão cá, e, a responsabilidade é nossa. Mas que não é uma responsabilidade eterna. Sandra B.

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  3. Anónimo11.5.12

    Antigamente. Esta é uma palavra que os nossos jovens detestam ouvir, desligam logo a sua atenção e dirigem o olhar para o computador. Esse mundo que é cada vez mais o seu. Longe dos pais, e a milhas de distancia dos avós. Soluções? Não as tenho mas continuo a insistir com os meus filhos que não desistam de insistir com os seus. Que lhes estabeleçam regras, que não permitam o afastamento, que lhes criem estruturas e lhes forneçam meios e ferramentas para saírem de casa dos pais e conquistarem o seu espaço. Agradeço esta análise muito pertinente. Um abraço, Antero

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  4. Anónimo11.5.12

    Esta é uma situação que me preocupa cada vez mais. A relação entre pais e filhos, sobretudo quando eles permanecem na nossa casa por muito tempo, quando não se sentem incentivados a conquistar a sua independência. Talvez porque já a tenham, já que começam muito cedo a ter uma liberdade de escolha e de acção que nós na sua idade nunca tivemos. Leonor

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  5. Anónimo11.5.12

    Também eu procuro soluções sem as encontrar. Parece uma epidemia, ouço queixas para todos os lados para onde me viro. Não sabia que já tinha chegado à França. Não sei se isso me tranquiliza ou preocupa mais ainda. Pelo menos não me sinto tão só. Beijocas, C.

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  6. Anónimo11.5.12

    Sobre esta questão haveria muito que dizer. Muitas culpas a que apontar. Mas penso que a maior culpa é dos pais, nos quais me insiro, porque não lhes impomos regras, não restringimos a sua liberdade. Damos-lhes tudo, proporcionamos-lhes tudo. Quem é que quer sair de casa quando tem todas as mordomias? Se na minha adolescência me tivessem dado as mesmas condições ainda estava solteira e na caso dos meus pais. Bj, MJ

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  7. Anónimo11.5.12

    Antigamente a adolescência ia dos 14/20. Agora do 24/30? Para mim começa aos 12 e nunca termina, nem quando já são avós!

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  8. Anónimo11.5.12

    Bom dia, diferente este texto, mas gostei na mesma, sobretudo porque é uma análise muito válida e actual.

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  9. Anónimo11.5.12

    Faço das tuas as minhas palavras. Já o tenho referido. Mas será que estes miúdos de hoje não crescem?

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  10. Anónimo11.5.12

    Tens todas a razão, os nossos (herdeiros) parece que vão ser eternamente adolescentes. Amália

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