“Tornei-me um estudante da vida e a vida ainda tem muito para me ensinar”, diz Clint Eastwood, com a sua voz rouca e arrastada de 82 anos. Surpreende esta humildade e consciência.
Quantos de nós com muito menos idade, proferiremos com a mesma docilidade esta afirmação? Talvez seja um processo de amadurecimento que ainda não atingimos. Muitas vezes suspiramos não pelos anos passados mas pela sabedoria que os acompanha. “Quem me dera saber aos 20 anos o que sei hoje”.
Mas tudo tem o seu tempo e por vezes é preciso saber esperar sem ter pressa de chegar. O tempo que nem sempre caminha à mesma velocidade dos nossos desejos de conquistar, de revelar, de descobrir, de tocar. Contudo noutros momentos adquire uma jovialidade e leveza deixando-nos para trás enquanto nos ultrapassa num aceno de leve brisa.
Porém, quando olhamos os ponteiros do relógio comprovamos que o tempo permanece inalterável na sua sequência de segundos e minutos. Que o dia amanhece e a noite adormece na promessa de que o Sr. Tempo não se vai esquecer de virar a página do calendário. As saudades vão partindo, novos sonhos vão surgindo, como uma história que se vai contando devagar, deixando-nos suspensos da sua continuação. Caminhamos, palmilhamos as autoestradas da vida, cruzamos pontes, navegamos por rios, voamos sobre continentes, porquê? Porque faz parte de nós esta necessidade de ultrapassar os nossos limites, de descobrir longe o que talvez esteja perto.
Mas aos 82 anos, ou antes, ou depois, descobrimos que “Não há como parar e sentar” para saborear cada partícula de vida.
Esta ideia surge-me muitas vezes, quem me dera ter aos 20 a noção das coisas que tenho hoje. Não cometeria os mesmos erros, talvez cometesse outros? O melhor é começar hoje a “saborear cada partícula de vida” Beijocas, C.
ResponderEliminarApreciei o estilo e o conteúdo, é bem verdade que na maior parte do tempo passamos pela vida sem a “saborear” sempre em busca longe do que pode estar “perto”. A apreciação da vida, dos seus bons e maus momentos é como tudo, uma aprendizagem, que deve começar a ser feita cedo para que um dia não olhemos para trás sentindo que o tempo passou sem darmos quase conta disso. Sandra B.
ResponderEliminarSoube-me muito bem saborear este post.it de vida. Alberto F.
ResponderEliminarEste assunto parece-nos tão óbvio que nos passa ao lado sem o interiorizarmos. Ainda bem que há pessoas como tu que não deixam de saborear a vida e de a apreciar no seu melhor. Eu acho que só o vou fazer quando chegar aos 82 anos. Amália
ResponderEliminarGostei, mas não gosto sempre. Quando é que escreves uma coisa banal, sem nada para dizer? Nunca, bem sei, porque tu não perdes tempo com coisas sem sentido. Porque saboreias cada partícula de vida.
ResponderEliminarComo sempre especial na forma de tocar a mensagem, de a descrever intima e profunda. José
ResponderEliminarCitando um comentário de ontem, “escreves como ninguém”. Bjs A.
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